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domingo, 20 de junho de 2010

Ritmos de aula

Sugestões para ritmos de aula.

Iniciantes ou Intermediárias:


Barra

Pliés- valsa e adágio

Battements tendu- 2/4 ou polca

Battements jeté- 2/4

Rond de jambe à terre- valsa lenta

Retirés- marcha

Adagio- adagio ou valsa

Grand battements- marcha

Centro


Port de bras- adagio simples

Battement tendus- 2/4 ou 4/4

Pas de Bourré ( exercicios similares)- mazurka ou polka 2/4

Saltos Pequenos- allegros 2/4 ou 6/8

Grandes saltos- valsa

Diagonais

Deboulés, Piqués e outros- galope

pontas- 6/8


Avançadas

Barra


Pliés- valsas lentas

Battement tendu (lento)- valsa lenta

Battement tendu (mais rápido)- 4/4

Battement jeté- 2/4 normal

Battement jeté em 1ª - 6/8

Fondus- valsa lenta ou tango

Rond de jambe à terre- valsa lenta

Frappés- 2/4 ou mazurka ou estudos

Rond jambe en l'air - valsa rápida

Adagio- adagio

Petits battements- 2/4

Grands battements- marcha ou valsa rápida

Pied la barre- valsa lenta ou adagio

Centro

Port de bras- adagio-  6/8 ,  2/4,  4/4 , 3/4

Battements tendus- 2/4 ou valsa mais rápida

Pirouettes- valsa

Pequenos saltos- 6/8 - polka - 2/4 - alegro

Grandes saltos- valsas brilhantes




Sapateado



O sapateado


Sem registros históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito pouco a respeito das origens do sapateado: algumas das suas primeiras manifestações datam de meados do século V. Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários costumavam usar tamancos (clogs) para isolar a humidade que subia do solo e, nos períodos livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de 1800 sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. O calçado era mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps) passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a qualidade do som. 

Nos Estados Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado americano, introduzido no país por volta da primeira metade do século 19, na fusão que uniu ritmos e danças dos escravos, que já possuiam um estilo de dança próprio baseado nos sons corporais, com os estilos de sapateado praticados pelos imigrantes irlandeses e colonizadores ingleses.

A forma irlandesa do sapateado - também chamada de Irish Tap Dance - concentra-se nos pés, o tronco permanece rígido; já os americanos realizam sua Tap Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o corpo todo, abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. O sapateado americano acresecentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de movimentos dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade de dança ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos EUA e, durante o século XX, diversos outros países.

A partir da década de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os grandes musicais, que contavam com a participação de nomes como Fred Astaire, Gene Kelly, Ginger Rogers, Vera-Ellen e Eleanor Powell. Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos anos 70, nomes como Gregory Hines e, em especial, Brenda Bufalino (diretora da American Tap Dance Foundation) revitalizaram o sapateado americano, impulsionando toda uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover, recentemente coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.

Profissionais de sapateado americano realizam periodicamente workshops e shows internacionais, levando a arte do sapateado para diversos países: além da Irlanda e Estados Unidos, países como França, Austrália, Alemanha, Espanha, Israel e Brasil possuem grupos, coreógrafos e estúdios de sapateado de expressão. O Brasil, em particular, recebe anualmente diversos profissionais americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.

 Um pouco da história:

Quando o primeiro navio negreiro aportou nos Estados Unidos trouxe em seus porões não só o homem-escravo mas toda a herança da Àfrica, seus rituais, suas danças religiosas e sobretudo os inatos ritmus de raça. A lei de 1740, que proibiu o bater de tambores, o soar de cornetas e semelhantes, acelerou o processo de adaptação do negro à sociedade americana. Suas danças continuaram. Além do spirituaks, eles dançavam ao som do banjo, de palmas e de seus próprios passos, que proporciavam um acompanhamento natural ao se arrastarem no chão e ao baterem as pontas e os calacnhares.

O sapateado surgiu assim ao arrastar e bater dos pés .

Grandes Coreógrafos da Dança no mundo!



Lista de coreógrafos famosos:

(foto- Marius petipa)

Albertina Rasch – Áustria / Estados Unidos

Bob Fosse – Estados Unidos


Bronislava Nijinska – Rússia


Busby Berkeley – Estados Unidos


Carlinhos de Jesus – Brasil

Deborah Colker – Brasil


Friedrich Albert Zorn – Alemanha


Felipe Mendes – Brasil

George Balanchine – Rússia / Estados Unidos


Herbert Ross – Estados Unidos


Jaime Arôxa – Brasil


João Hydalgo – Portugal


Klauss Vianna – Brasil


Karla Costa – Brasil


Lennie Dale – Estados Unidos / Brasil


Lourdes Bastos – Brasil




Madalena Victorino – Portugal


Márcia Haydée – Brasil


Maria Duschenes – Hungria / Brasil


Marilena Ansaldi – Brasil


Marius Petipa – França / Rússia


Martha Graham – Estados Unidos


Maurice Béjart – França


Merce Cunningham – Estados Unidos


Michel Fokine – Rússia


Olga Roriz – Portugal


Pina Bauch – Alemanha


Renée Gumiel – França / Brasil


Rodrigo Pederneiras – Brasil


Roland Petit – França


Rudolf Laban – Hungria



Tatiana Leskova – Rússia / Brasil


Teresa Ranieri – Itália


Vaslav Nijinsky – Rússia


Victor Navarro Capell – Espanha


William Forsythe – Estados Unidos

Dança....


A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela.


A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro.

Atualmente, a dança se manifesta nas ruas em eventos como "Dança em Trânsito", sob a forma de vídeo, no chamado "vídeodança", e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o propósito artístico.

História da dança


A história da dança cênica representa uma mudança de significação dos propósitos artísticos através do tempo.

Com o Balé Clássico, as narrativas e ambientes ilusórios é que guiavam a cena. Com as transformações sociais da época moderna, começou-se a questionar certos virtuosismos presentes no balé e começaram a aparecer diferentes movimentos de Dança Moderna. É importante notar que nesse momento, o contexto social inferia muito nas realizações artísticas, fazendo com que então a Dança Moderna Americana acabasse por se tornar bem diferente da Dança Moderna Européia, mesmo que tendo alguns elementos em comum.

A dança contemporânea como nova manifestação artística, sofrendo influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades tecnológicas (vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas condições sociais - individualismo crescente, urbanização, propagação e importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também fusões com outras áreas artísticas como o teatro por exemplo.

Dança e educação

Rodrigo Amorim(2000) considera a educação como evolução e transformação do indivíduo, considerando a dança como um contínuo da Educação Física, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a dança na escola deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas. O educador físico se utiliza da dança mas no aspecto biológico que é sua área de atuação.

É preciso deixar claro que professor de educação física não é professor de dança. Apesar deste profissional se utilizar da dança como instrumento, em academias de ginástica para obter condicionamento físico e melhorar a qualidade de vida por exemplo. Os cursos de Educação Física não formam ou qualificam profissionais de dança, seja o artista bailarino, dançarino ou coreógrafo, muito menos professor destas atividades artisticas.

É preciso que os profissionais de educação física tenham este respeito ético, pois não são artistas muito menos professores de qualquer atividade artística inclusive de dança.

O ensino da dança nas escolas brasileiras deve ser abordado dentro do conteúdo Artes, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (fonte www.mec.gov.br) constitui componente curricular obrigatório, contemplando para o ensino fundamental Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, e, para o ensino médio, além destas linguagens já citadas, há a inclusão das Artes Audiovisuais. 

A abordagem da dança dentro do contexto da educação física é complementar e deve auxiliar no preparo físico para que os profissionais de artes possam atuar.

A dança é uma área de conhecimento autônoma, até mesmo dentro das Artes, e é preciso ser respeitada e reconhecida como tal. A formação para professores e artistas de dança é adquirida nos cursos superiores de dança (bacharelados e licenciaturas) e a profissão é regulamentada pela Lei 6.533/78 a Lei do Artista.

Classificação e gêneros

Várias classificações das danças podem ser feitas, levando-se em conta diferentes critérios.


Quanto ao modo de dançar:


dança solo (ex.: coreografia de solista no balé, sapateado);

dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, forró etc)
dança em grupo (ex.: danças de roda, sapateado).


Quanto a origem:


dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado etc);
dança histórica (ex.: sarabanda, bourré, gavota etc);
dança cerimonial (ex.: danças rituais indianas);
dança étnica (ex.: danças tradicionais de países ou regiões).


Quanto a finalidade:


dança erótica (ex.: can can, striptease, pole dancing);
dança cênica ou performática (ex.: balé, dança do ventre, sapateado);
dança social (ex.: dança de salão, axé);
dança religiosa/dança profética (ex.: dança sufi).

lista  de danças:


Acadêmica
Baião
Balé
Bharathanatyam
Bolero
Break
Bugio
Caboclinho
Calango
Cana-Verde
Capoeira
Carimbó
Catira
Cavalo-marinho
Cha-cha-cha
Chamamé
Chotiça
Chula
Ciranda
Coco
Corridinho
Dança contemporânea
Dança Eletrônica
Dança da enxada
Dança das fitas
Dança de roda
Dança de rua
Dança de São Gonçalo
Dança do dragão
Dança-do-lelê
Dança do leão
Dança do ventre
Dança profética
Electro
Fandango
Flamenco
Forró
Frevo
Funk
Habanera
Hip hop
Hopak
Jazz
Jerk
Jongo
Kizomba
Krump
Kuduro
Lambada
Lundu
Malhão
Maracatu
Marcha gaúcha
Mambo
Makulele
Maxixe
Melbourne Shuffle
Merengue
Moçambique
Pagode
Pasodoble
Polca
Pousade
Quickstep
Rancheira
Rebolation
Reggae
Rock and Roll
Rumba
Saias
Salsa
Samba
Samba de gafieira
Soltinho
Sapateado
Siriquité
Soca
Tango
Valsa
Vira
Verde-gaio
Xaxado
Xote
Zouk

sábado, 16 de janeiro de 2010

História da Dança( resumo)

Pré-História

A dança foi uma das primeiras formas de expressão artística e pessoal. Pinturas de dançarinos foram encontradas em paredes de cavernas na África e no sul da Europa na pré-história. Estas pinturas podem ter mais de 20 mil anos. As cerimônias religiosas que combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico. Estas cerimônias devem ter sido realizadas para reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças também podiam realizar-se por outras razões: como nascimento, curar um enfermo ou lamentar uma morte.

Os sociólogos acreditam que a dança exerceu um papel importante na caça e em muitas outras atividades da vida pré-histórica. Os cientistas estudam as danças de várias culturas porque as formas de dança de um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida.

 

Idade Antiga

Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.

Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.

As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas, incluíam músicas alegres.

Quando os romanos conquistaram a Grécia, em 197 a.C., tinham adquirido grande parte da cultura grega, inclusive a dança. Os artistas romanos dançavam ao mesmo tempo que faziam números de acrobacia e mágica. Alguns romanos importantes, apesar da popularidade da dança , a desaprovavam. Cícero, o famoso orador dizia: "Nenhum homem dança, a menos que esteja louco ou embriagado".

Muitas tribos da América do Norte dançavam para pedir chuvas e uma boa colheita. Várias danças religiosas ainda são realizadas atualmente.

Na Austrália, algumas tribos de aborígenes seguem o antigo costume de imitar os gestos da caça durante uma dança religiosa realizada antes da caçada. Em alguns vilarejos ingleses, as crianças dançam em torno de um mastro com fitas numa festa para celebrar a chegada da primavera, no dia 1 de maio. Esse costume vem das antigas danças religiosas dos romanos, que dominavam a Inglaterra do ano 43 d.C. até princípios do século V. No dia 1 de maio os romanos cultuavam Flora, a deusa romana da primavera, dançando em torno de um mastro enfeitado com flores.

Idade Média

Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares. 

Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.

Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.

Renascimento

A Renascença, que começou na Itália em torno de 1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns aos outros.

Catarina de Médicis, membro da família que governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547,e levou para a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em 1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.

Além de produzir espetáculos, os mestres de dança ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo a saltitante galharda, a solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.

O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a 1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente, durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos seus papéis favoritos, o de Apolo, deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de "Rei Sol".

Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.

 

Romantismo

O Romantismo foi um movimento artístico que deu grande importância à individualidade e à liberdade de expressão pessoal. Até então, a maioria dos balés girava em torno dos deuses e deusas, mas com o Romantismo passaram a tratar de pessoas comuns. Muitos enredos de balés do século XIX tinham como personagens seres imaginários, como fadas e silfides.

No século XIX, grande parte das danças sociais que se popularizaram na Europa e na América começou com o povo. Outra vez , a nobreza em vez de lançar moda imitava os camponeses que dançavam valsas e polcas.

Idade Moderna

A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock. A dança teatral obteve o seu maior sucesso comercial nos filmes e comédias musicais.

Grande número de novas danças populares surgiram e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing. Surgiu então o rock'n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e obedecem a uma seqüência marcada de passos. A dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos.

A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchine ou Béjart, como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte: sua visão pessoal, a literatura e suas observações.

A dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas. Não é mais uma arte de elite mas se transformou num meio de diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em televisão, cinemas e praças.

TIPOS DE DANÇA

BALÉ CLÁSSICO

Como outras formas de dança, o balé pode ter um enredo, expressar os sentimentos ou só refletir a música; entretanto, neste tipo de dança é muito exigida a técnica e a perícia do bailarino. Os bailarinos parecem ignorar a lei da gravidade, quando flutuam pelo espaço em saltos longos e lentos. Usando simplesmente o corpo, os bailarinos conseguem expressar as mais variadas emoções e formam belas e harmoniosas expressões artisticas. A técnica do balé é chamada clássica, porque salienta essa pureza e harmonia de expressão.

Como a técnica do balé foi criada na França, até hoje são usadas em todo mundo palavras francesas para designar passos e posições do balé.

Os bailados são encenados e apresentados por companhias de balé, quando ela decide encenar um determinado bailado, seu diretor artístico procura criar um trabalho harmonioso,combinando todos os elementos do balé: dança, música,cenário e guarda-roupa, todos baseados no enredo ou espírito do balé. Ë formada uma equipe : coreógrafo ( aquele que cria os movimentos e passos dos bailados e os ensina aos bailarinos ),compositor, cenógrafo e figurinista.

 

 

                                                     GRANDES COMPANHIAS DE DANÇA

A alma fala através do corpo. Bailarinos, ginastas, lutadores buscam a perfeição na execução de movimentos com o corpo. Confira como essas personalidades expressam suas emoções através da arte, do esporte ou até mesmo no lazer.

BOLSHOI BALLET

Companhia de balé russa, sediada em Moscou e formada em 1776, famosa por um estilo de dança atlético e vigoroso. O balé de Bolshoi começou como uma escola de dança em 1773. No início do século XX, a companhia introduziu um realismo dramático nos balés clássicos. Em 1930 foi a vez de entrarem danças folclóricas em seu repertório. O Bolshoi sempre é aclamado pelo seu magistral conjunto, uniformidade de movimentos e realismo em cenários e figurinos. As produções mais aclamadas incluem versões modernas como, "Spartacus", e também clássicos como "Lago dos Cisnes" e "Giselle".

ROYAL BALLET

Companhia nacional de balé inglesa, fundada em 1931 por Ninette de Valois como o Vic-Wells Ballet. A companhia tornou-se mais tarde conhecida por Saddler's Wells Ballet antes de lhe ser concedido o nome atual por privilégio real em 1956. É reconhecido por suas produções dramáticas, por um disciplinado corpo de baile e brilhantes apresentações de seus artistas principais. Sua primeira bailarina foi Alicia Markova e, além dela, se encontram entre os mais notáveis Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev.


                                                                LORD OF THE DANCE

Companhia irlandesa de dança fundada em 1996 pelo magnífico coreógrafo Michael Flatley. Sua performance artística denota um misto de dança e música tradicional, o novo e o antigo, ambos em harmonia, hipnotizando e enfeitiçando o público. As coreografias dotadas de precisão e complexidade são apresentadas por bailarinos talentosos e geniais. Lord of the Dance traz para o cenário internacional a magia da dança irlandesa e deixa também uma marca especial na história dos musicais, o som eletrizante do sapateado.

KIROV BALLET


Companhia russa de balé, da cidade de São Petersburgo, sucedeu o Balé Imperial Russo e herdou seu estilo elegante de dança. Sob a direção de Marius Petipa, a companhia estreou os balés de Tchaikovsky, "Bela Adormecida" e "Lago dos Cisnes". Ela entrou em declínio depois da Revolução Russa de 1917, mas a grande professora e mestra de balé Vaganova ajudou a preservar as tradições, treinando os principais bailarinos. Durante a guerra fria, a companhia experimentou tantas dificuldades que três de seus mais notáveis bailarinos, Natalia Makarova, Rudolph Nureyev e Mikhail Baryshnikov, fugiram para o Ocidente e ganharam reputação internacional. Desde a queda da União Soviética, a companhia tem produzido ao lado de seu repertório tradicional, balés de Balanchine e outros coreógrafos modernos.

BALLETS RUSSES

Esta famosa companhia de balé foi criada em 1909 por Sergei Diaghilev em São Petersburgo. Numerosos bailarinos e coreógrafos como Nijinski, Pavlova, Fokine e Serge Lifar, foram revelados por esta companhia, assim como também os compositores russos Stravinsky e Rimsky-Korsakov. Pintores famosos, como Picasso, Matisse e Braque, muitas vezes se inspiraram nos balés, como temas de sua pintura. A companhia fez numerosas turnês pelo mundo e, entre os grandes balés criados por ela, estão "Pássaro de Fogo" e "Sherazade" apresentados em 1910, ambos coreografados por Fokine e compostos por Stravinsky, o primeiro, e o outro por Korsakov

 

 

domingo, 27 de setembro de 2009

A técnica do ballet clássico



Técnica é muito importante para um bailarino(a), seguem aqui alguns conselhos a serem usados em sala de aula.

Firmeza das Costas

Manter a firmeza das costas na região lombar. "A fonte da estabilidade localiza-se na coluna",
observa Vaganova em seu livro, OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO BALLET CLÁSSICO.
Faz-se necessário acentuar que, para a estabilidade do corpo, o ponto vital será a consciência
(percepção) exata da porção estreita das costas localizada precisamente na região da 5ª vértebra lombar.
Pouco a pouco vão se desenvolvendo músculos pequenos, mas fortes, na citada área, os quais vão ajudar o
bailarino a manter o corpo em equilíbrio enquanto dança. Esta porção das costas deve ser sentida como se
"puxada para cima" enquanto os ombros permanecem naturais e livremente relaxados. Ombros tensos ou erguidos
impedirão que as costas se mantenham na posição correta. Costas bem trabalhadas proporcionarão ao bailarino
perfeita colocação tanto nos exercícios da barra, como nos de centro, bem como nos adágios, em todo o tipo de
"tours" (movimentos giratórios no chão e no ar), em saltos e passos na ponta. A par disso, a possibilidade de usar
adequadamente as costas ajudará a tornar o torso expressivo, e aí reside um dos princípios de maior importância do
método de Vaganova. A expressividade da dança reside nas passagens harmoniosas de uma posição (pose)
a outra durante as quais o torso curva-se facilmente enquanto a estabilidade do corpo é mantida
nos exercícios da barra e do centro, adágio alegro, obedecendo à criatividade emanante de cada coreógrafo.
A habilidade no controle do torso auxilia não apenas melhorar todo o complexo dos elementos da dança e conseqüentemente dominar sua técnica, como também (e isto é de grande importância) assegura uma "performance"
(desempenho) artística de alto nível. A maneira a qual o torso é mantido durante a dança está intimamente
relacionada à posição dos braços.

Posições dos braços e mãos

Os braços são fatores importantíssimos no ballet. Eles devem ser a moldura
que completa o quadro de figuras dançantes, assim, valem pelo detalhe,
pelo acabamento, pela qualidade da obra de arte.
Cada escola tem uma maneira de nomear as posições dos braços..
Conheça as posições de cada uma delas, e saiba como executá-las corretamente.

Posições dos braços segundo a Royal Academy of Dancing

- Bras bas: os braços devem estar descontraídos, um pouco adiante do corpo e pouco dobrados nos cotovelos, com os dedos continuando a curvatura dos braços para criar um formato oval.
Relaxe os ombros, mantenha os polegares próximos dos outros dedos
e procure não mostrar as costas das mãos

- Demi seconde: posição preparatória aonde os braços são mantidos do lado do corpo,
um meio termo entre 2ª posição e bras bas

- 1ª posição: os braços fazem um desenho oval à frente do corpo, sendo que as mãos
devem estar curvadas na altura do estômago.
Relaxe os ombros, sustente os cotovelos e vire as palmas da mão para si

- 2ª posição: abra bem os braços, porém mantenha-os ligeiramente na frente dos ombros.
Eles devem estar relaxados e um pouco curvos, porém não deixe os cotovelos caírem.
As mãos devem estar voltadas para frente e os dedos flácidos e flexíveis

- 3ª posição: é uma fusão da 2ª com a 1ª, ou seja, cada braço fica em uma posição.


- 4ª posição: esse é uma fusão da 2ª com a 5ª. Enquanto um braço está um pouco recurvado ao lado,
o outro está ligeiramente adiante da cabeça,
também fazendo uma graciosa curva (veja quinta posição).

- 5ª posição: os braços devem estar fazendo um desenho oval um pouco
adiante da cabeça,emoldurando o seu rosto. Não levante os ombros,
e mantenha as palmas das mãos voltadas para você.

Posições dos braços segundo o sistema Vaganova (russo)

- Bras bas: mesma coisa no método da RAD

- 1ª posição: também corresponde ao método da RAD

- 2ª posição: mesma coisa da RAD

- 3ª posição: corresponde à 5ª posição da RAD

Posições dos braços no sistema Cecchetti

- 1ª posição: os braços são curvados e mantidos dos lados com
as pontas dos dedos apenas tocando as coxas

- 2ª posição: corresponde ao método da RAD

- 3ª posição: um braço permanece em bras bas enquanto o outro está em demi seconde

- 4ª posição en avant: corresponde à terceira posição da RAD

- 4ª posição en haut: corresponde à quarta posição da RAD

- 5ª posição en bas: é o bras bas da RAD

- 5ª posição en avant: mesma coisa da primeira posição da RAD

- 5ª posição en haut: quinta posição da RAD

Posições dos braços segundo o sistema francês

- 1ª posição: corresponde ao RAD

- 2ª posição: corresponde ao RAD

- 3ª posição: corresponde à quarta posição da RAD

- 4ª posição: corresponde à terceira posição da RAD

- 5ª posição: mesma coisa da RAD

As mãos também são importantes.
Se elas não estão bem posicionadas, os braços estão completamente perdidos.
É necessário mantê-las naturais e sem tensão. Os dedos devem estar agrupados com delicadeza e suavidade.
Também nunca deixe as mãos caírem, principalmente na 2ª posição.

Grand Plié

A primeira sensação que um bailarino tem ao executar um grand plié é a de alongamento.
Os pés pressionam o chão, enquanto a parte superior do corpo se alonga para cima.

Os músculos da perna são alinhados, colocando as coxas em en dehors tanto quanto os joelhos e os pés. Isso permite que tudo fique em uma só linha,
e que o pé fique grudado ao chão (no início do movimento).

Enquanto desce, o bailarino continua a se alongar para cima usando os seus músculos abdominais, sendo que as omoplatas estão para baixo.

Todos os dedos devem estar alongados no chão, principalmente o dedo mindinho,
que tem a tendência de sair do chão levando o peso do corpo para o dedão.
Isso desloca o quadril para trás, e causa uma torsão nos joelhos.
Atenção: quem tem metatarso caído (diminuição do arco do pé)
tem uma maior tendência a fazer isso!

O grand plié é um movimento só: quando o quadril começar a se desalinhar dos joelhos
e dos pés é o momento de retornar, por isso o tamanho do grand plié muda
conforme o tipo físico do bailarino.

Na subida, deve-se colocar os calcanhares o mais rápido possível no chão,
sem com isso alterar o ritmo do movimento.

A cabeça deve acompanhar a trajetória da mão.
Com isso, os músculos do pescoço são trabalhados, tirando dele a tensão.

Atente para a respiração: inspira-se no início, quando o corpo está alongando,
e expira-se durante o exercício.

As posições do corpo

Todo bailarino deve desenvolver seu trabalho definindo internamente e
visualmente o direcionamento espacial do espaço que utiliza.
Ele deve considerar-se o centro de um quadrado do qual irradiam-se três linhas, como na figura abaixo.


É em cima desses pontos que se formam as posições do corpo.
Primeiramente, é necessário saber sobre os direcionamentos chaves:

- Devant: na frente
- Derrière: atrás
- À la seconde: do lado
- Croisé: cruzado
- Effacé: de frente
- Ecarté: separado, afastado

O ponto 1 é a frente da sala, ou a platéia, logo,
esse ponto é o devant (a frente) e o ponto 5 é o derrière (atrás).
Considere, para iniciar, que croisé (cruzado) é quando as pernas estão cruzadas em relação ao espectador. Se você vira de frente para o ponto 8 com a perna direita na frente, está em croisé devant. O croisé devant também pode ser obtido de frente para o ponto 2 com a perna esquerda na frente. Já o croisé derrière acontece de frente para os mesmos pontos, sendo que no 8 a perna esquerda está atrás e no 2 a perna direita está atrás. Outra posição é o effacé (de frente), onde seu corpo está sempre "aberto", as pernas não se cruzam, a linha do corpo fica aberto para o público. Quando se está de frente para o ponto 8, a perna esquerda na frente indica effacé devant,
sendo que a perna direita atrás indica effacé derrière.
Já de frente para o ponto 2, o effacé devant é quando a perna direita está na frente,
e o derrière é quando a perna esquerda está atrás. Concluindo: para se obter o effacé devant, estica-se a perna que está mais longe do público (ou do centro do palco),
e para o effacé derrière, a que está mais perto.
Já a posição ecarté (separado) deixa a perna sempre à la seconde (do lado, daí o nome "separado"), sendo que o corpo está de frente para as diagonais (ponto 2 ou 8). Para obter o ecarté devant, levem a perna mais próxima do público à la seconde.
Já para o derrière, levem a perna mais distante à la seconde.

Posições dos pés e pernas

O ballet foi baseado na concepção de que ao virar os pés e as pernas pra os lados externos do corpo, isto é, para fora, não somente se conseguia atingir mais estabilidade e maior facilidade na movimentação, como também maior beleza de linhas.
Essa concepção é chamada de en dehors (para fora), o que é adquirido lentamente sem ser forçado. Não se deve pedir a alunos principiantes um perfeito en dehors antes de seus músculos estarem aptos a executá-los sem demasiado esforço.
Porém, este movimento antinatural deve se tornar para um bailarino uma segunda natureza. Portanto, no ballet, o princípio básico mais importante é o de aprender a virar as pernas, que em sua posição normal estão para a frente, para os lados, com a ponta dos pés para fora, os calcanhares para dentro, os joelhos e as coxas acompanhando as pontas dos pés. É importante adquirir a facilidade de virar as pernas en dehors a partir da coxa até o pé, sem a ajuda dos quadris e do corpo. Porém, não é recomendável forçar demais os principiantes para evitar defeitos posteriores nos pés e nos joelhos.

Para tudo isso, porém, é também necessário uma boa colocação dos pés,
que devem estar relaxados e com o peso do corpo bem distribuído
(sem deixá-los cair nem para um lado nem para o outro).
Distribui-se o peso do corpo em cima do pé tomando como ponto de apoio o seu meio.
Além disso, quando no ar, o pé deve estar extremamente esticado, sendo que as pontas dos dedos vão para baixo forçando assim o calcanhar para fora (frente).

Finalmente, com todos esses conceitos, podemos executar corretamente as cinco posições, criadas por Pierre Beauchamps no século XVII. Cada passo é iniciado e terminado em uma, assim como são utilizadas nas passagens de movimentos.

1ª posição: Os pés devem estar unidos e virados para fora e os calcanhares juntos, formando uma linha reta. Não esqueça, toda a perna deve rodar para fora, e não apenas o pé. É possível, no início do aprendizado, afastar um pouco os calcanhares, uns dois ou três dedos um do outro, devido à dificuldade existente em encostar as panturrilhas uma na outra (válido também para quem tem perna em X). Não deixe seu pé cair para dentro.

2ª posição: Mesma "forma" da primeira posição, mas com os pés afastados.
Ela tem o tamanho de um degagé à la seconde, e essa distância não deve ser aumentada para facilitar o encaixe do quadril durante o plié (para alongar o quadríceps e o tendão de Aquiles). Assente no chão toda a superfície do pé, não deixe pender para nenhum dos lados. Não se esqueça de, na hora do plié, manter sempre os joelhos para fora e o quadril encaixado.

3ª posição: Cruze um pé até o meio em frente ao outro.
O princípio é o mesmo: corpo para cima, pernas viradas para fora,
peso sobre as duas pernas, sem deixar o pé ceder para algum lado.

4ª posição: Partindo da terceira posição, faça um degagé devant, assente o calcanhar no chão e obtenha assim a quarta posição. É a posição mais difícil, pois um pé fica exatamente na frente do outro, o que dificulta conservar o en dehors.

5ª posição: É a mais fechada das posições. Um pé fica totalmente colocado à frente do outro, porém não se deve deixar apoiar o calcanhar nos dedos do outro pé.

6ª posição: É uma posição inventada por certas academias,
onde os pés ficam paralelos e fechados um do lado do outro. Serve para facilitar o aprendizado, mas não leva nenhum dos princípios das posições anteriores.

Lembre-se sempre de:

- Manter o corpo bem erguido e puxado para cima
(isso ajudará a rodar as pernas para fora e a se sentir mais leve e seguro)
- Manter os ombros baixos
- Subir o diafragma e encolher a barriga
- Deixar o pescoço livre e relaxado
- Distribuir bem o corpo entre as duas pernas
- Subir os músculos da coxa e esticar bem os joelhos
- Apertar as nádegas e virar as coxas para fora
- Executá-las com precisão, mas também dançá-las com sentimento e expressão

Battement Tendue

O battement tendue é o mais importante tonificador muscular de todos os exercícios praticados na barra, pois trabalha os três grupos musculares mais importantes da perna:
o quadríceps, os adutores e os músculos da panturrilha.

A tradução mais rudimentar do battement tendue quer dizer "impulsão esticada".
É dessa maneira que deve ser executado tal movimento.

Os tendues sempre começam e terminam em posições fechadas (1ª, 3ª e 5ª)
e seu movimento consiste em esticar e retornar a perna nas três direções principais
da técnica clássica: devant, à la seconde e derrière.

Ao executar o tendu, o bailarino poderá exercitar com mais clareza
as três forças divergentes que irão acompanhar todos os outros exercícios e movimentos da dança clássica. As três forças são a perna de base empurrando o chão, a perna de trabalho (que faz o exercício) en dehors e o tronco alongado para cima. O quadril é o ponto fixo dessas três forças.

O en dehors provoca também uma força para dentro feita pela parte de trás das coxas,
sentida com mais clareza nas posições fechadas.
Essa é a primeira sensação sentida pelo bailarino na saída do tendue.

Iniciando o movimento: colocam-se as pernas no ponto mais en dehors possível
e então começa-se a transferência de peso das duas pernas para uma só, a de base.

A perna deve sair com o pé inteiro pressionando o chão, inclusive o calcanhar.
Aos poucos, este vai se levantando e passando a pressão para a meia ponta, e posteriormente para os dedos.

Observação importante: os dedos saem de maneiras diferentes, dependendo da direção que a perna vai tomar. Se o tendue for en avant (devant), os dedos deixam o chão do dedão para o mindinho. Já se for à la seconde, todos os dedos devem sair juntos, levando-se em conta, claro, o tamanho deles. Já no tendue derrière, os dedos deixam o chão do mindinho para o dedão.

A perfeita execução do en dehors facilita a entrada da perna na posição fechada.
Já a junção das coxas facilita a transferência de peso da perna de base para as duas pernas.

sábado, 26 de setembro de 2009

História do Ballet Clássico


A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci.
O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.
Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos
de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.
Quando a italiana Catarina de Medicis casou com o rei Henrique II e se tornou rainha da França,
introduziu esse tipo de espetáculo na corte francesa, com grande sucesso. O mais belo e famoso espetáculo
oferecido na corte desses reis foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse ballet durava de 5 a 6 horas e fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais européias, além de ter uma grande influência na formação de outros conjuntos de dança em todo o mundo.

O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tronou-se um grande bailarino
e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa. Seu título " REI SOL", vem do triunfante espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia real de Música
e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet. O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico. A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tronou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros.
Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja dar um significado os movimento da dança.
Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre,
inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentativa
um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.


O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado), foram reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Mauris Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo um passeio rápido, mas também tornou-se coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgos. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Cada ballet continha danças importantes para o Corpo de Baile, variações brilhantes para os bailarinos principais e um grande pas-de-deux para primeira bailarina e seu partner. Petipa sempre trabalhou os compositores e foi Tchaikowsky que ele criou três dos mais importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes".

O sucesso de Petipa não foi eterno.
No final do século ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência. Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de artes que, junto com amigos artistas estava cheio de idéias novas pronta para colocar em prática. São Petersburgos porém não estava pronta para mudanças e ele se decidiu por Paris, onde começou por organizar uma exposição de pintores russos, que foi um grande sucesso. Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa e finalmente em 1909 o ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara Karsaviana e Vaslav Nijinsky e três grandes ballets sob direção de um jovem brilhante coreógrafo Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet.
Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa
e América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos,
fragmento-se depois por todo o mundo.

No momento atual as peças de ballet são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos como "Giselle" e o mundo inteiro ao lado de outros, como os baseados em romances de Shakespeare e ainda criações recentes
assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por bailarinos do nosso tempo.

Qual será próximo passo?

Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mudando. Mas, apesar das novas danças e das tendências, futuras existe e existirá sempre um palco
e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.

A ÓPERA-BALLET

Na primeira metade do século XVIII, entra em cena na França a ópera-ballet, que realizou o inverso dos ballets anteriores. Nas comédias-ballet, a dança está a serviço do enredo, da música, e dos outros elementos. Já na ópera-ballet, todos os elementos estão subordinados à dança e servem para conduzi-la. Era praticamente uma peça inteiramente cantada e dançada. O enredo, porém, era extremamente fraco, não havendo uma trama ou história propriamente dita, com início, meio e fim. Personagens mitológicos voltaram a ser usados, porém viviam como se fossem mortais, quase sempre passando por aventuras amorosas.

A ópera-ballet herdou dos ballets de côrte a cenografia e as vestimentas pouco adequadas. As roupas cobriam
todo o corpo e inclusive o rosto: as máscaras eram amplamente utilizadas, de forma que não trabalhavam a expressão facial. O figurino era sempre pesado e incômodo, quase incompatível com a dança leve e elevada, mas,
no entanto, a técnica era bem menos rigorosa que a atual.

A REFORMA DA DANÇA

Em 1754, Luís de Cahusac foi o primeiro a criticar o excessivo apego à forma e não ao conteúdo da dança.
Ele era um famoso libretista (que constrói o libreto, a história da peça), historiador, e, principalmente, crítico.
Para ele, qualquer manifestação artística servia para imitar a vida real, e por isso a dança deveria ser uma forma
de se expressar com o corpo as intempéries da alma. Franz van Weuwen Hilferding, um bailarino austríaco que estudou na França, se tornou maitre de ballet em Viena, Stuttgart, e São Petersburgo, onde produziu ballets repletos de ações, mímicas e mise-en-scenes. Mas esses ballets ainda não constituíam uma ação completa, eram um aglomerado de historietas que juntas não tinham sentido algum. O principal nome da reforma é Jean Georges Noverre.

Conhecido por sua insatisfação com a dança e as regras de sua época, ele estudou dança mas não entrou na Academia Real, como ditavam as regras. Começou, então, a viajar de um lugar para outro, primeiramente como bailarino, e logo coreografando peças e espetáculos. Com 27 anos já era um maitre de ballet de renome, espalhando suas idéias inovadoras por onde passasse e influenciando toda a Europa. Dessa forma, depois de muito viajar por todo o continente, foi finalmente nomeado Maitre de Ballet da Academia Real de Paris (contra a vontade do corpo de baile e dos tradicionais, porque esses acreditavam que só alguém que já foi bailarino da Academia poderia ser maitre da academia). Lá, ele criou poucas peças em virtude da falta de apoio por parte dos bailarinos, mas talvez uma delas seja a mais inovadora de sua carreira: "lês Caprices de Galanthée", em 1781. Não continha canto, mas apenas danças e mise-em-scenes. Foi o primeiro ballet a romper definitivamente com o estilo das óperas. Noverre criou, assim, o ballet que girava em torno de uma só ação dramática, que contava uma história, síntese do Ballet de Repertório. O mestre acreditava que, antes de ser uma manifestação estética, a dança era uma forma de se exprimir emoções com o corpo. A estética do movimento era apenas uma consequência da emoção que brotava na alma do dançarino. Os bailarinos não poderiam deixar de lado a técnica, mas esta não era, de forma alguma, mais importante que a emoção que a dança busca exprimir.

Noverre insistia muito no endehors, mas para ele nada deveria ser forçado: a abertura do quadril seria trabalhada através de exercícios como os rond de jambs e grand battements. Ele ainda criticava os bailarinos de sua época por trabalharem excessivamente o corpo e pouco a alma, tornando-se ignorantes na arte expressiva. Para ele, o bailarino deveria dividir seu tempo igualmente entre os estudos da arte dramática e as aulas para o corpo. Noverre criticou fortemente as vestimentas que cobriam os bailarinos: para ele, tudo deveria facilitar a técnica e principalmente a expressão no desenvolvimento da trama da história de cada ballet. Por isso, ele também retirou as máscaras de cena: "O rosto é o órgão da cena muda, é o intérprete fiel de todos os movimentos da Pantomima (dança expressiva), é o suficiente para banir as máscaras da dança".

Em 1789, um discípulo de Noverre, Jean Dauberval, foi para Bordeaux, seguindo uma bailarina que amava, mas que não se dava bem com a direção da Ópera de Paris. Em Bordeaux, Dauberval criou La Fille Mal Gardée, o mais antigo ballet dançado até hoje. Quase nada de sua coreografia original foi mantida, mas sabe-se que era um ballet alegre e impregnado dos ideais da Revolução Francesa. Nasceram assim os Ballets de Repertório, que vêm sendo dançados e adaptados até hoje, e nos quais a ação dramática deve ter início, meio e fim, representados a partir de danças e mise- en-scenes. O mestre Noverre transformou o ballet clássico em uma dança que não se limitava a uma execução mecânica, que foi capaz de emocionar pessoas em todo
o mundo nos séculos seguintes.

OS BALLETS ROMÂNTICOS

O Romantismo do século XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores. Foi nesta época que os Ballets de Repertório se firmaram.

O Romantismo foi um movimento artístico de valorização do sentimento em detrimento da razão (como desejava o mestre Noverre) e no qual a imaginação era deixada à solta, sem qualquer controle ou auto-censura. Dessa forma, a dança que expressa algo, que mostra sentimento, cresce notoriamente, sem deixar morrer o imenso desenvolvimento técnico que havia acontecido anteriormente. No momento, o que se buscava através da técnica eram formas expressivas, a poesia do corpo, a fluidez da dança e não o virtuosismo e a beleza das formas.

Esses novos ideais, baseados na "Igualdade, Liberdade e Fraternidade" da Revolução Francesa, se afastam totalmente dos ideais estéticos greco-romanos. Os artistas tendem a se inspirar no seu cotidiano, nas suas emoções reais, e não na idealização da perfeição dos Deuses.

Uma das grandes inovações da Era Romântica foi o surgimento da dança na ponta dos pés. Eis um bom exemplo dos ideais românticos: houve um imenso desenvolvimento da técnica, mas os objetivos desse desenvolvimento vão muito além da estética da forma: na ponta dos pés, a bailarina se torna muito mais leve e expressiva, pelo menos aos olhos do espectador. Com as pontas, surge a supremacia feminina no balé: os bailarinos agora serviam de suporte, para apoiar e levantar as grandes estrelas. Para isso, eles deviam ser fortes, e belos e expressivos para as histórias de amor. A dança agora se torna mais sensual (para os padrões da época): para equilibrar a bailarina na ponta, o partner deveria ampara-la com seu corpo ou ao menos segura-la pela cintura.

Nesse clima, em 1832, nasceu La Sylphide. Foi o primeiro ballet já coreografado para as pontas e o primeiro grande ballet romântico. Retratava um dos tema preferidos do romantismo: o amor entre mortais e espíritos, e inaugurava a imaginação sem fim, que tratava de temas cotidianos somados a seres como ninfas, duendes, fadas e elfos. Mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão.
Os Deuses do Olimpo (gregos e romanos) estavam quase esquecidos.

As roupas brancas e longas das ninfas, quase sempre com fartas saias de tule com collants, acentuavam o corpo das bailarinas, o que contribuiu para a sensualidade e para a necessidade de se lapidar ainda mais a técnica, pois agora o corpo aparecia mais (as saias de tule são um pouco transparentes) e não era mais tão disfarçado pela roupagem. Nesses mesmos moldes, o ballet "Giselle" estreou em 1841, sendo remontado mais tarde pelo menos duas vezes. Assim como La Sylphide, Giselle apresentava um 1º ato realista, entre os camponeses, e o 2º ato mais fantástico. Ao invés das ninfas apresentadas no primeiro ballet, no segundo ato de Giselle surgiram novos seres imaginários, as Willis, que eram como ninfas más. Dos grandes nomes da primeira metade do século XIX, La Sylphide lançou Maria Taglioni, este ballet foi criado para ela, a mais perfeita bailarina romântica, harmoniosa, que parecia flutuar, portadora do tipo físico ideal ao romantismo. Giselle lançou Carlota Grisi, uma mulher com uma interessante história pessoal, inspiradora do ballet: foi profundamente amada por Julius Perrot, o coreógrafo do ballet, com quem viveu, e também foi musa inspiradora do Libretista dessa obra, Theóphile de Gautier, que morreu balbuciando seu nome. A segunda bailarina que estrelou Giselle foi Fanny Elssler, muito conhecida por seu estilo forte e voluptuoso. Este ballet romântico representa o maior de todos os testes para a bailarina até os dias de hoje.


A DANÇA PELA EUROPA

O romantismo marca também a queda da dança francesa. Nessa época, os grandes nomes, sejam coreógrafos ou bailarinos, circulavam por toda a Europa, e principalmente por São Petersburgo e Viena. Na Ópera de Paris nada de esplendoroso aconteceu, a não ser da criação de Le Corsaire, de Mazilier, em 1856, e Coppélia, de Arthur Sait-Leon, em 1870.

As bailarinas italianas espalhavam uma nova "moda": a dança mais acrobática, mais voluptuosa, como a de Fanny Elssler. Na Rússia, a monarquia dos Czares incentivava e investia na dança, como forma de mostrar seu poder e grandiosidade. Tal situação atraiu talentos de toda a Europa, que fugiam do mercantilismo e da conseqüente falta de investimento na dança.

O NEOCLASSICISMO NA DANÇA

Nijinsky e Pavlova
A partir do início do século XX, a influência do ballet russo se espalhou por toda a Europa. A grande expansão da dança russa se dá com Diaghilev, um amante das artes que organizou uma espécie de "grupo itinerante", que apresentava os ballets russos por todo o mundo. Com Diaghilev trabalharam alguns dos maiores nomes do século XX:
Michel Fokine (coreógrafo de Les Sylphides), Anna Pavlova, Nijinsky (grande bailarino e autor de peças como A Sagração da Primavera) e Balanchine (também coreógrafo e fundador do New York City Ballet).

Diaghilev acreditava que a dança deveria ser o encontro de todas as artes, e por isso os cenários das peças de seu grupo costumavam ter assinatura de grandes nomes, e as músicas eram de autoria dos novos talentos como compositores, como Stravinsky. Isso tudo sem contar com inovações como a valorização do corpo de baile, que então deixou de apenas figurar, ganhando mais números e destaque.

Enfim, foi graças a Diaghilev que a força da dança ressurgiu no ocidente, chamando a atenção do público (porque suas peças eram sempre ricas ou polêmicas) e dos novos talentos que surgiram a partir de então.
Era uma nova dança: extremamente virtuosa, com um toque de poesia, modernidade e inovação.

Nessa mesma época, um grupo sueco causa grande polêmica. Interessados em romper com as tradições, em 1920 Rolf de Maré e o coreógrafo Jean Börlin fundam um grupo cuja maioria provinha da Ópera Real de Estocolmo. Os suecos passaram 5 anos espalhando sua polêmica na Europa, participando da extraordinária criatividade de sua época e transformando o ballet em uma arte contemporânea. Suas peças mais marcante foram La Création du Monde, em 1923 e Relâche, em 1924, sendo que esta última foi a primeira peça de ballet que utilizava cinema (o filme entre'acte, de René Clair). Sendo assim, os suecos foram responsáveis pela introdução do cubismo no balé, utilizando até um cenário de Picasso no ballet Icaro.

Em 1925, não aguentando as pressões que sofriam, por problemas e contradições de sua arte (a técnica acadêmica clássica ainda era utilizada, com toda a sua rigidez, apesar de toda a maleabilidade de suas idéias, cenários e histórias) o grupo se dissolveu. Foi assim que a dança, ainda clássica, incorporou os ideais modernos. Através desses grupos, das concepções coreográficas de Balanchine, Fokine e Nijinsky, de bailarinas revolucionárias e marcantes como Anna Pavlova. As primeiras décadas do século XX se dividiram, assim, entre o brilhantismo acadêmico russo e as inovações dos grupos (russo e sueco) que percorreram o ocidente.

Dança Moderna


Baseado em registros feitos pelo homem através de desenhos de figuras humanas encontrados nas paredes e tetos das cavernas no período Paleolítico, podemos perceber que o homem já dançava. O homem pré-histórico dançava pela caça, colheita, casamento, cura, etc. Dançava em forma de ritual para tudo que tinha um significado.


Por isso podemos dizer que a Dança é1 a arte mais antiga que o homem experimentou e a primeira arte a vivenciar com o nascimento. Assim, o homem e a dança evoluíram juntos nos movimentos, nas emoções, nas formas de expressão e na arte de transformar os seres desse mundo.

Evoluíram também em conceitos, nos acontecimentos culturais e sociais que a dança, juntamente com o homem, mostravam através da intenção dos anseios e necessidades da humanidade. Dessa forma, caminhavam juntos revelando através da história a relação do homem com o mundo e seus diferentes modos de vida.

Seja na expressão de magia, ritual, cerimonial, expressão popular ou no prazer de se divertir, a dança sempre esteve envolvida com a forma de manifestação das vivências do homem no mundo e as influências que o mundo lhe apresentava.

No evoluir da dança, ela foi se misturando no cenário das antigas civilizações e se diversificando nas várias formas de interpretação e expressão. E essas danças foram deixando através dos tempos suas raízes com a possibilidade de outras nações posteriores estudá-las e apreciá-las.

A partir daí a dança inicia sua fase de corte em que se dançava com o intuito de satisfazer os nobres e agradá-los. Foi chamado de ballet de corte e é dessa dança que se origina o que hoje conhecemos como ballet clássico.

O ballet sofre mudanças, começa a ser apresentado nos palcos, a figura feminina começa ascender e os bailarinos se tornam profissionais. Logo surge o ballet romântico em que definitivamente o homem perde importância e começa a servir somente como apoio à bailarina. A característica principal do Romantismo no ballet é o uso das sapatilhas de ponta pelas bailarinas, onde a procura pelo chão foi trocada pela tentativa de “quebra” da gravidade por meio de saltos.

Quando, no século XIX alguns apreciadores da dança resolveram romper com a leveza e a estética do ballet clássico, surge a Dança Moderna, retornando aos movimentos ligados a terra. Dança Moderna é o termo surgido nos Estados Unidos para designar o contrário da dança acadêmica. Na verdade, engloba uma variedade de estilos que basicamente tem em comum não utilizar sapatilhas de ponta ou o vocabulário de dança clássica, buscando também temas mais identificados com sua época. Uma reação aos rigores do classicismo, procura maior identidade entre o palco e platéia, além de constante pesquisa de novos caminhos para a expressão através do movimento.

DANÇA MODERNA: PRINCIPAIS TEÓRICOS E ESCOLAS Escola Americana: A prática “real”, criação e evolução da dança começa entre o final do século XIX e início do século XX nos Estados Unidos.

François Delsarte (1811-1871): Foi o primeiro teórico da dança. Trabalhou a relação entre voz, gesto e emoção interior. Está aí a chave da dança moderna: A intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto. Fez com que a dança parecesse ter um só guia: a própria alma humana.

Ideais do Delsartismo:
Todo corpo é movimentado pela expressão que é a fonte e o motor do gesto, principalmente no torso (tronco).
Pela contração e pelo relaxamento dos músculos se obtém a expressão.
“Os três princípios de nosso ser: vida, mente e alma; formam uma trindade”- Tinha o objetivo de obter a partir de exercícios uma perfeita harmonia e por isso conduzir o homem a um alinhamento entre a expressão e o sentido.
Sua análise sobre anatomia e expressão humana, fundamenta-se em dois princípios: O Princípio da Correspondência (tendo sido criado à imagem divina, o homem manifestava-se em seu ser uma tripla causalidade) e o princípio da Trindade, superava a dualidade corpo-alma através da criação e do espírito, que entendia como sendo de uma mesma e única realidade .
Estrutura Típica - o corpo humano é composto de três zonas principais: a cabeça (intelecto); o tronco (emoções) e os membros (o que é propriamente físico ou animal)
Oposições, paralelismo e sucessões : as três grandes ordens do movimento.
Cada movimento corporal tem um sentido próprio que também corresponde a uma emoção específica.
Universalização do treinamento artístico através da elaboração de métodos que podem ser utilizados por qualquer pessoa independente de suas limitações físicas.
Todo homem é artista a partir do momento em que é humano.
A arte da dança é universal, criada pelo ser humano a partir das condições de sua própria existência.
Não há arte para o homem que não seja naturalmente humana.
Loie Fuller (1862–1928): Apesar de não ter deixado inspiração, escola, técnica ou teoria, teve uma pequena importância para os palcos: o efeito dos projetores de luz sobre os tecidos. Por toda sua vida estudou esses efeitos. De acordo com a sua forma, ela “esculpia a luz”.

Isadora Duncan (1877-1927): É a dançarina pioneira. Apesar de não ter deixado escola, Isadora ficou como inspiração para que outras personalidades fizessem da dança moderna um estilo de dança tão explorado e procurado atualmente. A técnica lhe parece sem interesse: fazer gestos naturais, andar, correr, saltar, mover seus braços, reencontrar o ritmo dos movimentos inatos no homem, perdidos há anos, escutar as pulsações da terra, obedecer às leis da gravitação, feitas atrações e repulsas, de atrações e resistências, conseqüentemente, encontrar uma ligação lógica, onde o movimento não pára, mas se transforma em outro, respirar naturalmente, eis o seu método. Costumava dançar de cabelos soltos, túnicas esvoaçantes e pés descalços, figurino este que horrorizava o público da época que era acostumado com sapatilhas, penteados e vestidos enormes. Para Isadora, o sentimento deveria ser expresso pelo corpo e pelo espírito.

Ruth Saint Denis (1878-1968): Ruth Saint Denis, denominada “The first lady of american dance” (A primeira dama da dança americana), faz chegar definitivamente o nascimento da dança moderna. Queria reencontrar o espírito de países e de técnicas de dança que quase nada conhecia. Apenas via vestígios das culturas pelas quais se interessava e a partir delas imaginava uma nova técnica na qual podia se dizer nova, pois cada movimento encontrava seu ponto motor no tronco. Ruth aprofundou-se na idéia de que dançar é exprimir a vida interior.

Ted Shawn (1891-1972): Marido de Saint Denis, de 1916 em diante, introduziu técnicas masculinas vigorosas para realçar a dança como uma carreira para homens. Isso rompia com a tendência admitida na época, destruindo o tabu da discriminação (inconsciente) sexual da dança.

Denishawnschool: Foi formada pelo casal Ruth Saint Denis e Ted Shawn em Los Angeles em 1914. Ted Shawn dedicou grande parte de seu tempo a Denishawnschool. Ali se tornou teórico de toda dança moderna, mostrando as relações entre pensamento, gesto e dança. Em primeiro lugar, a escola utiliza a ruptura completa com a dança acadêmica, utilizando as danças orientais, isso mesmo sem conhecer as técnicas e estilos em sua totalidade; apenas usando a essência e a sua imaginação. Por isso uma exigência de uma concentração total. A escola tinha o objetivo de dar uma formação que ultrapassasse o quadro da preparação corporal para atingir o conjunto da personalidade, inclusive a inteligência e a sensibilidade. Nos métodos, utiliza o treinamento da dança acadêmica descalço sem o uso da sapatilha de ponta (fazendo assim a formação rigorosa do corpo) e desde cedo apresentando-se em espetáculos nos palcos. Na técnica, utiliza o tronco como ponto inicial para qualquer movimento; busca reforçar a impulsão nervosa situada no plexo solar, fazendo com que todos os músculos estejam disponíveis para traduzir os impulsos interiores. Dentre as disciplinas que ensinava, estão: anatomia, música, cultura geral e treinamento corporal. Da Denishawnschool saíram Martha Graham e Doris Humprey, grandes nomes da dança moderna.

Doris Humprey (1895-1958): Consegue difundir as disciplinas coreográficas nas universidades americanas.

Martha Graham (1894-1991): Para Martha, o ser humano é a finalidade da ação coreográfica, confrontando com os problemas atuais do mundo. Buscou o movimento do espírito nas profundezas da alma, para mergulhar no desconhecido do ser. Queria, em seus espetáculos, que o espectador não somente acompanhasse a ação, mas penetrasse no mito e extraísse dele os elementos que lhe concernem pessoalmente, que o identificasse aos heróis.

Técnicas e movimento:
Seu gesto fundamental está no tronco e as duas palavras chave de sua técnica são: “Tension-release” (tensão e relaxamento), contrair os músculos e soltar a energia muscular.
O tronco é o centro do movimento que se expande para fora e para os outros músculos, até os membros.
A força do gesto acontece em torno da força da emoção.
O bailarino se transcende, a partir do movimento tem perspectivas espiritualistas e treinamento nervoso e corporal bem definido.
Ciência da respiração baseada em três pontos essenciais: inspiração-expiração; memória motora e movimento percurtante (poderoso movimento interrompido no auge para que provoque a imaginação do espectador quanto a sua total conclusão).
Merce Cunninghan (1914):Deu a origem ao Pós Moderno, que baseava-se em movimentos primitivos, sem intelectualidade e em que se voltassem para o ritual.

Escola Germânica:A história da dança moderna na Alemanha conta com a segunda geração expressionista que foi marcado pela primeira Guerra Mundial. Suas características são: O grotesco; A careta; Humor negro; Rejeição a qualquer espécie de folclore (germânico ou não).

Rudolf Von Laban (1879-1958):Escreveu muitos livros dando grande contribuição para a dança moderna. Acreditava no movimento como denominador comum de todas as ações humanas e na música como evitável na concepção da coreografia. Criou o movimento dentro da noção de espaço de um icosaedro (poliedro de 20 lados). Criou também a relação entre espaço (parceiro móvel do dançarino), movimento e peso (dinâmica do movimento sem “quebra da gravidade” com equilíbrios e desequilíbrios). E entre suas maiores criações estão a “Eukinetiks” (Eukinética= Belos movimentos) e a Labanotation2, sistema de notação coreográfica em gráficos.

Emiles Jacques Dalcroze (1865 – 1950): Criou a Eurritmia, (ginástica rítmica). Esse método foi criado para a aprendizagem da música. Consistia na expressão corporal como representante de ritmos musicais. Não havia sentimento, cada nota musical representava um movimento, é a tradução mecânica da música através do corpo.

HISTÓRIA DA DANÇA MODERNA NO BRASIL

A dança moderna no Brasil chega em 1932, com Ruth Rachou, que especializou-se na técnica de Martha Graham e também na ginástica de Pilates. Para ela, o pensamento tem que ser um exercício diário para o bailarino. Seu maior objetivo era difundir a técnica de Martha Graham no Brasil.

Porém o palco não aprecia esse novo modo de dançar, já que estavam muito fixados no ballet clássico.

Foi em meados de 1970 é que esse estilo se incorpora em alguns grupos de dança, com um restrito número de pessoas. Em meados da década de 80, não havia quase inovações na dança. Somente dança como relaxamento corporal, conhecimento do corpo como um todo. Já nos temas das coreografias, uma mistura de personagens e fatos brasileiros.

Mas foi na década de 90 que, com a pós-modernidade, a dança moderna se incorporou de vez, e com várias companhias muito importantes e nomes consagrados da dança moderna.

A dança no Brasil se tornou uma mistura entre dança moderna e contemporânea. Isso nos faz incluir algumas companhias de dança, que se encaixam nessa miscigenação. Ruth Rachou é uma das pioneiras da dança moderna no Brasil.

Grupos e personalidades em destaque

 
Grupo Corpo;
Cia Stagium;
Cia Déborah Colker;  
Grupo Raça;
Quasar Cia de Dança ;
Distrito Cia de Dança;
staccato Cia Dança 
Ismael Guiser


CARACTERÍSTICAS DA DANÇA MODERNA:


A intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto;
Reunião de todos os estilos de formas, movimentos e técnicas;
Fluxo de movimento que se estende por todas as articulações do corpo;
Linguagem do corpo inteiro;
Movimento predominantemente nas extremidades;
Pés nus (descalços);
Pés en dehors e en dedans (para dentro);
Pés têm pouca importância;
Ruptura da linha melódica;
Realismo psicológico;
Prende-se demais a moda, suas coreografias vivem apenas um ano;
Vive enquanto vive a angustia de nossa época. 
 
 
1DANÇA: Substantivo feminino- 1- Seqüência de movimentos corporais executados de maneira ritmada, em geral ao som de música. 2- A arte da dança. 3- Música que se destina a ser dançada. 2O ‘Labanotation’ (como é conhecido nos EUA) ou ‘Kinetography Laban’ (na Europa) é o sistema de notação mais difundido e o mais antigo. Foi criado em 1928 por Rudolf von Laban. O sistema de Laban parece mais difícil, por ser mais abstrato e menos pictórico. Ao invés de ‘desenhar’ os movimentos dos bailarinos o sistema cria uma espécie de alfabeto, em que uma série de indicações convencionais se cruzam com uma série de símbolos, representando os diferentes passos. Mas seus princípios são simples: uma linha vertical e central divide o corpo em lado esquerdo e direito. A localização do símbolo na coluna indica a que parte do corpo ele se refere. O tempo é determinado pelo tamanho dos símbolos dos movimentos: quanto maior o símbolo mais lento o movimento. A forma dos símbolos indicam as onze direções.E o hachuriado indica a posição do joelho: se em plié, esticado ou na ponta. Além disso, há indicações de intensidade do movimento. O método Laban é usado em várias companhias, principalmente inglesas.