domingo, 27 de setembro de 2009

Maria Taglioni


Maria Taglioni (1804-1884) Bailarina italiana, nascida em Estocolmo, é considerada a primeira e principal
bailarina do período romântico. Fez sua estréia em Viena em 1822, em um balé criado por seu pai,
o coreógrafo italiano Filippo Taglioni. Apesar de ter dançado com a Ópera de Paris desde 1827,
só conseguiu sucesso em 1832, quando interpretou o papel principal, no balé La Sylphide,
também com coreografia de seu pai, sendo aclamada em toda Europa.

Foi a primeira bailarina a subir nas pontas dos pés calçando sapatilhas especiais.

Dançou no Teatro Imperial de São Petersburgo por dois anos. Retirou-se dos palcos em 1848,
por graves problemas financeiros e voltou ao Ópera de Paris como instrutora de dança, em 1858.
Partiu para Londres, no início da guerra de 1870 e lá foi professora de dança e postura.

Morreu em Marselha em 1884.

Arthur Saint-Leon


Arthur Saint-Leon (1821-1870) Coreógrafo, bailarino e violinista, um artista de imaginação fértil,
cuja carreira se estendeu a Londres e São Petersburgo. Seus primeiros trabalhos foram realizados no
Teatro Ópera de Paris, nesta época inspirado por sua mulher, que era bailarina.

Dava à dança uma forma de notação com o objetivo de fixar combinações de passos,
tal como os compositores fazem com as notas musicais. Levou seus trabalhos a grandes
teatros europeus, sem nunca ter se desvinculado do Ópera de Paris.
Trabalhou também nos balés russos durante muito tempo.

Sua obra prima é Coppelia, que estreou em Paris com estrondoso sucesso,
porém, devido à guerra franco-prussiana, o Teatro Ópera de Paris foi fechado.
Saint-Leon, morreu em Paris de uma crise cardíaca, com 49 anos.

Sylvia


Música de Léo Delibes
Libreto de Jules Barbier e Barão de Reinach
Coreografia de Louis Mérante e cenários de Jules Chéret, Alfred Rulié e Philippe Chaperon.

A primeira apresentação foi em 9 de junho de 1876, na Ópera de Paris.

Rita Sangalli foi primeira bailarina, interpretando Sylvia. O ballet é baseado no poema de Aminta de Tasso.
Em 1879, Delibes fez duas suítes orquestrais do bailado que obtiveram grande sucesso. A música é muito conhecida e tem servido para introdução de programas de rádio, especialmente de novelas.

Personagens: Sylvia, Diana, Eros, um pastor, uma camponesa, Amintas, Orion, Sátiro, Silvano.
Primeiro Ato: Bosque sagrado. Pequeno hemiciclo de mármore com uma estátua de Eros.
Um pequeno arroio de um lado. Rochas, tufos de mirta e loureiro. Noite de luar.

Faunos e ninfas estão se divertindo, mas correm assustados ao entrar o pastor Amintas. Este, ao perceber
a chegada de Sylvia com suas ninfas, esconde-se atrás da estátua de Eros. Dança de Sylvia e das ninfas
em honra de Eros. O caçador negro Orion, o terror das florestas, aparece entre as rochas, e fica admirando
a dança das jovens. De repente, uma das ninfas encontra o cajado e o manto de Amintas. Passam a procurar
o intruso, que é achado e trazido à presença de Sylvia.

Nesse momento, Orion some atrás dos rochedos, fazendo um gesto ameaçador para seu rival.
Sylvia quer castigar Amintas e aponta-lhe uma flecha. Entretanto, muda de idéia e dispara contra Eros.
Amintas se coloca na frente e cai ferido. Por seu turno, Eros dispara uma seta contra Sylvia que não é ferida.
Orion, que ama Sylvia, volta e fica contente ao ver Amintas morto. Traz uma corrente para prender a ninfa.
Sylvia parece atraída por Amintas e beija a flecha, parecendo pedir perdão por tê-lo ferido.
Orion atira a corrente, prende Sylvia e a arrasta embora. Surgem os amigos de Amintas e tentam
reanimá-lo sem sucesso. Um velho feiticeiro espreme uma rosa nos lábios de Amintas,
e o pastor volta à vida. Ao saber do rapto de Sylvia, parte à procura de Orion.

Segundo Ato: Gruta rochosa com uma entrada estreita.
À direita, uma sinuosa passagem comunica com outra parte da caverna. Sylvia está presa na gruta de Orion.
Dança, enquanto Orion, embevecido, bebe vinho e acaba por adormecer. Sylvia invoca Eros,
que aparece e a conduz para fora da gruta.

Terceiro Ato: Paisagem arborizada à beira mar. À esquerda um Templo de Diana.
Aldeões trazem estátuas de Baco e Sileno. Dançam uma bacanal. Entra Amintas ainda à procura de Sylvia.
Um navio se aproxima. Eros, disfarçado de pirata, salta em terra, seguido por muitas escravas que pretende vender. Uma das escravas dança para Amintas e depois retira o véu, revelando-se como Sylvia. Entra Orion, ameaçando os dois. Sylvia corre ao tempo para pedir proteção à Diana. Quando Orion golpeia a porta do templo, o céu escurece e começa a trovejar. Diana aparece à porta do Templo. Quando Orion quer se atirar sobre Sylvia, é atingido
mortalmente por uma flecha disparada por Diana. O pirata se revela como Eros e dança com Diana. As nuvens
se dissolvem, o céu se abre, e o sol volta a brilhar sobre o Templo de Diana.

La Sylphide


Coreografia: Filippo Taglioni

Música: Jean Schneitzhoeffer

Estréia Mundial: 1832, em Paris.

La Sylphide. A história se passa numa fazenda na Escócia, onde James, noivo de Effie, vivia. Dias antes do casamento,
James adormeceu numa cadeira de balanço e sonhou com a Sylphide, uma jovem desconhecida que usava uma roupa branca, longa e transparente. Na verdade, James não estava sonhando, e a Sylphide era um ser alado que mora nas florestas. O rapaz ficou tão impressionado com a beleza da moça que sentiu seu amor dividir-se entre ela e a noiva. Gurn, um rapaz que também estava interessado em Effie, estranhou o modo como James andava se comportando
e foi à sua casa, à noite, para ver o que poderia estar acontecendo. Chegando lá, ele descobriu que a Sylphide andava fazendo visitas ao amigo, e correu para contar tudo a Effie, que, por sua vez, não acreditou em nada.

Chega, então, o dia do casamento. Durante a festa, apareceu Madge, uma feiticeira disfarçada de velha,
que pediu para ler a mão de Effie. Ela viu em suas mãos um casamento, mas não com James. Por tamanha audácia,
a feiticeira foi expulsa da festa. Na hora da cerimônia, quando os noivos estavam trocando das alianças, a Sylphide apareceu chamando por James, dizendo que se ele se casasse ela morreria. Da mesma forma misteriosa que apareceu, ela desapareceu de novo. James não resistiu e foi em busca de seu amor na floresta, para onde Madge, sedenta de vingança, havia ido depois de ser expulsa da festa. Lá, ele encontrou a Sylphide em uma clareira, e os dois se abraçaram e dançaram durante um longo tempo. Foi quando Madge apareceu e ofereceu a James um xale mágico, para transformar a Sylphide em uma mortal, de forma que ela poderia se casar e viver com ele. Mas os amantes nem sequer desconfiavam que as intenções de Madge não eram de ajudar o casal. Na hora que James colocou o xale nos ombros de sua amada, suas asas, símbolo de sua imortalidade, foram cortadas e ela morreu em seus braços.
Para completar sua vingança, Madge fez com que James escutasse as badaladas dos sinos que
celebravam o casamento de Effie e Gurn.

La Sylphide foi uma obra que inovou a dança na Europa Ocidental. Na época do florescimento do romantismo,
a sociedade européia esperava por uma obra que demonstrasse todo o clima desse tempo, e que inovasse esteticamente, não repetindo a história camponesa e realista de La Fille.
A roupa desenhada para a Sylphide é o maior exemplo disso: branca, longa e transparente,
dava um aspecto irreal à personagem. Foi também uma das maiores revoluções teatrais de nossa era, pois era uma roupa simbólica e que nem sequer parecia com as usadas no dia a dia. O clima etéreo e a ilusão são marcas dessas inovações. Mas a maior novidade foi a construção do ballet inteiro usando sapatilhas de ponta. Temos registros de danças nas pontas dos pés anteriores à estréia de La Sylphide, mas esse foi a primeira peça cuja coreografia original previa o uso de sapatilhas de ponta do início ao final. Essa inovação gerou inúmeras mudanças na dança clássica, inclusive a recolocação do homem nas coreografias, passando a exercer mais o papel de partner do que de bailarino. Os pas-de-deux se tornaram mais sensuais, pois o homem, para dar mais suporte à bailarina, precisa tocá-la com mais freqüência e escorá-la com o próprio corpo. Dois anos depois da estréia de La Sylphide na França, o ballet foi remontado na Dinamarca com nova música e nova coreografia, de Herman Severin Lvenskjold e Auguste Bournonville, respectivamente. Essa é a versão conhecida atualmente, pois da versão de Taglioni só resta o libreto, que foi a única ferramenta utilizada na segunda versão. Foi o libreto que, inclusive, inspirou Bournonville a construir o ballet. Em 1971, o professor Pierre Lacote, após anos de pesquisas baseadas nas descrições e anotações da época,
recompôs o ballet de Taglioni. Essa versão é a mais conhecida e dançada por companhias brasileiras.

Spartacus


Música de Khachaturianís
O tempo e lugar: Roma antiga
Coreógrafo, produtor-Yuri Grigorovich
Desenhista, produtor-Simon Virsaladze

Spartacus é líder dos escravos rebeldes Crassus é um Chefe romano. Phrygia é a amada de Spartacus.
Aegina é uma cortesã, concubina de Crassus', Gladiadores, escravos, pastores, cortesã, legionários,
bajulam, patrícios, camponeses.

O ballet conta a história de gladiadores e escravos sob a liderança de um jovem chamado Spartacus
e a derrota deles por tropas do chefe romano Crassus que reflete os reais eventos da história romana no primeiro século AC. Spartacus é firme e nobre. Uma idéia de liberdade determina sua vida e ações. Crassus é insidioso e cruel, ele está se esforçando para glória pessoal e poder ilimitado em cima de Roma imperial.
Spartacus luta com força poderosa e morre em uma briga com os romanos superiores de Crassus.

ATO 1

Cena 1, A Invasão.
A máquina militar de Roma imperial, encabeçada por Chefe Crassus, conduz um ataque brutal e quebra tudo
em seu caminho. Spartacus e Phrygia estão entre os prisioneiros encadeados, se transformados em escravos.
Spartacus está em um desespero impotente. Nascido como um homem livre, ele é se transformado agora em um escravo encadeado.

Cena 2, o Mercado de Escravos.
Traficantes de escravos separam os homens cativos e mulheres para vender aos romanos ricos.
Spartacus está separado de Phrygia. Phrygia, Inconsolável no pesar dela. Ela é superada com um
sentimento ameaçador devido às suas provações.

Cena 3, Orgias a Crassus.
Mimica e cortesã entretêm convidados que estão escarnecendo Phrygia. Aegina atrai Crassus em uma
dança frenética. Crassus, apedrejado por vinho e paixão, exige desempenhos. São lançados dois gladiadores
vendados no quarto e têm que lutar um ao outro para a morte para a diversão dos romanos. A pessoa é morta, e quando o vencedor se vai a máscara dele que nós vemos é Spartacus. Ele é horrorizado quando ele descobre que foi forçado a matar o escravo da mesma categoria dele. A tragédia de desespero desperta o sentimento de raiva e protesto. Ele não pode sofrer o cativeiro mais do que qualquer outro. A escolha dele é liberdade.

Cena 4, o Quartel de Gladiador.
Spartacus chama os gladiadores a uma reunião.
Os gladiadores juram fidelidade a ele e em um único ajuste, fogem do quartel para liberdade.

ATO 2

Cena 5 Livres de cativeiro os gladiadores são pegos por sonhos de igualdade.
Pastores e camponeses unem com a faixa rebelde de guerreiros. Spartacus é declarado o líder da reunião.
Spartacus partido, só almeja Phrygia. Está preocupado sobre o destino dela.
Recordações da amada dele não o abandonam. Se concentram pensamentos de Spartacus nela.

Cena 6, Vila de Crassus.
Spartacus procura Phrygia na vila de Crassus'. Eles escondem com Aegina. Cortesã sem escrúpulos, os amigos dela e patrícios passam o modo deles a um banquete. Aegina pausa para refletir nas ambições dela: ela dominaria
Crassus da mesma maneira que ele dominaria o mundo. Eles têm muito em comum, mas para se tornar um sócio
legal da nobreza de Roma, ela tem que ter Crassus no poder dela.

Cena 7, O Banquete a Crassus.
Crassus celebra as vitórias dele com Aegina e os amigos e patrícios que vêem o chefe como o símbolo de
Roma invencível. De repente, notícias vêm que forças rebeldes de Spartacus cercaram a vila. Toda a corrida
fora em pânico. Crassus e Aegina correm para fora em terror. Spartacus estoura na vila.
Spartacus celebra a Vitória! O inspira e enche de fé. Vitória!

Cena 8, Vitória de Spartacus.
Crassus é levado o prisioneiro, mas Spartacus permite para o inimigo decidir o destino dele em uma feira,
briga aberta. Quando Spartacus derrota Crassus no combate, ao bater a espada, Crassus está pronto para morrer, mas Spartacus lhe deixa ir; ele o menospreza e quer todo o mundo para saber sobre a desgraça dele.
Exultado os rebeldes glorificam vitória de Spartacus.

ATO 3

Cena 9, Vingança de Crassus.
Crassus sofre da desgraça dele. Para o mau de Aegina, Crassus recupera a coragem dele.
Há só uma escolha: a morte dos rebeldes. Crassus jura levar Spartacus e reagrupa as legiões dele contra os rebeldes.
Aegina aconselha Crassus para uma vitória. Para Aegina: Spartacus também é o inimigo dela. Crassus derrotado também significa a morte dela. Aegina contempla um plano insidioso e semear as sementes de desmoralização no acampamento de Spartacus.

Cena 10, Acampamento de Spartacus'.
Spartacus e Phrygia estão contentes, mas os chefes dele dizem que o exército romano está próximo.
Spartacus sugere ir para cima da batalha, mas muitos rebeldes mostram covardia e deixam o líder em desgraça.
Spartacus sente o fim trágico da briga dele, mas ele está pronto sacrificar a vida para liberdade.
Os rebeldes ainda dedicados a ele estão prontos seguir seu líder.

Cena 11, Desmoralização.
Aegina, cheia de ódio para Spartacus e jurando vingar Crassus, rasteja no acampamento dos rebeldes traiçoeiros.
Aegina e as outras cortesãs com vinho e danças eróticas desmoralizam os traidores que se esquecem do perigo.
Aegina os atrai em uma armadilha e os entrega para Crassus. Crassus está cheio de vingança. Spartacus pagará a humilhação dele por completo.

Cena 12, A Última Briga.
Legionários cercam os rebeldes.
Os amigos dedicados a Spartacus morrem no combate desigual.
Os rebeldes lutam à última respiração, mas os legionários cercam Spartacus e o crucificam nas lanças deles.
Phrygia acha o corpo de Spartacus, morto no campo de batalha. Ela lamenta em cima dele, o pesar é inconsolável. Estirando as mãos dela para o céu ela pede a memória eterna do herói.

Sherazade


Coreografia: Michel Fokine.

Música: Nikolai Rimski e Korsakov.

Cenário e Figurinos: Leon Baskt.

1ª apresentação: (Companhia do Ballet Russo de Diaghliev)
Teatro da Ópera de Paris - França - em 04 de julho de 1910.

Principais intérpretes: Ida Ribstein (Zobeida), Vaslav Nijinsky (escravo favorito),
Aléxis Bugakov (Shariar), Bassil Kissilev (Zeman) e Enrico Cechetti (o grande Eunuco).

Há muito tempo atrás era conhecido de todos um famoso sultão chamado Shariar, senhor de um luxuoso harém. Ele tinha, como todos os de sua posição, uma favorita: a formosa Zobeida, que o encantava, e a tantos outros que a conheciam. Zeman, irmão do sultão, que presenciara algumas conversas das mulheres do harém, começou a suspeitar da fidelidade de Zobeida. Depois de muito pensar, alertou o irmão do que poderia estar acontecendo. Sem muito acreditar, Shariar concordou em deixar o harém e a sua favorita por algum tempo, fingindo que ia caçar com o irmão.

Logo depois de sua suposta partida as mulheres conseguem persuadir o grande eunuco, seu guardião, a abrir as portas do harém para que os escravos negros entrassem e com elas se divertissem numa grande festa. O mais belo entre eles, vestindo trajes de ouro, é eleito por Zobeida para seu par nas danças sensuais que as mulheres do sultão costumavam fazer. No auge do divertimento, a festa é interrompida pelo regresso antecipado de Shariar. Certificando-se da desconfiança do irmão e humilhado na frente dos amigos, o sultão ordena uma matança geral à qual ninguém escapa. Zobeida, desesperada por ser a causadora de tantas mortes e envergonhada por ver conhecida sua verdadeira personalidade, se mata com uma punhalada no coração, aos pés do seu senhor.

Romeu e Julieta


Coreografia: Leonid Lavrovsky

Música: Sergei Prokofiev

Estréia: 1940, em São Petersburgo (versão atual)

Romeu e Julieta. Duas famílias, na cidade de Verona, nutrem uma grande inimizade entre si.
São os Montecchio (família do jovem Romeu) e os Capuletto (família de Julieta e seu primo Teobaldo).
Romeu e seus amigos Mercúcio e Benvólio costumam freqüentar uma praça, onde sempre arrumam brigas com
Teobaldo e seus amigos. Numa dessas brigas, o príncipe, uma espécie de governador da cidade, presencia tudo e adverte os jovens, para que a rixa entre eles tenha fim. Procurando mais confusões, Mercúcio incentiva Romeu e seus amigos a entrarem em uma festa dos Capuletto usando máscaras, onde, mal sabem eles, começará a maior de todas as brigas. Romeu e Julieta se aproximam, e sem saber quem realmente são, se apaixonam. À noite, em seu quarto, Julieta não consegue dormir, pensando no seu amor, e vai para a varanda de seu quarto. Sem saber que Romeu está espreitando-a, declara seu amor para a lua e as estrelas. É assim que eles descobrem que, por uma infelicidade de seus destinos, haviam se apaixonado pelo inimigo de suas famílias. Mesmo sabendo disso, Romeu declara seu amor e os dois prometem não deixar a inimizade de suas famílias destruir esse grande amor. Na manhã seguinte, Romeu espera a ama de Julieta, que entrega a ele uma carta de sua amada, dizendo-lhe que o ama e se casará com ele, à custa de qualquer sacrifício. Os dois recorrem ao Frei Lourenço, que apesar de adverti-los quanto à desobediência às suas famílias, realiza o casamento, persuadido pelo amor sincero que Romeu e Julieta sentem um pelo outro. Logo após a breve cerimônia, Julieta volta para casa com sua ama, e Romeu vai para a praça encontrar com seus amigos. Teobaldo aparece na praça e as brigas começam novamente. Romeu tenta acalmá-los e evitar a luta, mas nesse momento Teobaldo fere Mercúcio mortalmente. Romeu parte para cima do primo de Julieta e vinga seu melhor amigo. O príncipe fica sabendo da triste conseqüência das brigas e expulsa Romeu da cidade, dando-lhe o prazo de ir embora até o amanhecer. Julieta fica muito abalada ao saber da morte de seu primo, mas sabendo de toda a história, perdoa Romeu. Sua ama permite-lhes terem sua noite de núpcias, escondido dos pais de Julieta, e antes que Romeu vá embora. Ao amanhecer, Romeu foge escondido do quarto de Julieta enquanto a Sra. Capuletto vai ao encontro da filha para anunciar que seu pai já havia escolhido um noivo para ela. Julieta se desespera e procura a ajuda de Frei Lourenço. Este, sabendo que a jovem não pode violar os votos do matrimônio, dá a ela uma poção que a fará ficar com aparência de morta durante algum tempo, para que Romeu a encontre em seu túmulo e fuja com ela. Julieta toma a poção e o padre envia um mensageiro a Mantra, onde está Romeu, para avisá-lo de toda a farsa. Pela manhã, quando a ama vai acordar a garota, encontra-a "morta". A notícia se espalha, e chega a Romeu antes do mensageiro enviado por Frei Lourenço. Desesperado, ele compra um veneno e vai ao túmulo da amada, encontrando-a morta. Sem perceber que tudo não passava de uma mentira, Romeu toma todo o veneno, caindo morto ao lado dela. Julieta acorda, e, encontrando seu marido morto, toma sua espada e se mata a seu lado. Depois de toda a tragédia, as famílias Montecchio e Capuletto se unem na dor e decidem se perdoarem dos antigos ódios e rivalidades.

Romeu e Julieta não é um balé, mas sim vários, pois o romance de Shakespeare inspirou mais de cinqüenta produções. As primeiras foram encenadas desde 1785, mas a versão mais conhecida atualmente foi produzida em 1940, quase dois séculos depois. Também muitas músicas foram compostas para representar essa tragédia, e entre elas, versões de compositores famosos como Tchaikovsky e Berlioz também são conhecidas. A versão estreada em 1940, com a música de Prokofiev, foi a que mais se popularizou na dança, tendo características singulares. À título de curiosidade, o roteiro para essa versão pretendia mudar a obra de Shakespeare, de modo que os amantes não morressem no final, mas a mudança não foi bem aceita, sendo abandonada. Também é marcante nessa obra a grande atenção com personagens secundários, como Mercúcio, que tem um tema próprio de quase trinta minutos, tornando-se um papel disputado pelos melhores bailarinos do mundo.