domingo, 27 de setembro de 2009

Manon


Bailado em quatro atos.

Libreto: Domenico Oliva e de Luigi Ilica,

"Manon" é baseada na obra "Manon Lescaut", clássico do francês Abbé Prevost, escrita e publicada no início do
século XVIII, e que retrata a sociedade corrupta da época. Sua protagonista é uma jovem sensual e encantadora, amoral e interesseira, cujo maior objetivo é garantir para si mesma uma vida de luxo e diversão.
Terceiro espetáculo completo de MacMillan.

"Manon" estreou no Convent Garden de Londres com o Royal Ballet em março de 74. O autor - um dos maiores criadores do pas-de-deux da segunda metade do século, repete aqui sua marca registrada: grandes balés de
enredo, ancorados no idioma neoclássico, com um clima de lirismo, paixão e tragédia, manifestados através
da forma, verdadeiras esculturas em movimento.

1.º Ato

A ação passa-se em 1721, e inicia-se numa Estalagem em Amiens, onde o cavaleiro DES GRIEUX, de semblante sombrio, é alvo das brincadeiras de EDMONDO e de um grupo de Estudantes e de jovens, que lhe perguntam se sofreu alguma decepção amorosa. Numa diligência, chegam LESCAUT, MANON, sua irmã, e GERONTE, um velho muito rico. LESCAUT pretendia levar a irmã para um convento, onde completaria a sua educação, mas repara que ela provoca um interesse muito especial em GERONTE, e diz-se disposto a fechar os olhos e a permitir que o velho rapte a irmã,
tudo com a cumplicidade do Estalajadeiro. DES GRIEUX observa a chegada dos viajantes, e fica profundamente perturbado com MANON, pela qual se apaixona de imediato. Quanto a MANON, também se sente deliciada com o interesse do jovem cavaleiro, com o qual acaba por trocar as suas primeiras juras de amor.
EDMONDO, que escutara os planos de LESCAUT e do velho GERONTE para raptar a jovem,
informa DES GRIEUX que facilmente consegue convencer MANON a fugir com ele, na própria carruagem destinada ao rapto. Pouco preocupado com o sucedido, LESCAUT diz ter a certeza de que conseguirá convencer a irmã a aceitar a proposta de GERONTE, já que conhece, melhor do que ninguém, o seu amor ao luxo.

2.º Ato

O 2º ato passa-se em Paris. Tal como LESCAUT previra, MANON vive agora num luxuoso apartamento montado por GERONTE. Mas ela confessa ao irmão que todas aquelas cortinas de seda a deixam gelada, e que o seu único desejo é poder regressar à casa humilde onde conhecera o verdadeiro amor. Entra um Professor de Dança, e, na presença de GERONTE e de alguns seus convidados, MANON é iniciada na arte do Minueto. LESCAUT sai para informar DES GRIEUX onde MANON se encontra. O cavaleiro ganhara algum dinheiro ao jogo, tornando-se um pretendente desejável. DES GRIEUX corre para o apartamento e encontra MANON sozinha. Começa por censurar violentamente o seu comportamento, mas acaba repetindo novas juras de amor. GERONTE aparece e surpreende os dois. Fica furioso, e sai para chamar a Polícia. LESCAUT exorta os amantes a fugirem, mas MANON não se conforma em deixar para trás as jóias ganhas de GERONTE, insistindo em levá-las consigo, e DES GRIEUX volta a censura-la pelo seu desmedido amor ao luxo. Todas estas hesitações irão revelar-se fatais: GERONTE regressa com a Polícia,
acusa a amante de prostituição, e MANON vai presa.

3.º Ato

O 3º ato passa-se no Havre, numa praça junto do porto. DES GRIEUX e LESCAUT planejam libertar MANON, condenada ao degredo, e que deverá embarcar, com outras prostitutas, com destino à colónia francesa de Louisiana, na América do Norte. Um acendedor de lampiões atravessa a cena. Depois, no meio de grande agitação, é lida a lista das mulheres que deverão embarcar. Quando ouve o nome de MANON, DES GRIEUX coloca-se ao seu lado. Os guardas tentam afastá-lo, mas ele mantém-se firme na sua decisão: embarcará também. O Comandante aproxima-se, e DES GRIEUX implora-lhe que atenda o seu pedido, dizendo-se disposto a executar qualquer tarefa, por mais humilde que seja. O Comandante acaba por ceder, e MANON e DES GRIEUX embarcam juntos.

4.º Ato

O último ato passa-se numa planície na fronteira de Nova-Orleans, um cenário de grande desolação. Perseguidos pelas intrigas e pelos ciúmes, MANON e DES GRIEUX deixaram a cidade. Agora lamentam a desgraça que se abateu sobre eles, e MANON, pressentindo a proximidade da morte, pede a DES GRIEUX que a deixe morrer sozinha. Desesperado, DES GRIEUX parte em busca de auxílio, e só, como pedira, MANON exprime a sua desolação:

"Só... perdida... abandonada..." Quando o cavaleiro regressa, já a encontra agonizante.

Manon tinha um caráter extraordinário. Nunca mulher alguma, na sua posição,
teve menos amor do que ela ao dinheiro; mas, não podia estar tranqüila por muito tempo,
quando o receio de que ele lhe faltasse a vinha atormentar.
Eram os passatempos e os prazeres as suas primeiras necessidades;
nunca teria gasto um soldo se se pudesse divertir sem o despender.

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