Erick Silva
Erick Silva Diretor e coreógrafo da Cia
In-Pulso de Dança e da Mostra Dança.
LB: Bailarino
e coreógrafo a tantos anos, conte para nossos leitores quando e onde você
começou a dançar?
ES: Iniciei
meus estudos em dança em Recife, Pernambuco, no Centro de Dança Maria da
Conceição, quando tinha 8 anos. Lá estudei todas as danças populares, danças
afras e ballet, além de percussão.
LB: Quais
foram os profissionais que mais influenciaram na sua carreira:
ES: Ubiraci
Ferreira (diretor do Bacnaré – Balé de Cultura Negra de Recife) foi o meu
primeiro diretor, onde eu comecei a ter meu primeiro salário, foi onde me abriu
portas para que eu pudesse viajar para a Europa. Depois dele, vem Monica Lira
(diretora da Cia. Experimental), que me mostrou qual a linguagem da dança
contemporânea e do ballet atual. Também o Maracatu Nação Pernambuco que me
ajudou na transição Brasil-Europa.
E desde
1996, Liliane Benvento tem sido minha maitre de ballet, uma das pessoas que
influenciou muito na linguagem que eu trabalho atualmente. Mas tenho que
agradecer a todos os professores que já passaram na minha vida, entre eles Zic,
Daniel Bratt, Marcos Verzani, Renato Paroni e todos os outros que não terei
espaço para citar, mas que de alguma forma me ensinaram tudo que eu sei.
LB: Nas
escolas que estudou enquanto estava no Brasil, quais repertórios clássicos teve
a oportunidade de dançar?
ES: Dancei
Corsário, Don Quixote, Ídolo de Bronze entre outros, mas só na época de escola.
Sempre trabalhei em cias neoclássicas e contemporâneas.
LB: Sabemos
que você foi ainda muito jovem pra Europa, como apareceu essa oportunidade e
quais os benefícios que trouxeram pra sua carreira?
ES: A
oportunidade surgiu através do Bacnaré – Balé de Cultura Negra, dirigido por
Ubiraci Ferreira. Fomos fazer uma turnê de 6 meses pela Europa, representando o
Brasil nos Festivais da CIOFF, onde participavam inúmeras cias do mundo todo.
Neste período eu fiz contato com um dos professores da Alemanha, e ele me
ofereceu um contrato para uma curta temporada para a Cia. Daniel Bratt
(Alemanha) e foi depois disso que as portas se abriram pra mim. Através dessas
oportunidades eu comecei a entender e viver o real mundo da dança.
LB: Na volta
ao Brasil, teve a oportunidades de trabalhar em grandes cias e ao lado de
grandes nomes da dança. Por onde começou essa trajetória?
Quando
voltei vim para o Studio 3 e então fui contratado pelo Cisne Negro Cia. De
Dança para uma temporada. Depois fui trabalhar na Cia do Ismael Guiser, e então
fiz audição pra Deborah Colker, passei e me mudei pro Rio.
Saindo de
lá, voltei pra São Paulo onde trabalhei com diversos coreógrafos e diretores
como Anselmo Zolla, Ivonice Satie, Jorge Garcia, José Possi Neto, Zé Ricardo
Tomaselli, Fernanda Chamma, Rosely Fioreli, Suzana Yamauchi, Miriam Druve e
Liliane Benevento.
LB: Atualmente
você faz parte Projeto Cia. In-Pulso, como esse projeto foi criado, a quem
favorece, quais são os benefícios?
ES: O
projeto Cia. In-Pulso é um projeto social junto com uma Cia de dança
contemporânea.
O projeto social atinge todas as faixas etárias, desde crianças a idosos, o objetivo é formar bailarinos e/ou melhorar a qualidade de vida.
O projeto social atinge todas as faixas etárias, desde crianças a idosos, o objetivo é formar bailarinos e/ou melhorar a qualidade de vida.
A cia é para
bailarinos profissionais, e é a porta de novos talentos serem reconhecidos pelo
mundo da dança.
LB: Você ministra cursos em várias escolas, trabalha como Jurado em grandes festivais e é coreógrafo e ainda da aula. Qual sua modalidade especifica em todas essas funções?
ES: Dança
contemporânea, Ballet Clássico e Danças populares.
LB: O que você
tem a dizer sobre essa nova geração de bailarinos e bailarinas que surge a cada
dia, que conselho você daria como jurado, o que precisa melhorar, o que os
jurados querem ver?
ES: Essa
geração tem uma preocupação muito grande com o físico, esquecem-se da alma. O
que vejo de precário é o estudo sobre o que está sendo dançando, se um
repertório, qual a história, qual período, o que expressar. Bailarino tem que
ter ambos físico e muita arte.
LB: falando
em bailarino, todo ano você organiza o Curso de Férias Mostra Dança- Método
Russo, um curso de férias já conhecido e esperado anualmente. Quem estará esse
ano ministrando as aulas, quais são as novidades pra janeiro de 2013? Quais as
modalidades do Curso? Onde podem ser feitas as inscrições?
ES: Para o
Ballet Clássico teremos a ex-solista do Bolshoi de Moscow e professora da
Escola Coreográfica Estatal de Moscow – Galina Kozlova, os professores da
Escola do Teatro Bolshoi no Brasil – Denis Nevidomyy e Larissa de Araujo, além
da Bailarina e professora formada pela Escola Bolshoi – Stefania Petry.
No jazz, Andrea Spósito (diretora do Grupo Raça) e Zeca Rodrigues. No teatro musical, Francisco Ribeiro (diretor da Cia. Brasileira de Teatro Musical), Kika Sampaio no sapateado e Michel Martins na dança de rua. E eu no contemporâneo.
No jazz, Andrea Spósito (diretora do Grupo Raça) e Zeca Rodrigues. No teatro musical, Francisco Ribeiro (diretor da Cia. Brasileira de Teatro Musical), Kika Sampaio no sapateado e Michel Martins na dança de rua. E eu no contemporâneo.
O
diferencial do curso de férias é que não tem montagem de espetáculo, é um curso
focado em aulas, de 4 a 5 por dia de alto nível técnico.
Mais
informações e inscrições pelo site: www.mostradanca.com
LB: Erick um
recado especial para nossos leitores.
ES: É um
prazer fazer esta matéria, mostrar um pouquinho do meu trabalho. E aos
bailarinos que aproveitem cada momento da sua vida no meio da dança, aprendam
diversos estilos e técnicas, pois o mundo da dança é muito grande e tem espaço
pra tudo. Corram atrás dos seus objetivos com garra, lembrando mais que ontem e
menos que amanhã!
Fotos: Bolhaset Produções.
Fotos: Bolhaset Produções.