sexta-feira, 25 de junho de 2010

Eliana Caminada


Entrevista com a Bailarina Eliana Caminada,Bailarina, coreógrafa e maîtresse-de-ballet, registrada pelo Ministério do Trabalho / http://www.elianacaminada.net

 

"Meu amor está alicerçado na convicção de que o ballet não é apenas uma arte universal e atemporal; ele é também uma técnica secular, que ainda não foi - e creio que nunca será - superada como instrumento para conferir ao corpo plasticidade, expressividade e autonomia.

A dança, pensada e aplicada como atividade subordinada a essa técnica baseada na razão e na imaginação criadora, é capaz de transformar a opção pelo palco numa realização corporal, espiritual e psicológica de prazer. Mais do que isso, o ballet, é uma dança profundamente reveladora do interior do artista, traiçoeira, até, quando nos julgamos senhores do que transmitimos. O ballet é a dança da honestidade, do longo e seguro caminho que envolve uma erudição quase purificatória.”

 

                                                                                                                                  Eliana Caminada

 

 

Entrevista:

 







 
 LB: Eliana com que idade sua história começou com o Ballet, e quando você percebeu que queria viver de dança, se tornar uma bailarina profissional?

EC: Comecei a estudar ballet – ballet mesmo, não baby-class ou pré-ballet – aos 5 anos de idade, com Sandra Dieken, até hoje uma espécie de mãe e professora. Atualmente, já não se indica o ensino da técnica de ballet clássico para crianças tão pequenas. 

Desde os 3 anos, quando assisti Coppélia, com o Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo Tamara Capeller no papel principal, eu quis estudar ballet. Mais: eu quis ser bailarina clássica.

Foi um encantamento definitivo, nunca pensei em ser outra coisa. Parece lenda, mas é a mais antiga recordação que tenho da minha infância, o que vale dizer que não me lembro da vida sem ballet. Aquele tutu, a bailarina na ponta, a música, a orquestra, a história do ballet, o prédio magnífico do Theatro Municipal, o rito que precede o espetáculo, tudo isso exerceu sobre mim, para sempre, um fascínio indescritível.





LB: Houve alguma influência familiar para que você se tornasse bailarina ou foi simplesmente sonho de criança?  Família, apoio incondicional, ou sua trajetória com a dança foi solitária como a de muitos jovens bailarinos que vemos hoje? E o você tem a dizer para estes jovens.

EC:  Houve sim, muito estímulo de meus pais, de minha família toda, no sentido de me apoiar na decisão de ser bailarina. Tive uma criação, sob o ponto de vista cultural, muito rica. Teatro de prosa, concertos, óperas, ballets, meus pais viam tudo e me levavam junto com eles. Li desde que aprendi a ler e isso me valeu quase que como uma formação superior. Ainda leio compulsivamente sobre tudo. 

Minha trajetória jamais foi solitária. 






LB: Você se formou na Escola Estadual de Danças Maria Olenewa. Quantos anos levou para se formar e quais foram os melhores e piores momentos na escola de danças?

EC: Eu me formei na EEDMO em muito pouco tempo. Entrei para o 2º ano médio, tirei grau 10.0 no exame final e pulei para o 1º ano técnico. Quando estava nesse ano do curso técnico o Corpo de Baile abriu concurso. Eu ia fazer 16 anos, mas prestei o concurso e fui aprovada em 2º lugar. Fui, então, liberada da Escola para cursar apenas as matérias complementares. No ano seguinte, 2º técnico, era estágio no Corpo de Baile. Formei-me nesse mesmo ano, dançando a 1ª variação de Paquita de Petipa/Balanchine. No ano seguinte eu prestei novo concurso para o Theatro e, dessa vez, fui aprovada na primeira colocação e tornei-me efetivamente bailarina do Theatro Municipal. 




LB: Sabemos que você se formou em outras escolas, conte um pouco para nós de como foi esse período de formação e quais foram essas escolas. 

EC:Estudei particularmente com Dina Nova, Nina Verchinina e Tatiana Leskova, que foi minha professora para sempre. Quando me casei com Eric Valdo ele também orientou minha carreira e me ensinou muito do que sei e do que consegui fazer no mundo da dança. Mas costumo dizer que completei minha formação como bailarina do Theatro Municipal. Um teatro com o perfil do Municipal enriquece qualquer biografia, completa qualquer formação. Lá dentro você vai ouvir, dançar, cruzar, olhar, um mundo, o mundo da arte cênica. É muito mais do que dançar ballet.

 





LB: Mestres foram muitos e significativos, mas nessa longa carreira tem sempre alguém que nos deixa recordações e ensinamentos que levamos para o resto da vida. Quem foram eles?

 

EC: Sinto profunda gratidão e carinho por William Dollar, um grande mestre e grande coreógrafo, e por Jorge Garcia, o diretor que, de fato, gostou de mim como bailarina. Gostaria de citar, também, Consuelo Rios, minha primeira professora na Academia Tatiana Leskova, e Renée Wells, que me orientou no ano que passei na Escola de Danças. 

 



LB:
Parceiros de Palco é assim que encontramos em uma das belas páginas do seu site:

 

 "No camarim, as rosas vão murchando

E o contra-regra dá o último sinal.

As luzes da platéia vão se amortecendo

E a orquestra ataca o acorde inicial.

No camarim, nem sempre há euforia

Artista de mim mesma, não posso fracassar.

Releio os bilhetes que pregados no espelho

Me pedem que jamais eu deixe de 'dançar'..."

                                                                                                                            HERMÍNIO Belo de Carvalho

 

 






LB:Quem foram eles e o que significaram para sua vida e carreira?

 

EC: Ah, eu amei meus companheiros de palco. Ficava, sempre, sinceramente encantada de vê-los, aplaudi-los da coxia, torcer por eles, dividir com eles expectativas, sonhos, sucessos, eventuais fracassos. Muito marcaram minha vida. Poderia mencionar Fernando Bujones e Gregory Ismailov, com quem dancei Coppélia na íntegra, e Eric Wenes, com quem dancei Flower Festival in Genzano, mas certamente, muito mais importantes em minha vida foram: Aldo Lotufo, nossa maior referência da dança masculina no Brasil, com que tive a honra de dançar no encerramento de sua carreira; Othon da Rocha Neto, um ser querido, grande intérprete, uma vocação para a dança; Fernando Mendes, um talento excepcional; Jair Moraes, querido primeiro-bailarino, mais que isso, sinônimo do Balé Guairá; Marcelo Misailidis, um sopro de juventude e talento nos últimos anos de minha carreira;Antonio Bento, meu maior e mais querido amigo, entre outros.  

 





LB: Ballets de repertório, muita gente não sabe o que é e não entende quando falamos deles. Conte sobre os ballets que dançou, os mais importantes, e como também é professora de história da dança explique para nossos leitores o que seria um ballet de repertório.

 

EC: Dancei muita coisa bela, mas guardo especial carinho por Coppélia, Les Sylphides e Giselle. A par desses clássicos de repertório, considero-me premiada por ter podido interpretar Romeu e Julieta de Maryla Gremo, uma grande e desconhecida coreógrafa do Theatro Municipal. Também não poderia deixar de mencionar as obras de Dollar, Magnificat de Oscar Araiz, os ballets que Eric criou para mim e clássicos como o pas hungrois de Raymonda. Pode-se considerar como ballet de repertório àquelas obras que adquiriram a condição de patrimônios da humanidade. Para isso, costuma-se considerar há quanto tempo a obra é encenada e por que companhias e bailarinos foi dançada. Um ballet criado há mais de 5 décadas, dançado no mundo inteiro, por grandes companhias profissionais e grandes bailarinos é, por certo, um ballet do repertório universal. Existem obras que só são encenadas em determinado país, são repertório local, não adquiriram caráter de universalidade. 




LB: Theatro Municipal RJ, uma grande história de amor entre você e esse lugar. O que o Theatro Municipal representou e representa na sua vida como bailarina?

 

EC: Não saberia separar minha vida totalmente do Theatro, até porque me casei com bailarino da casa, fiquei noiva na porta dos fundos do Theatro, ali realizei alguns de meus sonhos, recebi minhas primeiras flores e críticas como bailarina profissional, aprendi a maior parte do que hoje se constitui a minha bagagem artística. 

 





LB: Companheiros na vida e dança. Fale um pouco desses tantos amigos que contribuíram para sua vida na dança se tornasse mais feliz.

 

EC: Não dá, são muitos. Especialmente, e tenho medo de estar esquecendo amigos queridos, Karin Scholleterbeck, Norma Pinna, João Wlamir, Cesar Lima, Vera Aragão... E mais Aldo Lotufo, Cristina Martinelli, Regina Ferraz, Ana Botafogo, Nora Esteves, Chico e Melissa Timbó, Laura Prochet, Carlos Cabral, Lydia Costallet, ah, são tantos. Toda a turma do Teatro Municipal de Niterói, a turma que se formou na UniverCidade, composta de bailarinos dos teatros municipal do Rio e de Niterói, do Balé Guaíra, do Centro de Dança Rio, do Festival de Joinville.  Sem falar nos que já não estão entre nós. Nossa, ocuparia seu blog inteiro. 

 





LB: Eliana por Eliana, quem realmente é essa mulher bailarina maravilhosa que tantos já ouviram falar?

 

EC: Sou uma mulher que viveu intensamente, que não abriu mão de nada. Que se casou com um homem maravilhoso, meu companheiro há 43 anos, com quem tenho um filho, Roberto, que nos dará, agora, dois netinhos. Uma mulher que jamais colocou em dúvida sua escolha profissional, que mais do que talento ou atributos físicos tinha e tem vocação para a dança. Uma mulher que teve em seus pais e em sua família seu grande ponto de equilíbrio. 

Mas, sobretudo, uma mulher casada com a dança. Foi através do ballet que me fiz adulta, esposa, mãe, profissional, professora, cidadã.

 

 

 






LB: Para aqueles que estão começando, em sua opinião que caminho seguir para se tornar um bailarino (a) e o que não deve se fazer numa carreira como essa?

 

EC: Aos que estão começando eu diria que precisam perceber se realmente são vocacionados. Decidido isto, coloquem-se à disposição da dança, com humildade. Não tentem se impor à dança, mas que permitam que a dança aponte o  deseja de cada um de vocês. Que tentem entender se o seu lugar para melhor amar a dança é estar dentro ou fora dela, no palco ou na platéia. E que estudem, estudem, estudem. Leiam, leiam, leiam. Bailarinos têm fama de bonitos e nada pensantes. Precisamos mudar essa idéia, porque vivemos num mundo dominado pelo discurso acadêmico. E que estudem a história de sua profissão, que não se permitam não saber, não conhecer os grandes fatos da história, os grandes nomes, as grandes obras. Que saibam como chegamos até aqui.


O que não se deve fazer? Encarar a dança como uma ginástica, uma mera superação de marcas atléticas. Ballet é arte, é sensibilidade, é poesia, não é pernas na cabeça, quantidade de giros, virtuosismo gratuito, fogos de artifício. Olhem para Cecília Kerche. Ali estão os atributos físicos à serviço da qualidade da arte de dançar. 

 





LB: Eliana homenageia....

EC: Os bailarinos brasileiros. 








LB: Uma mensagem especial aos amantes da dança no mundo.

 EC: O ballet é uma arte viva da criação, talvez a maior criação do homem. O ballet não morrerá jamais e, se existir paraíso, haverá ballet nele. 

                                                                                                                             Eliana Caminada

                                                                                                                              c/ amor Luiza Bandeira

domingo, 20 de junho de 2010

A dança de Nina Verchinina

 Nina Verchinina 



Trecho extraído da dissertação de mestrado “Nina Verchinina e a danca moderna brasileira”, defendida pela pesquisadora Beatriz Cerbino. - PUC SP.

Reconhecida como uma das principais figuras no desenvolvimento da dança moderna no Brasil,Nina Verchinina (1910-1995) foi uma referência para bailarinos e criadores nas décadas de 1960 e 1970. As propostas que apresentou para a construção de um corpo - formas, seqüências e possibilidades de deslocamento no espaço - marcaram fortemente a dança aqui produzida.

A singularidade de sua trajetória, desde sua infância nas plantações de chá da China, passando pela adolescência e vida adulta em países da Europa, das Américas e da Oceania, até sua chegada à cidade do Rio de Janeiro, em 1954, assim como as diferentes fases que aqui viveu e vivenciou, são reconhecíveis na técnica de dança que desenvolveu. O corpo por ela construído abriga informações advindas dos múltiplos ambientes que proporcionaram a diversidade de instruções a que teve acesso.
A partir de um corpo com formação eminentemente clássica - Verchinina estudou balé com Olga Preobrajenska (1871-1962) e Bronislava Nijinska (1891-1972) -, criou e instaurou novos códigos corporais, elaborando e refinando seu próprio vocabulário ao longo de décadas de experimentação e pesquisa. A técnica da dança moderna que elaborou atendeu suas necessidades de bailarina e criadora que não encontrava nas técnicas existentes da época formulações que se adequassem aos movimentos e formas que buscava imprimir no espaço.
Apesar de sua formação clássica e de usar elementos do balé em suas aulas, como as posições básicas dos pés os grands battements, os ronds-de-jambes e até mesmo os pas de bourrés, Verchinina tinha clareza da necessidade de um outro tipo de corpo para um outro entendimento do movimento, para que as pessoas pudessem dançar o que ela elaborava coreograficamente. Assim, desenvolveu sua técnica, elaborando e organizando suas pesquisas em busca de uma formulação que permitisse entender o corpo não decomposto em partes, como ela identificava o corpo construído pelo balé, mas apresentando-se como um todo capaz de se mover em bloco pelo espaço. Ou seja, o corpo não entraria e se deslocaria no espaço de maneira sucessiva, com uma parte após a outra em movimentos quebrados, mas sim simultaneamente, criando momentos de total conjunção entre cabeça, tronco e membros.
Assim, a partir de uma formação em dança essencialmente clássica, Verchinina alcançou um outro patamar em sua trajetória: além da mestra que ensinava, como aquelas com quem estudou, tornou-se também uma mestra que inventou, elaborando um corpo para dançar com características e formas independentes daquelas apresentadas pelo balé.
Nina Verchinina foi capaz, antes de tudo, de imprimir em suas coreografias e nos corpos de seus bailarinos uma assinatura; criando, dessa maneira, uma fonte de permanência para seu pensamento, para suas idéias acerca de sua dança. Idéias que ganham concretude em movimentos e gestos, criando e reinventando paisagens que se materializam no tempo, no espaço e no corpo.


“A dança de hoje tem que refletir aquilo que se vive, que acontece no mundo e por
dentro de cada ser” (PORTINARI, 1972).
Frase retirada do texto “POR UMA GENEALOGIA MODERNO-EXPRESSIONISTA
DA DANÇA DE NINA VERCHININA” de Claudia Petrina.

Ritmos de aula

Sugestões para ritmos de aula.

Iniciantes ou Intermediárias:


Barra

Pliés- valsa e adágio

Battements tendu- 2/4 ou polca

Battements jeté- 2/4

Rond de jambe à terre- valsa lenta

Retirés- marcha

Adagio- adagio ou valsa

Grand battements- marcha

Centro


Port de bras- adagio simples

Battement tendus- 2/4 ou 4/4

Pas de Bourré ( exercicios similares)- mazurka ou polka 2/4

Saltos Pequenos- allegros 2/4 ou 6/8

Grandes saltos- valsa

Diagonais

Deboulés, Piqués e outros- galope

pontas- 6/8


Avançadas

Barra


Pliés- valsas lentas

Battement tendu (lento)- valsa lenta

Battement tendu (mais rápido)- 4/4

Battement jeté- 2/4 normal

Battement jeté em 1ª - 6/8

Fondus- valsa lenta ou tango

Rond de jambe à terre- valsa lenta

Frappés- 2/4 ou mazurka ou estudos

Rond jambe en l'air - valsa rápida

Adagio- adagio

Petits battements- 2/4

Grands battements- marcha ou valsa rápida

Pied la barre- valsa lenta ou adagio

Centro

Port de bras- adagio-  6/8 ,  2/4,  4/4 , 3/4

Battements tendus- 2/4 ou valsa mais rápida

Pirouettes- valsa

Pequenos saltos- 6/8 - polka - 2/4 - alegro

Grandes saltos- valsas brilhantes




Sapateado



O sapateado


Sem registros históricos que possam precisar datas e locais, sabe-se muito pouco a respeito das origens do sapateado: algumas das suas primeiras manifestações datam de meados do século V. Posteriormente, desenvolveu-se a partir do período da primeira Revolução Industrial. Os operários costumavam usar tamancos (clogs) para isolar a humidade que subia do solo e, nos períodos livres, reuniam-se nas ruas para exibir sua arte: quem fizesse o maior e mais variado número de sons com os pés, de forma mais original, seria o vencedor. Por volta de 1800 sapatos foram adaptados especialmente para esta dança. O calçado era mais flexíveis, feito de couro, e moedas eram fixadas à sola, para que o som fosse mais limpo. Mais tarde, finas placas de metal (taps) passaram a ser fixadas no lugar das moedas, o que aumentou ainda mais a qualidade do som. 

Nos Estados Unidos desenvolveu-se o chamado sapateado americano, introduzido no país por volta da primeira metade do século 19, na fusão que uniu ritmos e danças dos escravos, que já possuiam um estilo de dança próprio baseado nos sons corporais, com os estilos de sapateado praticados pelos imigrantes irlandeses e colonizadores ingleses.

A forma irlandesa do sapateado - também chamada de Irish Tap Dance - concentra-se nos pés, o tronco permanece rígido; já os americanos realizam sua Tap Dance esbanjando ritmos sincopados e movimentos com o corpo todo, abrindo a dança para o estilo próprio de cada executor. O sapateado americano acresecentou à forma irlandesa da dança toda a riqueza musical e de movimentos dos ritmos dançados pelos africanos e com isso criou uma modalidade de dança ímpar e que se espalharia, posteriormente, por todo o território dos EUA e, durante o século XX, diversos outros países.

A partir da década de 30 o sapateado ganhou força e popularidade com os grandes musicais, que contavam com a participação de nomes como Fred Astaire, Gene Kelly, Ginger Rogers, Vera-Ellen e Eleanor Powell. Depois de um período de declínio do final da década de 50 ao inicio dos anos 70, nomes como Gregory Hines e, em especial, Brenda Bufalino (diretora da American Tap Dance Foundation) revitalizaram o sapateado americano, impulsionando toda uma nova geração, de onde surgiram nomes como o do grande astro Savion Glover, recentemente coreógrafo dos pinguins do filme Happy Feet.

Profissionais de sapateado americano realizam periodicamente workshops e shows internacionais, levando a arte do sapateado para diversos países: além da Irlanda e Estados Unidos, países como França, Austrália, Alemanha, Espanha, Israel e Brasil possuem grupos, coreógrafos e estúdios de sapateado de expressão. O Brasil, em particular, recebe anualmente diversos profissionais americanos como forma de intercâmbio entre os grandes mestres da tap dance e os diversos núcleos de sapateado existentes por todo o território nacional.

 Um pouco da história:

Quando o primeiro navio negreiro aportou nos Estados Unidos trouxe em seus porões não só o homem-escravo mas toda a herança da Àfrica, seus rituais, suas danças religiosas e sobretudo os inatos ritmus de raça. A lei de 1740, que proibiu o bater de tambores, o soar de cornetas e semelhantes, acelerou o processo de adaptação do negro à sociedade americana. Suas danças continuaram. Além do spirituaks, eles dançavam ao som do banjo, de palmas e de seus próprios passos, que proporciavam um acompanhamento natural ao se arrastarem no chão e ao baterem as pontas e os calacnhares.

O sapateado surgiu assim ao arrastar e bater dos pés .

Grandes Coreógrafos da Dança no mundo!



Lista de coreógrafos famosos:

(foto- Marius petipa)

Albertina Rasch – Áustria / Estados Unidos

Bob Fosse – Estados Unidos


Bronislava Nijinska – Rússia


Busby Berkeley – Estados Unidos


Carlinhos de Jesus – Brasil

Deborah Colker – Brasil


Friedrich Albert Zorn – Alemanha


Felipe Mendes – Brasil

George Balanchine – Rússia / Estados Unidos


Herbert Ross – Estados Unidos


Jaime Arôxa – Brasil


João Hydalgo – Portugal


Klauss Vianna – Brasil


Karla Costa – Brasil


Lennie Dale – Estados Unidos / Brasil


Lourdes Bastos – Brasil




Madalena Victorino – Portugal


Márcia Haydée – Brasil


Maria Duschenes – Hungria / Brasil


Marilena Ansaldi – Brasil


Marius Petipa – França / Rússia


Martha Graham – Estados Unidos


Maurice Béjart – França


Merce Cunningham – Estados Unidos


Michel Fokine – Rússia


Olga Roriz – Portugal


Pina Bauch – Alemanha


Renée Gumiel – França / Brasil


Rodrigo Pederneiras – Brasil


Roland Petit – França


Rudolf Laban – Hungria



Tatiana Leskova – Rússia / Brasil


Teresa Ranieri – Itália


Vaslav Nijinsky – Rússia


Victor Navarro Capell – Espanha


William Forsythe – Estados Unidos

Dança....


A dança é uma das três principais artes cênicas da Antiguidade, ao lado do teatro e da música. Caracteriza-se pelo uso do corpo seguindo movimentos previamente estabelecidos (coreografia) ou improvisados (dança livre). Na maior parte dos casos, a dança, com passos cadenciados é acompanhada ao som e compasso de música e envolve a expressão de sentimentos potenciados por ela.


A dança pode existir como manifestação artística ou como forma de divertimento e/ou cerimônia. Como arte, a dança se expressa através dos signos de movimento, com ou sem ligação musical, para um determinado público, que ao longo do tempo foi se desvinculado das particularidades do teatro.

Atualmente, a dança se manifesta nas ruas em eventos como "Dança em Trânsito", sob a forma de vídeo, no chamado "vídeodança", e em qualquer outro ambiente em que for contextualizado o propósito artístico.

História da dança


A história da dança cênica representa uma mudança de significação dos propósitos artísticos através do tempo.

Com o Balé Clássico, as narrativas e ambientes ilusórios é que guiavam a cena. Com as transformações sociais da época moderna, começou-se a questionar certos virtuosismos presentes no balé e começaram a aparecer diferentes movimentos de Dança Moderna. É importante notar que nesse momento, o contexto social inferia muito nas realizações artísticas, fazendo com que então a Dança Moderna Americana acabasse por se tornar bem diferente da Dança Moderna Européia, mesmo que tendo alguns elementos em comum.

A dança contemporânea como nova manifestação artística, sofrendo influências tanto de todos os movimentos passados, como das novas possibilidades tecnológicas (vídeo, instalações). Foi essa também muito influenciada pelas novas condições sociais - individualismo crescente, urbanização, propagação e importâncias da mídia, fazendo surgir novas propostas de arte, provocando também fusões com outras áreas artísticas como o teatro por exemplo.

Dança e educação

Rodrigo Amorim(2000) considera a educação como evolução e transformação do indivíduo, considerando a dança como um contínuo da Educação Física, expressão da corporeidade e considerando o movimento um meio para se visualizar a corporeidade dos nossos alunos, a dança na escola deve proporcionar oportunidades para que o aluno possa desenvolver todos os seus domínios do comportamento humano e, através de diversificações e complexidades, o professor possa contribuir para a formação de estruturas corporais mais complexas. O educador físico se utiliza da dança mas no aspecto biológico que é sua área de atuação.

É preciso deixar claro que professor de educação física não é professor de dança. Apesar deste profissional se utilizar da dança como instrumento, em academias de ginástica para obter condicionamento físico e melhorar a qualidade de vida por exemplo. Os cursos de Educação Física não formam ou qualificam profissionais de dança, seja o artista bailarino, dançarino ou coreógrafo, muito menos professor destas atividades artisticas.

É preciso que os profissionais de educação física tenham este respeito ético, pois não são artistas muito menos professores de qualquer atividade artística inclusive de dança.

O ensino da dança nas escolas brasileiras deve ser abordado dentro do conteúdo Artes, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (fonte www.mec.gov.br) constitui componente curricular obrigatório, contemplando para o ensino fundamental Artes Visuais, Dança, Música e Teatro, e, para o ensino médio, além destas linguagens já citadas, há a inclusão das Artes Audiovisuais. 

A abordagem da dança dentro do contexto da educação física é complementar e deve auxiliar no preparo físico para que os profissionais de artes possam atuar.

A dança é uma área de conhecimento autônoma, até mesmo dentro das Artes, e é preciso ser respeitada e reconhecida como tal. A formação para professores e artistas de dança é adquirida nos cursos superiores de dança (bacharelados e licenciaturas) e a profissão é regulamentada pela Lei 6.533/78 a Lei do Artista.

Classificação e gêneros

Várias classificações das danças podem ser feitas, levando-se em conta diferentes critérios.


Quanto ao modo de dançar:


dança solo (ex.: coreografia de solista no balé, sapateado);

dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, forró etc)
dança em grupo (ex.: danças de roda, sapateado).


Quanto a origem:


dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado etc);
dança histórica (ex.: sarabanda, bourré, gavota etc);
dança cerimonial (ex.: danças rituais indianas);
dança étnica (ex.: danças tradicionais de países ou regiões).


Quanto a finalidade:


dança erótica (ex.: can can, striptease, pole dancing);
dança cênica ou performática (ex.: balé, dança do ventre, sapateado);
dança social (ex.: dança de salão, axé);
dança religiosa/dança profética (ex.: dança sufi).

lista  de danças:


Acadêmica
Baião
Balé
Bharathanatyam
Bolero
Break
Bugio
Caboclinho
Calango
Cana-Verde
Capoeira
Carimbó
Catira
Cavalo-marinho
Cha-cha-cha
Chamamé
Chotiça
Chula
Ciranda
Coco
Corridinho
Dança contemporânea
Dança Eletrônica
Dança da enxada
Dança das fitas
Dança de roda
Dança de rua
Dança de São Gonçalo
Dança do dragão
Dança-do-lelê
Dança do leão
Dança do ventre
Dança profética
Electro
Fandango
Flamenco
Forró
Frevo
Funk
Habanera
Hip hop
Hopak
Jazz
Jerk
Jongo
Kizomba
Krump
Kuduro
Lambada
Lundu
Malhão
Maracatu
Marcha gaúcha
Mambo
Makulele
Maxixe
Melbourne Shuffle
Merengue
Moçambique
Pagode
Pasodoble
Polca
Pousade
Quickstep
Rancheira
Rebolation
Reggae
Rock and Roll
Rumba
Saias
Salsa
Samba
Samba de gafieira
Soltinho
Sapateado
Siriquité
Soca
Tango
Valsa
Vira
Verde-gaio
Xaxado
Xote
Zouk

Fernando Bujones



Fernando Bujones (Miami, 9 de março de 1955 — Miami, 10 de novembro de 2005) foi um bailarino estadunidense.


Nascido em Miami, Florida, de pais cubanos, Bujones era considerado um dos maiores bailarinos do século XX e aclamado como grande bailarino estadunidense de sua geração.

Suas primeiras aulas formais de balé foram no Cuban National Ballet de Alicia Alonso por um ano e meio. Em 1967 recebeu um bolsa de estudos na American Ballet, a escola oficial do New York City Ballet Company. Estudou ali durante cinco anos; seus professores eram alguns dos mais renomados instrutores de balé do mundo, como Stanley Williams, André Eglevsky, e José Imendez, seu instrutor particular.

Juntou-se ao American Ballet Theatre, uma das mais proeminentes companhias de danças do mundo, em 1972. No ano seguinte tornou-se solista, e em 1974, principal bailarino e, aos 19 anos, não só se tornou um dos mais jovens bailarinos principais do mundo, mas também um dos mais jovens da história do ABT. Foi durante aquele período que Mikhail Baryshnikov desertou da União Soviética e foi admitido pelo ABT, em 1974. Trabalharam juntos como bailarinos por seis anos, após os quais Bujones começaria a trabalhar sob direção artítista de Baryshnikov.

Durante sua carreira de 30 anos como dançarino, atuou como artista convidado em 34 países e em mais de 60 companhias, como American Ballet Theatre, The Royal Ballet, Balé de Stuttgart, Ópera de Paris, The Royal Danish Ballet, Scala de Milão, The Vienna State Opera Ballet, The Australian Ballet, The National Ballet of Canada, Boston Ballet, entre outros. Compôs duplas com muitas das mais celebradas bailarinas do século XX como Dame Margot Fonteyn, Natália Makarova, Carla Fracci, Cynthia Gregory, Marcia Haydee, Gelsey Kirkland, e Marianna Tcherkassky.

Foi diretor artístico adjunto durante um ano na década de 80 do corpo de balé do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi casado com Márcia Kubitschek, filha do ex-presidente Juscelino Kubistchek. E com ela teve sua única filha Alejandra.

Estava atualmente casado com Maria Bujones e era diretor artístico do Orlando Ballet in Orlando. Morreu de melanoma em 10 de novembro de 2005 em Miami, Flórida.

Em 2009 o livro Fernando Bujones: An Autobiography  e o documentário The Extraordinary Journey of Fernando Bujones  foram lançados. O livro escrito por Bujones até a sua repentina morte conta a trajetória de sua vida e carreira. A crítica especializada da revista Dance Europe descreveu o livro como uma "excelente leitura" e "a história de Bujones lê-se como um roteiro de filme sobre o tema do sonho Americano!"

Site oficial do bailarino: http://www.fernandobujones.com

Site oficial do Orlando Ballet:http://www.orlandoballet.org


domingo, 23 de maio de 2010

Nina Ananiashvili & International Stars, Vol1

  1. Le Spectre de la Rose
  2. Swan Lake (Act II)
  3. Le Corsaire
  4. The Flower Festival at Genzano
  5. The Sleeping Beauty (Act III)
  6. The Dying Swan
  7. The Nutcracker (Act II)
  8. La Bayadère
  9. La Sylphide
  10. Swan Lake (Act III)
  11. Moods
  12. Gopak
  13. Giselle
  14. Don Quixote

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Li Cunxin





Li Cunxin nasceu em 26 de janeiro de 1961 perto de Qingdao na província de Shandong.


Aos onze anos entrou para a Academia de Dança de Madame Mao, no regime comunista de Mao.

Se destacou, numa carreira internacional.Li Cunxin teve de viver uma dura vida em sua casa pois

era muito pobre e nao tinha quase nada que comer e também na Academia de Dança de

Pequim,treinou muito para que ser tornasse um grande bailarino.

Um dia,na escola,estava prestando atençao mais nos passaros do que na aula,quando viu entrar um

dos guardas de Mao em sua sala de aula,estavam selecionando alunos com talento pra ingressar na

Academia De Dança de Pequim,viu um de seus colegas sendo selecionados,quando sua prfessora

tocou no ombro de um dos guardas apontando pra um menino,Li Cunxin,dizendo:"Que tal aquele ali?

entao o guarda o olha e diz:"Certo,ele pode vir também".Foi ai que a vida de Li Cunxin mudou

pra sempre.

Na Academia de Dança de Madame Mao conheceu varias pessoas que o ajudaram a realizar seu sonho como o professor Xiao,seu amigo apelidado por "Bandido" e varios outros.


No Ocidente

Li Cunxin fora um dos dois alunos indicados para um treinamento intensivo de 6 meses nos Estados Unidos dentro da Houston Ballet Academy, onde conquistou a admiração dos ocidentais. Maravilhou-se com toda aquela riqueza, tornando a volta aos EUA seu objetivo. Encantou-se com a liberdade de expressão do povo e tentou entender por que razão Mao e a Gangue dos Quatro contavam tantas mentiras sobre a vida no Ocidente. Foi-lhe dito que a pobreza mais cruel e extrema era vivida pela população e que sua vida na China era excelente em comparação. A partir deste momento, percebera que fora enganado pela propaganda e toda a liberdade e riqueza prometidos na China eram falsos. Casou-se com Elizabeth e tornou-se cidadão americano, desertando a China. Foi, então, perseguido pelas autoridades chinesas e proibido de voltar à sua terra natal e também de comunicar-se com seus professores, amigos e familiares. Muitos anos após se divorciar de Elizabeth, casou-se com Mary, sua partner de dança. Dedicou-se com ainda mais afinco ao balé e participou de torneios internacionais, conquistando a fama em todo o mundo.

sábado, 16 de janeiro de 2010

História da Dança( resumo)

Pré-História

A dança foi uma das primeiras formas de expressão artística e pessoal. Pinturas de dançarinos foram encontradas em paredes de cavernas na África e no sul da Europa na pré-história. Estas pinturas podem ter mais de 20 mil anos. As cerimônias religiosas que combinavam dança, música e dramatizações, provavelmente desempenharam um papel importante na vida do homem pré-histórico. Estas cerimônias devem ter sido realizadas para reverenciar os deuses e pedir-lhes mais sucesso nas caçadas e lutas. As danças também podiam realizar-se por outras razões: como nascimento, curar um enfermo ou lamentar uma morte.

Os sociólogos acreditam que a dança exerceu um papel importante na caça e em muitas outras atividades da vida pré-histórica. Os cientistas estudam as danças de várias culturas porque as formas de dança de um povo podem revelar muita coisa sobre seu modo de vida.

 

Idade Antiga

Tanto as danças sagradas como as profanas existiam na Antigüidade, principalmente nas regiões junto ao mar do Mediterrâneo e no Oriente Médio. As pinturas, esculturas e escritos do antigo Egito fornecem informações sobre os primórdios da dança egípcia. Este povo dedicava-se principalmente à agricultura, por isso suas festas religiosas mais importantes se concentravam em danças para homenagear Osíris, o deus da vegetação. A dança também servia como entretenimento. Os escravos, por exemplo, dançavam para divertir as famílias ricas e seus convidados.

Os gregos antigos consideravam a dança essencial para a educação, para o culto e para o teatro. O filósofo grego Platão aconselhava que todos os cidadãos gregos aprendessem a dançar para desenvolver o autocontrole e o desembaraço na arte da guerra. Danças com armas faziam parte da educação dos jovens de Atenas e Esparta. Danças sociais eram realizadas em ocasiões festivas.

As danças religiosas desempenharam importante papel no nascimento do teatro grego. No século IV a.C., peças de teatro chamadas tragédias tiveram origem numa cerimônia de hinos e danças em homenagem a Dionísio, o deus do vinho. A emélia, uma dança cheia de dignidade executada nas tragédias, compreendia uma série de gestos conhecidos. Um bailarino experiente podia relatar todo o enredo da peça através desses gestos. As peças humorísticas chamadas sátiras, e as comédias gregas, incluíam músicas alegres.

Quando os romanos conquistaram a Grécia, em 197 a.C., tinham adquirido grande parte da cultura grega, inclusive a dança. Os artistas romanos dançavam ao mesmo tempo que faziam números de acrobacia e mágica. Alguns romanos importantes, apesar da popularidade da dança , a desaprovavam. Cícero, o famoso orador dizia: "Nenhum homem dança, a menos que esteja louco ou embriagado".

Muitas tribos da América do Norte dançavam para pedir chuvas e uma boa colheita. Várias danças religiosas ainda são realizadas atualmente.

Na Austrália, algumas tribos de aborígenes seguem o antigo costume de imitar os gestos da caça durante uma dança religiosa realizada antes da caçada. Em alguns vilarejos ingleses, as crianças dançam em torno de um mastro com fitas numa festa para celebrar a chegada da primavera, no dia 1 de maio. Esse costume vem das antigas danças religiosas dos romanos, que dominavam a Inglaterra do ano 43 d.C. até princípios do século V. No dia 1 de maio os romanos cultuavam Flora, a deusa romana da primavera, dançando em torno de um mastro enfeitado com flores.

Idade Média

Durante a Idade Média, aproximadamente do século V até o século XIV, o cristianismo tornou-se a força mais influente na Europa. Foram proibidas as danças teatrais, por representantes da Igreja, pois algumas delas apresentavam movimentos muito sensuais. Mas os dançarinos ambulantes continuaram a se apresentar nas feiras e aldeias mantendo a dança teatral viva. Em torno do século XIV, as associações de artesãos promoviam a representação de elaboradas peças religiosas, nas quais a dança era uma das partes mais populares. 

Quando ocorreu a peste negra, uma epidemia que causou a morte de um quarto da população, o povo cantava e dançava freneticamente nos cemitérios; eles acreditavam que essas encenações afastavam os demônios e impediam que os mortos saíssem dos túmulos e espalhassem a doença. Isto ocorreu no século XIV.

Durante toda a Idade Média, os europeus continuaram a festejar casamentos, feriados e outras ocasiões festivas com danças folclóricas, como a dança da corrente, que começou com os camponeses e foi adotada pela nobreza, numa forma mais requintada, sendo chamada de carola. No final da Idade Média a dança tornou-se parte de todos os acontecimentos festivos.

Renascimento

A Renascença, que começou na Itália em torno de 1300 e espalhou-se por quase toda a Europa, por volta de 1600, foi um período de grande desenvolvimento cultural. Na Itália, os nobres contratavam mestres de dança profissionais para criar espetáculos de corte que incluíam danças chamadas balli ou balletti. Compositores importantes compunham a música e artistas de grande talento, inclusive Leonardo da Vinci, criavam as roupas e efeitos especiais, para os membros da corte poderem oferecer espetáculos uns aos outros.

Catarina de Médicis, membro da família que governava Florença, na Itália, tornou-se rainha da França em 1547,e levou para a corte francesa a dança e os espetáculos italianos. Para um casamento real em 1581, Catarina contratou um grupo de artistas italianos para ir a Paris e criar o magnífico Balé Cômico da Rainha, que pode ser considerado a primeira forma de balé. Ela foi muito imitada em toda a Europa.

Além de produzir espetáculos, os mestres de dança ensinavam danças sociais à nobreza, como por exemplo a saltitante galharda, a solene pavana e a alegre volta. A dança tinha também um significado filosófico durante a Renascença: muitas pessoas acreditavam que a harmonia de movimentos da dança refletia a harmonia no governo, na natureza e no universo.

O Rei Luís XIV da França, que viveu de 1638 a 1715, incentivou muito o desenvolvimento do balé. Seu apoio às artes tornou a França, o centro cultural da Europa. Ele próprio dançou entusiasticamente, durante 20 anos, nos balés da corte. Um dos seus papéis favoritos, o de Apolo, deus grego do sol, deu-lhe o apelido famoso de "Rei Sol".

Em seu reinado, o balé veio a ter seus próprios intérpretes profissionais e a seguir um sistema formal de movimentos. Aos poucos, os bailarinos foram se transferindo da corte para ao teatro. O teatro tinha um arco de proscênio, que emoldurava o palco e os separava do público.

 

Romantismo

O Romantismo foi um movimento artístico que deu grande importância à individualidade e à liberdade de expressão pessoal. Até então, a maioria dos balés girava em torno dos deuses e deusas, mas com o Romantismo passaram a tratar de pessoas comuns. Muitos enredos de balés do século XIX tinham como personagens seres imaginários, como fadas e silfides.

No século XIX, grande parte das danças sociais que se popularizaram na Europa e na América começou com o povo. Outra vez , a nobreza em vez de lançar moda imitava os camponeses que dançavam valsas e polcas.

Idade Moderna

A dança, desde 1900, vem apresentando uma grande variedade de estilos e muitas formas experimentais, que começaram com a dança moderna, baseada na liberdade de movimentos e expressão. Atualmente, os estilos de balé incluem elementos de jazz, dança moderna e rock. A dança teatral obteve o seu maior sucesso comercial nos filmes e comédias musicais.

Grande número de novas danças populares surgiram e desapareceram no século XX. Em torno de 1900, surgiu o cadewalk, com seus passos altivos e pomposos. Alguns anos mais tarde, surgiu o tango, depois o charleston (1920), nas décadas de 1930 e 1940 dançava-se o jitterbug e o swing. Surgiu então o rock'n roll em meados de 1950 e com o seu surgimento, os estilos de dança popular tornaram-se mais desenvoltos. Nas décadas de 1960 e 1970, os negros criaram o twist, o hustle e muitas outras danças que os brancos adotaram com entusiasmo. Nestes últimos tipos de dança, os pares dançam juntos e obedecem a uma seqüência marcada de passos. A dança é uma forma de arte que cresce a cada dia, sempre e em todo lugar estão surgindo novas danças, novos ritmos e novas combinações de passos.

A dança contemporânea é tudo aquilo que se faz hoje dentro dessa arte, não importa o estilo, procedência, objetivos nem a forma. Para ser contemporâneo não é preciso buscar novos caminhos. São contemporâneos tanto os coreógrafos que usam a técnica de Balanchine ou Béjart, como os que se inspiram em Martha Graham; eles se inspiram em qualquer fonte: sua visão pessoal, a literatura e suas observações.

A dança caminha ao lado da humanidade e de seus progressos, há uma grande riqueza à disposição do público, desde as grandes obras românticas até o modernismo, passando pelas danças folclóricas e as religiosas. Não é mais uma arte de elite mas se transformou num meio de diversão de todas as classes, já que é apresentada além do teatro, em televisão, cinemas e praças.

TIPOS DE DANÇA

BALÉ CLÁSSICO

Como outras formas de dança, o balé pode ter um enredo, expressar os sentimentos ou só refletir a música; entretanto, neste tipo de dança é muito exigida a técnica e a perícia do bailarino. Os bailarinos parecem ignorar a lei da gravidade, quando flutuam pelo espaço em saltos longos e lentos. Usando simplesmente o corpo, os bailarinos conseguem expressar as mais variadas emoções e formam belas e harmoniosas expressões artisticas. A técnica do balé é chamada clássica, porque salienta essa pureza e harmonia de expressão.

Como a técnica do balé foi criada na França, até hoje são usadas em todo mundo palavras francesas para designar passos e posições do balé.

Os bailados são encenados e apresentados por companhias de balé, quando ela decide encenar um determinado bailado, seu diretor artístico procura criar um trabalho harmonioso,combinando todos os elementos do balé: dança, música,cenário e guarda-roupa, todos baseados no enredo ou espírito do balé. Ë formada uma equipe : coreógrafo ( aquele que cria os movimentos e passos dos bailados e os ensina aos bailarinos ),compositor, cenógrafo e figurinista.

 

 

                                                     GRANDES COMPANHIAS DE DANÇA

A alma fala através do corpo. Bailarinos, ginastas, lutadores buscam a perfeição na execução de movimentos com o corpo. Confira como essas personalidades expressam suas emoções através da arte, do esporte ou até mesmo no lazer.

BOLSHOI BALLET

Companhia de balé russa, sediada em Moscou e formada em 1776, famosa por um estilo de dança atlético e vigoroso. O balé de Bolshoi começou como uma escola de dança em 1773. No início do século XX, a companhia introduziu um realismo dramático nos balés clássicos. Em 1930 foi a vez de entrarem danças folclóricas em seu repertório. O Bolshoi sempre é aclamado pelo seu magistral conjunto, uniformidade de movimentos e realismo em cenários e figurinos. As produções mais aclamadas incluem versões modernas como, "Spartacus", e também clássicos como "Lago dos Cisnes" e "Giselle".

ROYAL BALLET

Companhia nacional de balé inglesa, fundada em 1931 por Ninette de Valois como o Vic-Wells Ballet. A companhia tornou-se mais tarde conhecida por Saddler's Wells Ballet antes de lhe ser concedido o nome atual por privilégio real em 1956. É reconhecido por suas produções dramáticas, por um disciplinado corpo de baile e brilhantes apresentações de seus artistas principais. Sua primeira bailarina foi Alicia Markova e, além dela, se encontram entre os mais notáveis Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev.


                                                                LORD OF THE DANCE

Companhia irlandesa de dança fundada em 1996 pelo magnífico coreógrafo Michael Flatley. Sua performance artística denota um misto de dança e música tradicional, o novo e o antigo, ambos em harmonia, hipnotizando e enfeitiçando o público. As coreografias dotadas de precisão e complexidade são apresentadas por bailarinos talentosos e geniais. Lord of the Dance traz para o cenário internacional a magia da dança irlandesa e deixa também uma marca especial na história dos musicais, o som eletrizante do sapateado.

KIROV BALLET


Companhia russa de balé, da cidade de São Petersburgo, sucedeu o Balé Imperial Russo e herdou seu estilo elegante de dança. Sob a direção de Marius Petipa, a companhia estreou os balés de Tchaikovsky, "Bela Adormecida" e "Lago dos Cisnes". Ela entrou em declínio depois da Revolução Russa de 1917, mas a grande professora e mestra de balé Vaganova ajudou a preservar as tradições, treinando os principais bailarinos. Durante a guerra fria, a companhia experimentou tantas dificuldades que três de seus mais notáveis bailarinos, Natalia Makarova, Rudolph Nureyev e Mikhail Baryshnikov, fugiram para o Ocidente e ganharam reputação internacional. Desde a queda da União Soviética, a companhia tem produzido ao lado de seu repertório tradicional, balés de Balanchine e outros coreógrafos modernos.

BALLETS RUSSES

Esta famosa companhia de balé foi criada em 1909 por Sergei Diaghilev em São Petersburgo. Numerosos bailarinos e coreógrafos como Nijinski, Pavlova, Fokine e Serge Lifar, foram revelados por esta companhia, assim como também os compositores russos Stravinsky e Rimsky-Korsakov. Pintores famosos, como Picasso, Matisse e Braque, muitas vezes se inspiraram nos balés, como temas de sua pintura. A companhia fez numerosas turnês pelo mundo e, entre os grandes balés criados por ela, estão "Pássaro de Fogo" e "Sherazade" apresentados em 1910, ambos coreografados por Fokine e compostos por Stravinsky, o primeiro, e o outro por Korsakov

 

 

domingo, 27 de setembro de 2009

Postura do bailarino(a)


O homem tem, como resultado de 350 milhões de anos de evolução, com três características principais: 
cérebro grande, mãos manipulativas e postura ereta.
A postura ereta que distingue o homem dos outros animais começou a surgir há cerca de 30 milhões de anos, para
tornar possível a sustentação do peso do corpo pelos membros inferiores e deixar livres as mãos. Para que isso
pudesse acontecer, as pernas se retificaram, os pés se especializaram na locomoção (já que antes eles serviam
mais para um movimento de preensão), músculos como o glúteo máximo (localizado no fim da coluna) e o
quadríceps femoral (localizado na coxa) aumentaram de tamanho e a coluna vertebral adquiriu quatro
curvaturas características: cervical, torácica, lombar e sacral.
Em toda a história da humanidade, nunca houve um homem totalmente igual a outro, cada ser é completamente único,
portanto nada mais justo que cada um tenha o seu próprio padrão postural. O que devemos compreender é que
existem algumas regras que podem levar cada indivíduo a uma melhor postura. A postura deve ser analisada como um
estado dinâmico, vivo - e não estático, parado - que expressa a preparação e o potencial para o movimento.

Vejamos o conceito de alguns pesquisadores sobre a postura ereta:

"Postura é o alinhamento corporal das várias partes do corpo uma em relação à outra e em relação a um eixo vertical central, que ocorre habitualmente na posição ereta com o peso distribuído igualmente sobre os dois pés. Existe apenas um padrão postural para cada indivíduo" - L. Sweigarg (cinesiologista)

"Postura é a relação balanceada entre várias partes do corpo, quando em posição estática ou em movimento" - B. Benjamin (fisioterapeuta)

"Não existe uma só postura melhor para todos os indivíduos. Para cada pessoa, a melhor postura é aquela em que os segmentos corporais estão equilibrados na posição do menor esforço
e máxima sustentação" - E. Metheny (cinesiologista)

É importante que todo bailarino, que usa o corpo como instrumento de trabalho, tenha consciência do seu alinhamento
esquelético e dos locais de assimetria, bem como das suas próprias restrições de movimento, a fim de que possa fazer o melhor proveito do seu físico, sem se exceder na tentativa de vencer obstáculos.
Segundo Sweigarg, a ineficiência do alinhamento esquelético (ou a má postura) resulta em padrões de hipertonia muscular unilateral, diminuição da elasticidade nos músculos hipertônicos e daí sua tendência à restrição dos movimentos, necessidade de maior força de contração muscular para superá-la, maior vulnerabilidade a traumatismos articulares, ligamentares e musculares (principalmente na região lombar) e ao aparecimento de doenças articulares degenerativas. Merril Ashley, em seu livro Dancing for Balanchine, conta assim sua primeira experiência com o mestre:
"Balanchine entrou no estúdio de uma maneira muito formal, nenhum cumprimento, nenhuma palavra agradável para criar uma atmosfera amigável. Nós estávamos todas na barra, em preparação para os pliés que sempre iniciavam nossas aulas na escola. A aula começou. Nós segurávamos a barra com a mão esquerda enquanto o braço direito ficava estendido para o lado. Balanchine deu uma rápida olhada ao redor da sala e falou suas primeiras palavras: 'Ninguém sabe ficar em pé'. Nós não tínhamos feito nada e já estávamos erradas. 'Fiquem em pé como um peru', dizia ele batendo no peito, 'Peito para fora, ombros para trás, cabeça alta. Estejam acordadas e vivas'."

Os resultados na dança só são possíveis se levarmos em conta esses dois conceitos:
a postura na qual o bailarino está trabalhando os seus músculos e
a energia que deve estar vibrando dentro dele.

Alongamento


Cada um difere de todos os demais no que se refere a força, resistência, flexibilidade e temperamento,
porém, se você conhecer o seu corpo e as necessidades que o animam, será capaz de desenvolver seu próprio
potencial. Atualmente, milhões de pessoas estão descobrindo os benefícios do movimento.
Os alongamentos são elos importantes entre a vida sedentária e a ativa. Mantém os músculos flexíveis e ajudam a
concretizar a atividade vigorosa, sem tensões indevidas.São muito importantes para pessoas que correm, andam de
bicicleta, dançam ou fazem outros exercícios desgastantes, pois, atividades como estas causam tensões e
inflexibilidade. Os alongamentos ajudam na prevenção de lesões comuns, tais como, distensão de canela,
inflamação do tendão de Aquiles em corredores, e ombros e cotovelos doloridos, nos tenistas. É bom saber que os
alongamentos são fáceis, mas quando feitos de forma incorreta, podem fazer mais mal do que bem.

Técnicas Corretas

Não é preciso forçar os limites, não deve ser uma questão de competição ver até onde consegue se alongar.
Os alongamentos devem ser feitos sob medida, conforme a estrutura muscular, a flexibilidade, e de acordo com os
diversos níveis de tensão. O ponto chave é a regularidade com o relaxamento. A redução da tensão muscular promove
movimentos mais soltos, e não um esforço concentrado para conseguir total flexibilidade, que frequentemente conduz
a superestiramentos e a lesões. Fazer alongamento não provoca lesões, é algo pacífico, suas sensações sutis e
revigorantes permitem a sintonia com os músculos. Não é preciso submeter-se a disciplinas, fazer alongamentos
proporciona liberdade. Mas é necessário que se pratique devagar, especialmente no início. Comece de leve e seja
constante. Afinal, não há como entrar em forma no primeiro dia.

Todos podem fazer alongamentos, independente da idade ou flexibilidade.
Não é necessário estar no ponto máximo de condição física, nem possuir habilidades atléticas.
Se você tiver sofrido algum problema físico, uma cirurgia nas articulações e músculos,
ou se vier de inatividade ou vida sedentária, é bom consultar um médico
antes de começar um programa de exercícios ou alongamento.

POR QUE FAZER?

Reduz as tensões musculares e dão a sensação de um corpo mais relaxado
Servem de benefícios para a coordenação
Aumentam o âmbito de movimentação
Previne lesões como distensões musculares, pois um músculo alongado resiste mais às tensões
Facilita as atividades de desgaste como corridas, tênis
Desenvolve a consciência corporal e aprende a se conhecer
Ajuda a liberar os movimentos bloqueados por tensões emocionais e ativanvando a circulação.

Sapatos de ponta


Não são todos que devem dançar na ponta! A decisão para começar o trabalho da ponta deve ser feita
somente por um professor hábil e conhecedor do ballet. Os estudantes que sobem na ponta antes de
estarem fisicamente preparados correm um grande risco, construindo maus hábitos que podem levar anos
para serem corrigidos. Mais sério ainda é o potencial para ferimentos ou os danos permanentes à estrutura
dos ossos ou dos músculos dos pés, além do grande desapontamento em vista do pouco progresso alcançado.
Para evitar estes problemas, um professor deve considerar diversos aspectos
ao selecionar os estudantes que estão prontos para começar o trabalho da ponta:

Idade - nenhum estudante deve subir nas pontas antes dos 10 anos.
A pressão do peso do corpo no pé e nos dedos do pé, que estão ainda "macios" e
em crescimento, pode causar a mal formação dos ossos e das junções.
Muitos professores preferem esperar até que o estudante tenha mais de 11 ou 12 anos.

Treinamento

- o estudante deve ter tido ao menos dois a três anos de treinamento sério de ballet,
e deve fazer aulas ao menos duas vezes por semana. Esta é a preparação mínima necessária para um
estudante desenvolver a técnica e a força suficientes para prepará-lo para o trabalho em pontas.

Estrutura do osso - a estrutura do tornozelo e do pé do estudante é de grande importância.
O pé ideal deve ter os dedos de comprimento quase igual, o que fornece uma "plataforma quadrada"
onde se apoiar. Os estudantes que têm o dedão do pé longo podem encontrar alguma dificuldade e desconforto
na ponta, porque todo o peso do corpo deve ser suportado apenas nesse dedão. Apesar disso, esse tipo de pé
não impede necessariamente que o bailarino dance bem e com segurança. A forma do pé mais difícil de trabalhar
é quando o segundo dedo do pé é o mais longo. Se a diferença no comprimento for ligeira, determinadas modificações podem ajudar a aliviar a pressão nesse dedo do pé. Se a diferença no comprimento for grande, o professor pode desencorajar o estudante a tentar o trabalho da ponta.

A segunda consideração estrutural é o grau de flexibilidade no tornozelo e a quantidade de arco do pé. Um estudante cujos pés tenham flexibilidade insuficiente e cujo arco seja pequeno não conseguirá colocar o tornozelo em uma linha direta entre o joelho e os dedos do pé na ponta. O bailarino que não consegue ficar na ponta dessa maneira não deve iniciar tal trabalho. Porém, indo ao extremo oposto, um bailarino que tenha um tornozelo extremamente flexível e/ou um arco do pé extremamente elevado necessitará de cuidados especiais e da orientação de um professor com um olho muito atento. Este tipo de tornozelo é freqüentemente muito fraco e pode requerer seu fortalecimento antes que o trabalho das pontas seja iniciado.

Físico - o físico individual do estudante deve ser avaliado com cuidado. Ele deve ter os músculos abdominais e traseiros fortes, o que cria um alinhamento apropriado, e deve mostrar o uso consistente destes músculos
dentro e fora das aulas de ballet. O tornozelo e os músculos do pé devem poder "prender" o pé inteiro no
alinhamento apropriado. Deve se ter uma grande atenção para assegurar que os músculos ao redor do tornozelo
estão treinados suficientemente para prendê-lo fortemente na posição correta. Um estudante que esteja acima
do peso se arrisca a danificar ou ferir seu pé pela pressão extra colocada em seus dedos.
Ele deve ser incentivado a perder lentamente esse peso extra antes que comece o trabalho de pontas.

Comportamento - o estudante deve ter um bom comportamento: prestar muita atenção nas aulas e
trabalhar cuidadosamente as correções dadas por seu professor.

Observações - é importante que estudantes e pais compreendam que as orientações listadas acima são exigências
de idade e técnica que nem sempre são seguidas por todos os professores, afinal, há diferentes critérios para
se iniciar o trabalho em pontas. Apesar disso, considerar esses aspectos é sempre importante.

Os estudantes se desenvolvem de diferentes maneiras, e é portanto improvável que uma classe inteira estaria
pronta para tentar ao mesmo tempo o trabalho das pontas. Dessa maneira, pais e alunos, não fiquem desesperados
se vocês ou seus filhos não passaram ao mesmo tempo do que seus colegas para a turma de pontas.
É tudo uma questão de tempo, basta aguardar um pouco!

As sapatilhas de ponta, para a bailarina, precisam ser a continuação do próprio pé, e não um anexo à parte.
Para que o trabalho possa se desenvolver produtivamente, a sapatilha deve ser adaptada como uma luva,
de tal forma que contribua com a mobilidade do pé, sem causar dor excessiva e
tensão para que o movimento não se veja amarrado, artificial, mecânico.

As solas das sapatilhas são fortes para a bailarina poder subir nas pontas.
O cetim em volta das extremidades é endireitado com cola, mas não há acúmulo dentro do sapato.

O momento da compra das sapatilhas de ponta é muito importante, pois seu desempenho com elas depende da
escolha correta.As sapatilhas devem ser pessoais e intrasferíveis. Nunca devem ser emprestadas, pois se já estão moldadas num determinado formato poderão se deformar quando outro corpo pisar sobre elas.
Além disso, a aluna deve saber que as sapatilhas precisam permanecer limpas. Deve-se fazer periodicamente uma limpeza. Existem vários tipos de sapatilhas para os mais diversos formatos de pés,
escolha o mais adequado para você.


Como escolher sua sapatilha:



A maioria das dores associadas com as sapatilhas de ponta são o resultado direto da escolha mal feita.
As pontas que são muito longas ou muito largas permitirão que o pé deslize para dentro da sapatilha,
causando bolhas nas pontas dos dedos. Já as sapatilhas que são muito curtas ou muito estreitas podem
espremer os dedos e as junções do pé, não permitindo que se trabalhe corretamente.
Infelizmente, a maioria dos vendedores das lojas de artigos de dança não são bailarinos experientes.
Apesar de suas intenções serem normalmente boas, seu nível de entendimento pode ser inadequado e prejudicar sua compra. Há diversos tipos e estilos de sapatilhas de ponta disponíveis, variando na dureza da sola, na largura e
na forma da caixa (onde há o gesso) e no comprimento do tecido (bem na frente dos dedos).
A preferência e a recomendação de cada professor dadas ao estudante devem ser seguidas.
Recomenda-se, sempre que possível, que o primeiro par de sapatilhas de ponta seja adquirido com a presença
do professor. Se isto não for possível, ou se o estudante já estiver avançado o bastante para comprar suas
pontas, elas devem ser sempre examinadas pelo professor antes mesmo da costura das fitas ou do elástico,
já que algumas das lojas de dança costumam trocar as pontas se estas estiverem novas.

Para iniciantes, o ideal são as pontas mais macias, flexíveis, que vão se amoldar facilmente nos pés e não machucam.
* As meninas com pés fortes (musculatura forte) devem escolher pontas resistentes,
para durar mais e evitar que se torça o tornozelo com a sapatilha mole demais.

* Cuidado com as sapatilhas importadas, elas costumam ser mais caras
e nem sempre são as mais adequadas para o seu tipo de pé!!!

*Confusões sérias podem ocorrer se usamos sapatilhas muito largas ou muito apertadas. Se os pés ficam soltos,
estão sujeitos aos tropeções e se muito apertados podem tirar a estabilidade da bailarina e
causar bolhas no calcanhar.

* Para ver se a sua sapatilha está do tamanho certo, tente mexer os dedos. Se tiver muito espaço, ela está larga
ou grande. Depois, com o pé no chão, veja se a lona está esticada no calcanhar, se não estiver, também está grande.

* Para quem tem pés largos, cuidado na escolha de sua ponta.

As sapatilhas costumam ser muito finas, e além de machucarem, atrapalham o trabalho dos dedos.
Existem sapatilhas especiais para os pés largos.

Observando o ajuste da nova sapatilha

As sapatilhas devem estar perfeitamente ajustadas em seu pé. O ajuste correto é tão preciso que até mesmo
meias inadequadas, com uma espessura ligeiramente diferente das usadas durante as aulas, podem resultar na
compra de um tamanho incorreto. As sapatilhas de ponta são feitas sob medida, diferentemente dos sapatos
normais, e cada tipo tem seu próprio método de colagem. Uma boa sapatilha deve caber confortavelmente
no pé. As sapatilhas que couberem corretamente não deslizarão como os sapatos normais.
A recolocação freqüente das sapatilhas de ponta (ocorre nos ensaios, aulas, etc.), desde que essas tenham um
ajuste confortável, não põe em perigo os pés de crianças e adolescentes em crescimento.
Não há nenhuma designação (direita ou esquerda) na sapatilha nova de ponta.
Cada sapatilha deve ser testada e avaliada das seguintes maneiras:

** Nenhuma prega deve ser visível na sapatilha, não importa como o bailarino esteja (no chão ou na ponta).
Sua presença indica que a sapatilha está provavelmente muito larga.

** Você não deve poder deslizar seu dedo dentro da sapatilha, tanto quando o pé estiver no chão quanto
quando na ponta. Se isso acontecer, a sapatilha é provavelmente larga.

** As sapatilhas de ponta devem caber como uma luva no seu pé. A maioria dos pés são mais curtos no comprimento quando esticados do que quando estão normais, apoiados no chão. Uma boa sapatilha deve ficar perfeita na ponta. Assim, quando o pé estiver no chão, a sensação será de conforto.

Um indicador de uma sapatilha muito longa é a sensação que o dançarino pode ter quando,
ao subir na ponta, os dedos do pé deslizarem ligeiramente para baixo na caixa da sapatilha.
Este é um sinal certo para a formação de bolhas. Não deve haver nenhum espaço dentro das sapatilhas,
ou então deve haver pouquíssimo espaço. Pode ser necessário tentar uma dúzia ou mais pares de sapatilhas
antes de determinar que par cabe melhor.


Primeira experiência nas pontas - Como você deve se sentir



As sapatilhas de ponta são muito diferentes das de meia-ponta ou dos sapatos normais. O ajuste confortável
permite pouco ou até nenhum lugar para mexer os dedos do pé. Você se sentirá muito "apertado" e restrito no início, mas depois, com o tempo, as sapatilhas se adaptam aos seus pés. A paralisação dos dedos do pé (ou melhor,
o "não conseguir movê-los") também é normal. Os dançarinos logo se acostumam a esses desconfortos,
que são sofridos a cada novo par de sapatilhas. No início, há a sensação de incômodo por sentir a extremidade
da sola no meio do calcanhar. O contrapeso é também um tanto difícil no início porque a sola é mais estreita do que a sola do pé. São necessários tornozelos fortes para manter os pés ondulados de um lado do pé ao outro,
o que dá a estabilidade. Uma outra sensação diferente é a diminuição da profundidade do demi-plié.
Isto acontece porque as fitas limitam a articulação do tornozelo e a sapatilha confortável impede que o pé
se espalhe para fora como faz na meia-ponta. Ao estar na ponta, o pé deve ser colocado de modo que o peito
deste esteja esticado inteiramente e que os dedos dêem forma a um ângulo perpendicular com o assoalho.
Uma linha reta pode ser desenhada através das junções do quadril, do joelho, do tornozelo e do dedão do pé (quando visto de lado, por exemplo, num arabesque na ponta). A superfície inteira da ponta deve tocar no assoalho.
O peso do dançarino deve ser uniformemente distribuído por todo o corpo. Em nenhuma hora é permitido
a ele "se afundar" na sapatilha. Isto inibe seu dançar, cria o estresse e a dor impróprios nas junções do pé,
e causa o desgaste mais rápido das sapatilhas. Para a colocação apropriada na ponta, um bailarino com um peito
do pé bem trabalhado e/ou com as junções do metatarso muito flexíveis pode ter que flexionar um pouco os
dedos enquanto esticar completamente seu peito do pé.

Como amarrar a sapatilha:



* Primeiro, costure as duas pontas do elástico acima da costura do calcanhar,
de modo que o elástico dê uma "voltinha".

* Costure uma fita (aproximadamente 45 cm) de cada lado da sapatilha.
Para saber o lugar exato, dobre o calcanhar da sapatilha em direção da sola.
O lugar onde a lona está dobrada é onde a fita deve ser costurada.

* Ao calçar a sapatilha, o elástico já entra em volta do tornozelo.
Passe a fita de fora primeiro na frente da perna, e amarre as duas atrás ou no lado de dentro da perna,
com dois nós (não tem laço), corte o excesso. Certifique-se que ele não vai soltar,
e coloque as pontinhas da fita para dentro da parte amarrada.

* Não suba a fita pela perna ao enrolá-la. Ela deve ficar bem embaixo, amarrada junto ao tornozelo.


Evitando o Barulho



As sapatilhas novas, normalmente, fazem um ruído muito desagradável. Para espetáculos, os dançarinos devem
acabar com o ruído das pontas, fazendo-as absolutamente silenciosas. Isto pode ser feito batendo a parte
de baixo da caixa de encontro a uma parede, ou com um martelo. É difícil dançar nas sapatilhas que têm a
sola exterior grossa. As bordas desta sola podem ser chanfradas com uma faca, de modo que se ajustem ao
cetim. Isto, geralmente, faz com que fique mais fácil subir na ponta, além de diminuir o barulho de quando são novas.


Para limpar sua sapatilha

Faça uma mistura de "veja multi-uso" e "água" , diluindo um no outro , pegue uma escovinha(pode ser
escova de dentes velha) e vá esfregando até ela ficar limpinha. Não fica nova , fica um pouquinho desbotada ,
mas é a dica que melhor funciona!! Pegue um paninho velho embebido em álcool e passe com carinho nas
sapatilhas, elas ficam um pouquinho mais claras!! Esta dica não limpa , camufla a sujeira das sapatilhas ,
pegue "giz" de marcar roupa , rosa ou branco e passe até ficar uma cor homogênea . Lembrete, dá trabalho
e tem que ser feita na hora do espetáculo!

O corpo do bailarino


Um bailarino precisa saber como lidar com seu instrumento de trabalho, o corpo.
Se não souber, pode enfrentar sérias complicações.

* Para evitar aquelas dores chatas nos músculos depois da aula, sempre se aqueça o máximo possível
antes desta. Mas atenção! Não pense em alongar-se bastante! Nunca extrapole seus limites,
pois a aula ainda vai começar, ou seja, você tem muito o que se alongar ainda...
Senão, isso poderá resultar em muita dor de cabeça (e de músculos) depois.

* Após as aulas, se você sentir dores na parte em que se alongou bastante,
como coxa, virilha, panturrilha, compressas de gelo vão bem.

* Se você for tomar banho após a aula, procure tomar banhos quentes, pois seu corpo
ainda está morno pelo exercício, e banhos frios podem resultar em choques térmicos.

* Após exercícios de alongamento, relaxe os músculos, massageando-os ou chutando as pernas para a frente.
Assim o músculo não fica muito "tenso", e nem fica aquela "coisa dura" quando você anda.

* Em casa, se você ainda sente dor em alguma parte de seu corpo, passe pomadas que aliviam a dor, como CATAFLAN EMUGEL®, CALMINEX® e GELOL® . Elas promovem resultados rápidos.

* Atenção! Se nenhum desses itens ajudar para melhorar alguma dor que você esteja sentindo, procure um médico imediatamente. Pode ser um problema sério, como bursite, distensão, contratura etc.

Cãibra

A cãibra é uma retração involuntária e dolorosa do tecido muscular, que pode comprometer desde uma
pequena parte de um músculo até um grupo muscular inteiro. Pode durar alguns segundos ou minutos.
Causas: a causa mais comum da cãibra nos bailarinos é a fadiga muscular, mas também pode ter
outras origens como o frio e a falta de potássio no organismo, que também é apontada como agente importante.
Tratamento: O alongamento do músculo ou músculos comprometidos.
Fontes de Potássio: água de coco, fígado, laranja, banana, feijão, carne.

Distensão muscular

É a ruptura espontânea de várias fibras musculares causada por esforço, com dor súbita e forte durante o
movimento e que, às vezes, impossibilita que o músculo afetado se movimente. A dor desaparece com o repouso,
mas reaparece com o movimento. Às vezes, pode caracterizar-se pela presença de manchas vermelhas
ou escuras sobre o local comprometido, devido ao sangue liberado pelos vasos sangüíneos na ruptura muscular.
Causas: passos ou exercícios de difícil execução, bruscos ou pesados, feitos sem o devido aquecimento prévio,
são a principal causa da distensão. Os músculos mais freqüentemente afetados são os internos da
coxa e os da panturrilha.
Tratamento: primeiramente, parar com a atividade física imediatamente. Depois, procurar um médico ou fisioterapeuta.
Você pode até aplicar gelo ao redor ou sobre a parte afetada durante 20 ou 30 minutos, fazendo uma
leve compressão e com intervalos de pelos menos uma hora (isso enquanto houver aumento de volume no local,
o que acontece nas primeiras 48 a 72 horas). Após o terceiro dia, deve-se aplicar calor úmido em torno ou
sobre a parte lesada. Isso estimulará a circulação, o que eliminará os produtos nocivos do metabolismo celular,
acelerando o processo de cicatrização. Após o terceiro dia, também pode ser usado o contraste calor-frio, ou seja,
5 minutos de calor para 4 minutos de gelo. Esse tempo vai sendo reduzido gradativamente até um minuto de calor.
Após o desaparecimento da dor aguda, o retorno do bailarino à atividade deve ser feito com aplicação de calor local
durante 10 a 15 minutos antes da aula e aplicação de compressas de gelo também durante 10 a 15 minutos depois da aula. Isso evitará que o edema se instale. Exercícios de alongamento e fortalecimento muscular
devem ser feitos a fim de que a musculatura atrofiada pelo desuso seja novamente preparada para o retorno às atividades normais. Se durante a atividade o local lesado se mostrar mais doloroso do que antes de iniciá-la,
pare, aplique gelo e procure o seu médico ou fisioterapeuta.

Entorse

Ocorre quando o limite fisiológico de uma articulação é ultrapassado. Pode estar acompanhado de distensão,
ruptura total ou parcial dos ligamentos, ou casos mais graves do arrancamento da inserção do ligamento.
Causas: Como a maioria dos entorses na dança acontece nos joelhos e tornozelos, quase sempre as
causas são o piso inadequado que prende os pés enquanto o corpo continua no movimento ou a torção dos
tornozelos em exercícios na ponta ou na meia ponta.
Tratamento: Aplicar gelo sobre a articulação afetada durante 20 a 30 minutos, elevar o ponto
comprometido (se possível, acima do nível do peito) e encaminhar imediatamente ao médico.

Tendinite

Um pequeno esclarecimento: as mãos, os pés, o pescoço e todas as partes que se dobram, ou seja, praticamente
o corpo inteiro está repleto de tendões. Mas, afinal, o que é a tendinite? As palavras terminadas com o sufixo 'ite'
indicam um processo inflamatório. Tendinite é, assim, a inflamação que acontece nos tendões.
Essa inflamação pode ter duas causas.
A primeira são esforços prolongados e repetitivos, além de sobrecarga. Essa primeira causa é bem freqüente nas tendinites do ballet...
A segunda causa é a desidratação: quando os músculos e tendões não estão suficientemente drenados devido à
uma alimentação incorreta e toxinas no organismo, pode ocorrer uma tendinite. A tendinite se manifesta inicialmente
com dores e muitas vezes com a incapacidade da pessoa em realizar certos movimentos. A pessoa pode sentir dores
ao subir ou descer escadas, caminhar, dobrar os joelhos, entre outras posturas ou movimentos. Inicialmente, a
tendinite pode ser confundida com artrite reumatóide. Portanto, há a necessidade de um bom médico para diagnosticar corretamente o problema. Dependendo da natureza e do grau de severidade da lesão, as formas de tratamento vão
desde a indicação de antiinflamatórios até a imobilização do membro afetado (por exemplo, tala ou engessamento).
Em primeiro lugar, porém, é preciso repouso. Após um certo período, a pessoa é aconselhada a fazer fisioterapia,
para acelerar o processo de cura. Uma das técnicas indicadas para a tendinite é a crioterapia, aplicação de
bandagens a temperaturas muito baixas ou bolsas de gelo. Massagens também são indicadas como auxiliares
no tratamento. A aplicação local de corticóides é apenas indicada dos casos mais graves.
No caso de tendinite de origem química, os médicos indicam uma dieta alimentar especial, para prevenir a
desidratação que pode resultar na pouca ou nenhuma lubrificação dos tendões e conseqüente no agravamento da
doença. Essa dieta exige a retirada de alimentos ácidos e graxos, incluindo-se a manteiga e o chocolate e as frutas ácidas. Se a tendinite não for tratada em tempo ou da maneira adequada, ou mesmo se a fisioterapia não for feita
durante o período necessário, pode haver seqüelas. A pessoa não tratada pode sofrer uma ruptura do tendão após um
período de inflamação mal cuidado. Pode continuar com as dores e se tornar incapaz para o trabalho.
Por isso, é importante seguir todos os passos indicados pelo médico para um pronto restabelecimento.
Para prevenir a tendinite, não se deve expor-se a grandes períodos ininterruptos de exercício.
Uma parada, uma pausa por alguns minutos pode significar um ganho em termos de continuidade em médio e longo prazo. Outra coisa para prevenir a tendinite é ter uma alimentação balanceada, evitando a tendinite química.
Por último, vale lembrar que os casos mal curados podem acabar necessitando de cirurgia.
Vale a pena, portanto, se preocupar com a prevenção, onde os gastos e o desgaste emocional são muito menores.

Estiramento muscular

É o alongamento voluntário ou involuntário de um músculo além do seu limite natural. É caracterizado por dor
muscular no local do estiramento no momento em que há o esforço, e desaparece quando se volta ao repouso.
A dor dura em média de 2 a 10 dias, dependendo do caso, e pode desaparecer até mesmo sem tratamento se o
músculo afetado for poupado.
Causas: um movimento descuidado, ou para o qual o músculo
afetado não esteja aquecido ou preparado para executar.
Tratamento: repouso da parte afetada e compressa de gelo.

Retração muscular

É o encurtamento do tecido muscular, restringindo a mobilidade e flexibilidade normais desse músculo.
Causas: o uso da musculatura sem trabalho de alongamento da mesma após o término da atividade física.
Tratamento: exercícios de alongamento antes e após a aula de ballet.

Síndrome Patelo-femoral

É uma condição degenerativa que resulta no amolecimento da superfície articular da rótula. De causa desconhecida,
aparece principalmente nas mulheres jovens e suas conseqüências podem perdurar até a vida adulta.
Caracteriza-se principalmente por dor nas flexões demoradas e nas extensões, quando a estrutura articular amolecida
pode se precipitar dentro da articulação, gerando ruídos durante o movimento, limitando a articulação do joelho
e provocando o aparecimento de sinais gerais de inflamação. Qualquer aluno ou profissional de dança que apresente
tais sintomas deve ser encaminhado ao ortopedista, pois a síndrome patelo-femoral ou condromalácia pode evoluir
para a sub-luxação patelar e até para a artrose, e ser responsável pelo afastamento definitivo da vida profissional se
não for adequadamente tratado.

Unhas encravadas: o que fazer?

Tem muita gente que sempre ouve falar de unhas encravadas, mas nem sabem o que são. E muita gente que pode
até sofrer com elas e mesmo assim não sabe o que é. A unha está encravada quando parte dela empurra o canto do
dedo do pé. Este dedo torna-se sensível ao tato, vermelho e inchado. Coloque o pé de molho durante 20 minutos
duas vezes ao dia em água morna com um pouco de sabão bactericida. Enquanto o pé estiver de molho faça uma
massagem sobre a parte inflamada da cutícula. Outro cuidado a ser tomado: use uma pomada antibiótica, aplicando-a
cinco ou seis vezes ao dia. Corte o canto da unha. A dor é causada pela fricção da unha contra a cutícula exposta.
Você pode ir em um médico podólogo que se encarregará de cortar este canto. Será preciso fazer isso apenas uma
vez para facilitar o crescimento da unha sobre a cutícula, ao invés de crescer enterrada nela.
Tente não usar sapatos fechados, calçando sandálias ou mesmo ficando descalço o máximo possível para evitar a
pressão sobre a unha. Quando não tiver jeito, proteja a unha encravada da seguinte maneira:
- Se o lado interno estiver machucado, coloque uma esponjinha (ou gaze, ou algodão)
presa com fita adesiva entre os dedos a fim de evitar que fiquem se tocando.
- Se o lado machucado for o externo (isso só acontece no caso da unha encravada ser a do dedão ou a do mindinho), coloque uma esponjinha (ou gaze, ou algodão) com fita adesiva na parte externa do dedão para evitar que a unha fique tocando a parede do sapato.
Essas medidas também podem ser tomadas durante a aula de ballet. Para prevenir essas indesejáveis, corte MUITO
BEM as unhas, deixando-as retas e evitando os cantos.Procure ajuda médica imediatamente se observar estrias
avermelhadas que se estendem além do dedo, se o pus ou a secreção amarelada não sair em 48 horas de tratamento,
se a cutícula não sarar completamente após 2 semanas ou se tiver outras perguntas e preocupações.

Bolhas

As bolhas ocorrem quando a pele é friccionada para frente e para trás de encontro ao interior da sapatilha.
A maioria das bolhas causadas pelo trabalho de ponta estoura e há às vezes sangramento. Uma vez que a pele crua
é exposta, a dor de dançar com uma bolha aberta é enorme. É melhor parar de dançar e tender à bolha do que
arriscar-se à piora e à infecção da área. Se algum pedaço de pele morta remanescer na bolha aberta, corte-o fora
com tesoura esterilizada. Cubra a bolha com Merthiolate ou água oxigenada. Exponha a bolha ao ar fresco sempre que
possível. Se você tiver que dançar em sapatilhas de ponta outra vez antes de que a bolha esteja curada,
faça o seguinte: corte um pedaço de uma borrachinha ou um plástico (para isolar a área ao redor da bolha)
e faça um furo no meio deste - um pouco maior do que o tamanho da bolha. Coloque-o em torno da bolha e fixe com
fita adesiva ou esparadrapo. Se necessário, use duas camadas da borrachinha. Dá também para usar gaze.
Se um dedo do pé começar a criar bolhas insistentemente, é aconselhável envolvê-lo com band-aid ou esparadrapo
antes de cada aula. Isto deve impedir que uma nova bolha se forme.

Calos e endurecimento da pele

Sabe quando a pele fica um pouquinho dura e mais consistente? Isso ocorre geralmente nas juntas dos dedos do pé e
no tendão de Aquiles, onde o pé é mais intensamente friccionado pela sapatilha. A pele nestas áreas pode
avermelhar e amaciar imediatamente depois do trabalho de pontas, mas endurecer-se-á mais tarde. Não se preocupe
com esse endurecimento: ele é até mesmo benéfico para prevenir a formação de novas bolhas.
Já os calos são o resultado da pressão anormal das sapatilhas mal ajustadas e podem ser muito dolorosos.
Os calos duros, no alto dos dedos do pé, podem responder às medicações comerciais ou podem necessitar dos
cuidados de um médico. Os calos macios, que se formam entre os dedos do pé, podem ser tratados somente pela separação dos dedos com algodão ou gaze.

Joanete

Joanete é a inflamação da articulação do dedão do pé causada pela pressão imprópria nessa área.
Deve-se tomar cuidado em ver se as sapatilhas de ponta (e até os sapatos normais) são largas o bastante na parte
da caixa, onde estão as junções do metatarso, e se o pé está colocado corretamente na ponta (os dedos do pé
devem formar uma perpendicular com o assoalho). Para ajudar a aliviar a dor, um espaçador de dedos pode ser
colocado entre o dedão e o "indicador". Isto posiciona corretamente o dedão e impede-o que seja esmagado pelos
outros dedos em um ângulo. Um espaçador de dedos pode ser feito de uma tira de uma polegada (2,5 cm) de papel
toalha. Ela deve ser dobrada em um retângulo pequeno e prendida entre os dedos do pé com fita adesiva ou esparadrapo.