sábado, 26 de setembro de 2009

La Bayadere



Bailado em quatro atos e sete cenas

Música: Ludwing Minkus

Libreto: Khudenov

Coreografia de Marius Petipa.

Estréia no Teatro Marinsky de São Petersburgo, a 4 de fevereiro de 1877.

Personagens: Rajá Dugmanta; Gamsatti, sua filha; Solor, um guerreiro; Nikia, a bailadeira;
sacerdote brâmano; Magdaveya, faquir; Aiya, escrava; servidor do templo; bailarino indiano.

A ação transcorre a Índia.

O primeiro ato nos apresenta um templo hindu.
Solor, contente por ter sido bem sucedido numa caçada, manda um servo levar ao rajá um tigre por ele morto.
O jovem guerreiro permanece no templo, pois espera ver sua amada Nikia. Quando ele sai um sacerdote brâmane
entra com bailadeira, e tenta confessar-lhe seu amor, mas é rejeitado. Irado, jura vingar-se.
O faquir Magda Veyga avisa Nikia que Solor está à sua espera. O guerreiro pede a Nikia que parta em sua
companhia. A bailadeira concorda, mas pede a Solor um juramento de fidelidade diante do fogo sagrado.
O sacerdote brâmane observa a cena.

Segundo ato mostra o palácio do rajá.
Este se encontra muito satisfeito com o presente de Solor e oferece-lhe a mão da filha. O guerreiro, temendo
recusar esta grande honra, e também enamorado da beleza de Gamsatti, aceita, esquecendo o voto sagrado
feito a Nikia. Segue-se a Festa do Fogo para celebrar o noivado. Entre as dançarinas estão Aiya,
confidente de Gamsatti, e Nikia. O sacerdote brâmane conta ao rajá o que ouviu entre Solor e Nikia.
Gamsatti ouve está conversa e apressa-se a contar Nikia. Esta se recusa a acreditar, mas a filha do rajá instante
para que desista de Solor. A bailadeira ataca Gamsatti com um punhal, mas é detida por um servo
Aiya acalma a filha do rajá e se oferece para livrá-la de Nikia.

O terceiro ato é o casamento de Solor com Gamsatti.
O rajá ordena que Nikia dance com as outras bailadeiras. Durante a dança, Aiya oferece a Nikia uma cesta onde
está escondida uma serpente venenosa, que morde Nikia. O faquir mata a cobra, e brâmane se oferece para
salvar a bailadeira, desde que ela lhe pertença. Nikia recusa e continua dançando até morrer.


O quarto ato é o reino das sombras.
Solor está desolado pela morte de Nikia. O faquir procura distraí-lo com uns encanadores de serpentes.
Solor adormece e sonha que visita, com Nikia, uma terra desconhecida. Surgem os espíritos das bailadeiras
mortas. Afinal Solor encontra Nikia e jura que nunca mais abandonará. Este ato coloca no palco 32 bailarinas.

Atualmente, o bailado é levado com cinco cenas. Na versão original, o final era diferente.
Solor após visitar o reino das Sombras, casa-se com Gamsatti. Mas a profecia da bailadeira realiza.
Ecoa um terrível trovão, o palácio cai em ruínas, e todos morrem esmagados.

História do Ballet Clássico


A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália. Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci.
O primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque de Milão com Isabel de Árgon.
Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça, braços e tronco e pequenos e delicados movimentos
de pernas e pés, estes dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.
Quando a italiana Catarina de Medicis casou com o rei Henrique II e se tornou rainha da França,
introduziu esse tipo de espetáculo na corte francesa, com grande sucesso. O mais belo e famoso espetáculo
oferecido na corte desses reis foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse ballet durava de 5 a 6 horas e fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais européias, além de ter uma grande influência na formação de outros conjuntos de dança em todo o mundo.

O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música, canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança tronou-se um grande bailarino
e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo como um deus ou alguma outra figura poderosa. Seu título " REI SOL", vem do triunfante espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real de Ballet e a Academia real de Música
e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de Ballet. O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés, que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico. A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tronou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros.
Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos. Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados.
Com o desenvolvimento da técnica da dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar, por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja dar um significado os movimento da dança.
Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por Jean-Georges Noverre,
inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança passou a ter uma narrativa, que apresentativa
um enredo e personagens reais, modificando totalmente a forma do Ballet de até então.


O período Romântico na Dança, após algum tempo, empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso porém, não aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado), foram reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos franceses foram trabalhar com eles. O francês, Mauris Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847, pretendendo um passeio rápido, mas também tornou-se coreógrafo chefe e ficou lá para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de Paris para São Petersburgos. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos maiores talentos de uma companhia. Cada ballet continha danças importantes para o Corpo de Baile, variações brilhantes para os bailarinos principais e um grande pas-de-deux para primeira bailarina e seu partner. Petipa sempre trabalhou os compositores e foi Tchaikowsky que ele criou três dos mais importantes ballets do mundo: a "Bela Adormecida", o "Quebra-Nozes" e o "Lago dos Cisnes".

O sucesso de Petipa não foi eterno.
No final do século ele foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência. Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo Serge Diaghilev, editor de uma revista de artes que, junto com amigos artistas estava cheio de idéias novas pronta para colocar em prática. São Petersburgos porém não estava pronta para mudanças e ele se decidiu por Paris, onde começou por organizar uma exposição de pintores russos, que foi um grande sucesso. Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa e finalmente em 1909 o ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara Karsaviana e Vaslav Nijinsky e três grandes ballets sob direção de um jovem brilhante coreógrafo Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores comentários. Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911e Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando uma nova era no ballet.
Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em 1929, o Ballet Russo encantou platéias na Europa
e América, devendo a sua popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos,
fragmento-se depois por todo o mundo.

No momento atual as peças de ballet são cheias de variedades e contrastes. Trabalhos antigos como "Giselle" e o mundo inteiro ao lado de outros, como os baseados em romances de Shakespeare e ainda criações recentes
assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas também por bailarinos do nosso tempo.

Qual será próximo passo?

Na sua longa história, o ballet tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua em mudando. Mas, apesar das novas danças e das tendências, futuras existe e existirá sempre um palco
e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais e imortais.

A ÓPERA-BALLET

Na primeira metade do século XVIII, entra em cena na França a ópera-ballet, que realizou o inverso dos ballets anteriores. Nas comédias-ballet, a dança está a serviço do enredo, da música, e dos outros elementos. Já na ópera-ballet, todos os elementos estão subordinados à dança e servem para conduzi-la. Era praticamente uma peça inteiramente cantada e dançada. O enredo, porém, era extremamente fraco, não havendo uma trama ou história propriamente dita, com início, meio e fim. Personagens mitológicos voltaram a ser usados, porém viviam como se fossem mortais, quase sempre passando por aventuras amorosas.

A ópera-ballet herdou dos ballets de côrte a cenografia e as vestimentas pouco adequadas. As roupas cobriam
todo o corpo e inclusive o rosto: as máscaras eram amplamente utilizadas, de forma que não trabalhavam a expressão facial. O figurino era sempre pesado e incômodo, quase incompatível com a dança leve e elevada, mas,
no entanto, a técnica era bem menos rigorosa que a atual.

A REFORMA DA DANÇA

Em 1754, Luís de Cahusac foi o primeiro a criticar o excessivo apego à forma e não ao conteúdo da dança.
Ele era um famoso libretista (que constrói o libreto, a história da peça), historiador, e, principalmente, crítico.
Para ele, qualquer manifestação artística servia para imitar a vida real, e por isso a dança deveria ser uma forma
de se expressar com o corpo as intempéries da alma. Franz van Weuwen Hilferding, um bailarino austríaco que estudou na França, se tornou maitre de ballet em Viena, Stuttgart, e São Petersburgo, onde produziu ballets repletos de ações, mímicas e mise-en-scenes. Mas esses ballets ainda não constituíam uma ação completa, eram um aglomerado de historietas que juntas não tinham sentido algum. O principal nome da reforma é Jean Georges Noverre.

Conhecido por sua insatisfação com a dança e as regras de sua época, ele estudou dança mas não entrou na Academia Real, como ditavam as regras. Começou, então, a viajar de um lugar para outro, primeiramente como bailarino, e logo coreografando peças e espetáculos. Com 27 anos já era um maitre de ballet de renome, espalhando suas idéias inovadoras por onde passasse e influenciando toda a Europa. Dessa forma, depois de muito viajar por todo o continente, foi finalmente nomeado Maitre de Ballet da Academia Real de Paris (contra a vontade do corpo de baile e dos tradicionais, porque esses acreditavam que só alguém que já foi bailarino da Academia poderia ser maitre da academia). Lá, ele criou poucas peças em virtude da falta de apoio por parte dos bailarinos, mas talvez uma delas seja a mais inovadora de sua carreira: "lês Caprices de Galanthée", em 1781. Não continha canto, mas apenas danças e mise-em-scenes. Foi o primeiro ballet a romper definitivamente com o estilo das óperas. Noverre criou, assim, o ballet que girava em torno de uma só ação dramática, que contava uma história, síntese do Ballet de Repertório. O mestre acreditava que, antes de ser uma manifestação estética, a dança era uma forma de se exprimir emoções com o corpo. A estética do movimento era apenas uma consequência da emoção que brotava na alma do dançarino. Os bailarinos não poderiam deixar de lado a técnica, mas esta não era, de forma alguma, mais importante que a emoção que a dança busca exprimir.

Noverre insistia muito no endehors, mas para ele nada deveria ser forçado: a abertura do quadril seria trabalhada através de exercícios como os rond de jambs e grand battements. Ele ainda criticava os bailarinos de sua época por trabalharem excessivamente o corpo e pouco a alma, tornando-se ignorantes na arte expressiva. Para ele, o bailarino deveria dividir seu tempo igualmente entre os estudos da arte dramática e as aulas para o corpo. Noverre criticou fortemente as vestimentas que cobriam os bailarinos: para ele, tudo deveria facilitar a técnica e principalmente a expressão no desenvolvimento da trama da história de cada ballet. Por isso, ele também retirou as máscaras de cena: "O rosto é o órgão da cena muda, é o intérprete fiel de todos os movimentos da Pantomima (dança expressiva), é o suficiente para banir as máscaras da dança".

Em 1789, um discípulo de Noverre, Jean Dauberval, foi para Bordeaux, seguindo uma bailarina que amava, mas que não se dava bem com a direção da Ópera de Paris. Em Bordeaux, Dauberval criou La Fille Mal Gardée, o mais antigo ballet dançado até hoje. Quase nada de sua coreografia original foi mantida, mas sabe-se que era um ballet alegre e impregnado dos ideais da Revolução Francesa. Nasceram assim os Ballets de Repertório, que vêm sendo dançados e adaptados até hoje, e nos quais a ação dramática deve ter início, meio e fim, representados a partir de danças e mise- en-scenes. O mestre Noverre transformou o ballet clássico em uma dança que não se limitava a uma execução mecânica, que foi capaz de emocionar pessoas em todo
o mundo nos séculos seguintes.

OS BALLETS ROMÂNTICOS

O Romantismo do século XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores. Foi nesta época que os Ballets de Repertório se firmaram.

O Romantismo foi um movimento artístico de valorização do sentimento em detrimento da razão (como desejava o mestre Noverre) e no qual a imaginação era deixada à solta, sem qualquer controle ou auto-censura. Dessa forma, a dança que expressa algo, que mostra sentimento, cresce notoriamente, sem deixar morrer o imenso desenvolvimento técnico que havia acontecido anteriormente. No momento, o que se buscava através da técnica eram formas expressivas, a poesia do corpo, a fluidez da dança e não o virtuosismo e a beleza das formas.

Esses novos ideais, baseados na "Igualdade, Liberdade e Fraternidade" da Revolução Francesa, se afastam totalmente dos ideais estéticos greco-romanos. Os artistas tendem a se inspirar no seu cotidiano, nas suas emoções reais, e não na idealização da perfeição dos Deuses.

Uma das grandes inovações da Era Romântica foi o surgimento da dança na ponta dos pés. Eis um bom exemplo dos ideais românticos: houve um imenso desenvolvimento da técnica, mas os objetivos desse desenvolvimento vão muito além da estética da forma: na ponta dos pés, a bailarina se torna muito mais leve e expressiva, pelo menos aos olhos do espectador. Com as pontas, surge a supremacia feminina no balé: os bailarinos agora serviam de suporte, para apoiar e levantar as grandes estrelas. Para isso, eles deviam ser fortes, e belos e expressivos para as histórias de amor. A dança agora se torna mais sensual (para os padrões da época): para equilibrar a bailarina na ponta, o partner deveria ampara-la com seu corpo ou ao menos segura-la pela cintura.

Nesse clima, em 1832, nasceu La Sylphide. Foi o primeiro ballet já coreografado para as pontas e o primeiro grande ballet romântico. Retratava um dos tema preferidos do romantismo: o amor entre mortais e espíritos, e inaugurava a imaginação sem fim, que tratava de temas cotidianos somados a seres como ninfas, duendes, fadas e elfos. Mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais, sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de que saía do chão.
Os Deuses do Olimpo (gregos e romanos) estavam quase esquecidos.

As roupas brancas e longas das ninfas, quase sempre com fartas saias de tule com collants, acentuavam o corpo das bailarinas, o que contribuiu para a sensualidade e para a necessidade de se lapidar ainda mais a técnica, pois agora o corpo aparecia mais (as saias de tule são um pouco transparentes) e não era mais tão disfarçado pela roupagem. Nesses mesmos moldes, o ballet "Giselle" estreou em 1841, sendo remontado mais tarde pelo menos duas vezes. Assim como La Sylphide, Giselle apresentava um 1º ato realista, entre os camponeses, e o 2º ato mais fantástico. Ao invés das ninfas apresentadas no primeiro ballet, no segundo ato de Giselle surgiram novos seres imaginários, as Willis, que eram como ninfas más. Dos grandes nomes da primeira metade do século XIX, La Sylphide lançou Maria Taglioni, este ballet foi criado para ela, a mais perfeita bailarina romântica, harmoniosa, que parecia flutuar, portadora do tipo físico ideal ao romantismo. Giselle lançou Carlota Grisi, uma mulher com uma interessante história pessoal, inspiradora do ballet: foi profundamente amada por Julius Perrot, o coreógrafo do ballet, com quem viveu, e também foi musa inspiradora do Libretista dessa obra, Theóphile de Gautier, que morreu balbuciando seu nome. A segunda bailarina que estrelou Giselle foi Fanny Elssler, muito conhecida por seu estilo forte e voluptuoso. Este ballet romântico representa o maior de todos os testes para a bailarina até os dias de hoje.


A DANÇA PELA EUROPA

O romantismo marca também a queda da dança francesa. Nessa época, os grandes nomes, sejam coreógrafos ou bailarinos, circulavam por toda a Europa, e principalmente por São Petersburgo e Viena. Na Ópera de Paris nada de esplendoroso aconteceu, a não ser da criação de Le Corsaire, de Mazilier, em 1856, e Coppélia, de Arthur Sait-Leon, em 1870.

As bailarinas italianas espalhavam uma nova "moda": a dança mais acrobática, mais voluptuosa, como a de Fanny Elssler. Na Rússia, a monarquia dos Czares incentivava e investia na dança, como forma de mostrar seu poder e grandiosidade. Tal situação atraiu talentos de toda a Europa, que fugiam do mercantilismo e da conseqüente falta de investimento na dança.

O NEOCLASSICISMO NA DANÇA

Nijinsky e Pavlova
A partir do início do século XX, a influência do ballet russo se espalhou por toda a Europa. A grande expansão da dança russa se dá com Diaghilev, um amante das artes que organizou uma espécie de "grupo itinerante", que apresentava os ballets russos por todo o mundo. Com Diaghilev trabalharam alguns dos maiores nomes do século XX:
Michel Fokine (coreógrafo de Les Sylphides), Anna Pavlova, Nijinsky (grande bailarino e autor de peças como A Sagração da Primavera) e Balanchine (também coreógrafo e fundador do New York City Ballet).

Diaghilev acreditava que a dança deveria ser o encontro de todas as artes, e por isso os cenários das peças de seu grupo costumavam ter assinatura de grandes nomes, e as músicas eram de autoria dos novos talentos como compositores, como Stravinsky. Isso tudo sem contar com inovações como a valorização do corpo de baile, que então deixou de apenas figurar, ganhando mais números e destaque.

Enfim, foi graças a Diaghilev que a força da dança ressurgiu no ocidente, chamando a atenção do público (porque suas peças eram sempre ricas ou polêmicas) e dos novos talentos que surgiram a partir de então.
Era uma nova dança: extremamente virtuosa, com um toque de poesia, modernidade e inovação.

Nessa mesma época, um grupo sueco causa grande polêmica. Interessados em romper com as tradições, em 1920 Rolf de Maré e o coreógrafo Jean Börlin fundam um grupo cuja maioria provinha da Ópera Real de Estocolmo. Os suecos passaram 5 anos espalhando sua polêmica na Europa, participando da extraordinária criatividade de sua época e transformando o ballet em uma arte contemporânea. Suas peças mais marcante foram La Création du Monde, em 1923 e Relâche, em 1924, sendo que esta última foi a primeira peça de ballet que utilizava cinema (o filme entre'acte, de René Clair). Sendo assim, os suecos foram responsáveis pela introdução do cubismo no balé, utilizando até um cenário de Picasso no ballet Icaro.

Em 1925, não aguentando as pressões que sofriam, por problemas e contradições de sua arte (a técnica acadêmica clássica ainda era utilizada, com toda a sua rigidez, apesar de toda a maleabilidade de suas idéias, cenários e histórias) o grupo se dissolveu. Foi assim que a dança, ainda clássica, incorporou os ideais modernos. Através desses grupos, das concepções coreográficas de Balanchine, Fokine e Nijinsky, de bailarinas revolucionárias e marcantes como Anna Pavlova. As primeiras décadas do século XX se dividiram, assim, entre o brilhantismo acadêmico russo e as inovações dos grupos (russo e sueco) que percorreram o ocidente.

Dança Moderna


Baseado em registros feitos pelo homem através de desenhos de figuras humanas encontrados nas paredes e tetos das cavernas no período Paleolítico, podemos perceber que o homem já dançava. O homem pré-histórico dançava pela caça, colheita, casamento, cura, etc. Dançava em forma de ritual para tudo que tinha um significado.


Por isso podemos dizer que a Dança é1 a arte mais antiga que o homem experimentou e a primeira arte a vivenciar com o nascimento. Assim, o homem e a dança evoluíram juntos nos movimentos, nas emoções, nas formas de expressão e na arte de transformar os seres desse mundo.

Evoluíram também em conceitos, nos acontecimentos culturais e sociais que a dança, juntamente com o homem, mostravam através da intenção dos anseios e necessidades da humanidade. Dessa forma, caminhavam juntos revelando através da história a relação do homem com o mundo e seus diferentes modos de vida.

Seja na expressão de magia, ritual, cerimonial, expressão popular ou no prazer de se divertir, a dança sempre esteve envolvida com a forma de manifestação das vivências do homem no mundo e as influências que o mundo lhe apresentava.

No evoluir da dança, ela foi se misturando no cenário das antigas civilizações e se diversificando nas várias formas de interpretação e expressão. E essas danças foram deixando através dos tempos suas raízes com a possibilidade de outras nações posteriores estudá-las e apreciá-las.

A partir daí a dança inicia sua fase de corte em que se dançava com o intuito de satisfazer os nobres e agradá-los. Foi chamado de ballet de corte e é dessa dança que se origina o que hoje conhecemos como ballet clássico.

O ballet sofre mudanças, começa a ser apresentado nos palcos, a figura feminina começa ascender e os bailarinos se tornam profissionais. Logo surge o ballet romântico em que definitivamente o homem perde importância e começa a servir somente como apoio à bailarina. A característica principal do Romantismo no ballet é o uso das sapatilhas de ponta pelas bailarinas, onde a procura pelo chão foi trocada pela tentativa de “quebra” da gravidade por meio de saltos.

Quando, no século XIX alguns apreciadores da dança resolveram romper com a leveza e a estética do ballet clássico, surge a Dança Moderna, retornando aos movimentos ligados a terra. Dança Moderna é o termo surgido nos Estados Unidos para designar o contrário da dança acadêmica. Na verdade, engloba uma variedade de estilos que basicamente tem em comum não utilizar sapatilhas de ponta ou o vocabulário de dança clássica, buscando também temas mais identificados com sua época. Uma reação aos rigores do classicismo, procura maior identidade entre o palco e platéia, além de constante pesquisa de novos caminhos para a expressão através do movimento.

DANÇA MODERNA: PRINCIPAIS TEÓRICOS E ESCOLAS Escola Americana: A prática “real”, criação e evolução da dança começa entre o final do século XIX e início do século XX nos Estados Unidos.

François Delsarte (1811-1871): Foi o primeiro teórico da dança. Trabalhou a relação entre voz, gesto e emoção interior. Está aí a chave da dança moderna: A intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto. Fez com que a dança parecesse ter um só guia: a própria alma humana.

Ideais do Delsartismo:
Todo corpo é movimentado pela expressão que é a fonte e o motor do gesto, principalmente no torso (tronco).
Pela contração e pelo relaxamento dos músculos se obtém a expressão.
“Os três princípios de nosso ser: vida, mente e alma; formam uma trindade”- Tinha o objetivo de obter a partir de exercícios uma perfeita harmonia e por isso conduzir o homem a um alinhamento entre a expressão e o sentido.
Sua análise sobre anatomia e expressão humana, fundamenta-se em dois princípios: O Princípio da Correspondência (tendo sido criado à imagem divina, o homem manifestava-se em seu ser uma tripla causalidade) e o princípio da Trindade, superava a dualidade corpo-alma através da criação e do espírito, que entendia como sendo de uma mesma e única realidade .
Estrutura Típica - o corpo humano é composto de três zonas principais: a cabeça (intelecto); o tronco (emoções) e os membros (o que é propriamente físico ou animal)
Oposições, paralelismo e sucessões : as três grandes ordens do movimento.
Cada movimento corporal tem um sentido próprio que também corresponde a uma emoção específica.
Universalização do treinamento artístico através da elaboração de métodos que podem ser utilizados por qualquer pessoa independente de suas limitações físicas.
Todo homem é artista a partir do momento em que é humano.
A arte da dança é universal, criada pelo ser humano a partir das condições de sua própria existência.
Não há arte para o homem que não seja naturalmente humana.
Loie Fuller (1862–1928): Apesar de não ter deixado inspiração, escola, técnica ou teoria, teve uma pequena importância para os palcos: o efeito dos projetores de luz sobre os tecidos. Por toda sua vida estudou esses efeitos. De acordo com a sua forma, ela “esculpia a luz”.

Isadora Duncan (1877-1927): É a dançarina pioneira. Apesar de não ter deixado escola, Isadora ficou como inspiração para que outras personalidades fizessem da dança moderna um estilo de dança tão explorado e procurado atualmente. A técnica lhe parece sem interesse: fazer gestos naturais, andar, correr, saltar, mover seus braços, reencontrar o ritmo dos movimentos inatos no homem, perdidos há anos, escutar as pulsações da terra, obedecer às leis da gravitação, feitas atrações e repulsas, de atrações e resistências, conseqüentemente, encontrar uma ligação lógica, onde o movimento não pára, mas se transforma em outro, respirar naturalmente, eis o seu método. Costumava dançar de cabelos soltos, túnicas esvoaçantes e pés descalços, figurino este que horrorizava o público da época que era acostumado com sapatilhas, penteados e vestidos enormes. Para Isadora, o sentimento deveria ser expresso pelo corpo e pelo espírito.

Ruth Saint Denis (1878-1968): Ruth Saint Denis, denominada “The first lady of american dance” (A primeira dama da dança americana), faz chegar definitivamente o nascimento da dança moderna. Queria reencontrar o espírito de países e de técnicas de dança que quase nada conhecia. Apenas via vestígios das culturas pelas quais se interessava e a partir delas imaginava uma nova técnica na qual podia se dizer nova, pois cada movimento encontrava seu ponto motor no tronco. Ruth aprofundou-se na idéia de que dançar é exprimir a vida interior.

Ted Shawn (1891-1972): Marido de Saint Denis, de 1916 em diante, introduziu técnicas masculinas vigorosas para realçar a dança como uma carreira para homens. Isso rompia com a tendência admitida na época, destruindo o tabu da discriminação (inconsciente) sexual da dança.

Denishawnschool: Foi formada pelo casal Ruth Saint Denis e Ted Shawn em Los Angeles em 1914. Ted Shawn dedicou grande parte de seu tempo a Denishawnschool. Ali se tornou teórico de toda dança moderna, mostrando as relações entre pensamento, gesto e dança. Em primeiro lugar, a escola utiliza a ruptura completa com a dança acadêmica, utilizando as danças orientais, isso mesmo sem conhecer as técnicas e estilos em sua totalidade; apenas usando a essência e a sua imaginação. Por isso uma exigência de uma concentração total. A escola tinha o objetivo de dar uma formação que ultrapassasse o quadro da preparação corporal para atingir o conjunto da personalidade, inclusive a inteligência e a sensibilidade. Nos métodos, utiliza o treinamento da dança acadêmica descalço sem o uso da sapatilha de ponta (fazendo assim a formação rigorosa do corpo) e desde cedo apresentando-se em espetáculos nos palcos. Na técnica, utiliza o tronco como ponto inicial para qualquer movimento; busca reforçar a impulsão nervosa situada no plexo solar, fazendo com que todos os músculos estejam disponíveis para traduzir os impulsos interiores. Dentre as disciplinas que ensinava, estão: anatomia, música, cultura geral e treinamento corporal. Da Denishawnschool saíram Martha Graham e Doris Humprey, grandes nomes da dança moderna.

Doris Humprey (1895-1958): Consegue difundir as disciplinas coreográficas nas universidades americanas.

Martha Graham (1894-1991): Para Martha, o ser humano é a finalidade da ação coreográfica, confrontando com os problemas atuais do mundo. Buscou o movimento do espírito nas profundezas da alma, para mergulhar no desconhecido do ser. Queria, em seus espetáculos, que o espectador não somente acompanhasse a ação, mas penetrasse no mito e extraísse dele os elementos que lhe concernem pessoalmente, que o identificasse aos heróis.

Técnicas e movimento:
Seu gesto fundamental está no tronco e as duas palavras chave de sua técnica são: “Tension-release” (tensão e relaxamento), contrair os músculos e soltar a energia muscular.
O tronco é o centro do movimento que se expande para fora e para os outros músculos, até os membros.
A força do gesto acontece em torno da força da emoção.
O bailarino se transcende, a partir do movimento tem perspectivas espiritualistas e treinamento nervoso e corporal bem definido.
Ciência da respiração baseada em três pontos essenciais: inspiração-expiração; memória motora e movimento percurtante (poderoso movimento interrompido no auge para que provoque a imaginação do espectador quanto a sua total conclusão).
Merce Cunninghan (1914):Deu a origem ao Pós Moderno, que baseava-se em movimentos primitivos, sem intelectualidade e em que se voltassem para o ritual.

Escola Germânica:A história da dança moderna na Alemanha conta com a segunda geração expressionista que foi marcado pela primeira Guerra Mundial. Suas características são: O grotesco; A careta; Humor negro; Rejeição a qualquer espécie de folclore (germânico ou não).

Rudolf Von Laban (1879-1958):Escreveu muitos livros dando grande contribuição para a dança moderna. Acreditava no movimento como denominador comum de todas as ações humanas e na música como evitável na concepção da coreografia. Criou o movimento dentro da noção de espaço de um icosaedro (poliedro de 20 lados). Criou também a relação entre espaço (parceiro móvel do dançarino), movimento e peso (dinâmica do movimento sem “quebra da gravidade” com equilíbrios e desequilíbrios). E entre suas maiores criações estão a “Eukinetiks” (Eukinética= Belos movimentos) e a Labanotation2, sistema de notação coreográfica em gráficos.

Emiles Jacques Dalcroze (1865 – 1950): Criou a Eurritmia, (ginástica rítmica). Esse método foi criado para a aprendizagem da música. Consistia na expressão corporal como representante de ritmos musicais. Não havia sentimento, cada nota musical representava um movimento, é a tradução mecânica da música através do corpo.

HISTÓRIA DA DANÇA MODERNA NO BRASIL

A dança moderna no Brasil chega em 1932, com Ruth Rachou, que especializou-se na técnica de Martha Graham e também na ginástica de Pilates. Para ela, o pensamento tem que ser um exercício diário para o bailarino. Seu maior objetivo era difundir a técnica de Martha Graham no Brasil.

Porém o palco não aprecia esse novo modo de dançar, já que estavam muito fixados no ballet clássico.

Foi em meados de 1970 é que esse estilo se incorpora em alguns grupos de dança, com um restrito número de pessoas. Em meados da década de 80, não havia quase inovações na dança. Somente dança como relaxamento corporal, conhecimento do corpo como um todo. Já nos temas das coreografias, uma mistura de personagens e fatos brasileiros.

Mas foi na década de 90 que, com a pós-modernidade, a dança moderna se incorporou de vez, e com várias companhias muito importantes e nomes consagrados da dança moderna.

A dança no Brasil se tornou uma mistura entre dança moderna e contemporânea. Isso nos faz incluir algumas companhias de dança, que se encaixam nessa miscigenação. Ruth Rachou é uma das pioneiras da dança moderna no Brasil.

Grupos e personalidades em destaque

 
Grupo Corpo;
Cia Stagium;
Cia Déborah Colker;  
Grupo Raça;
Quasar Cia de Dança ;
Distrito Cia de Dança;
staccato Cia Dança 
Ismael Guiser


CARACTERÍSTICAS DA DANÇA MODERNA:


A intensidade do sentimento comanda a intensidade do gesto;
Reunião de todos os estilos de formas, movimentos e técnicas;
Fluxo de movimento que se estende por todas as articulações do corpo;
Linguagem do corpo inteiro;
Movimento predominantemente nas extremidades;
Pés nus (descalços);
Pés en dehors e en dedans (para dentro);
Pés têm pouca importância;
Ruptura da linha melódica;
Realismo psicológico;
Prende-se demais a moda, suas coreografias vivem apenas um ano;
Vive enquanto vive a angustia de nossa época. 
 
 
1DANÇA: Substantivo feminino- 1- Seqüência de movimentos corporais executados de maneira ritmada, em geral ao som de música. 2- A arte da dança. 3- Música que se destina a ser dançada. 2O ‘Labanotation’ (como é conhecido nos EUA) ou ‘Kinetography Laban’ (na Europa) é o sistema de notação mais difundido e o mais antigo. Foi criado em 1928 por Rudolf von Laban. O sistema de Laban parece mais difícil, por ser mais abstrato e menos pictórico. Ao invés de ‘desenhar’ os movimentos dos bailarinos o sistema cria uma espécie de alfabeto, em que uma série de indicações convencionais se cruzam com uma série de símbolos, representando os diferentes passos. Mas seus princípios são simples: uma linha vertical e central divide o corpo em lado esquerdo e direito. A localização do símbolo na coluna indica a que parte do corpo ele se refere. O tempo é determinado pelo tamanho dos símbolos dos movimentos: quanto maior o símbolo mais lento o movimento. A forma dos símbolos indicam as onze direções.E o hachuriado indica a posição do joelho: se em plié, esticado ou na ponta. Além disso, há indicações de intensidade do movimento. O método Laban é usado em várias companhias, principalmente inglesas.

domingo, 20 de setembro de 2009

Ekaterina Maximova




Ekaterina Sergeyevn Maximova nasceu a 1 de Fevereiro de 1939, em Moscovo e, aos 18 anos, após terminar os estudos na Escola Coreográfica da capital russa, foi aceite no elenco do Ballet Bolshoi, em cujo palco brilhou mais de três décadas 

Yekaterina "ballerina" 

O nome de Yekaterina Maximova é bem conhecido do público "balletómano" português. Em Outubro de 1999 deslocou-se a Lisboa tendo, então dado uma entrevista exclusiva à RD: 

Ela foi, sem quaisquer dúvidas, uma das grandes bailarinas deste século. Pertencente a uma geração a seguir a à de Galina Ulanova - que foi sua mestra - e de Maya Plisetskaya e ao lado de Natalia Bessmertnova, Irina Kolpakova e Natalia Makarova, esta grande artista casada com outro "monstro" da dança soviética, Vladimir Vassiliev, é uma lenda viva da dança russa.
Com pouco mais de 60 anos, Maximova, que mantém um físico invejável e uma beleza muito particular, dedica-se hoje a apurar a arte das jovens "ballerinas" do Ballet do Kremlin e a dirigir ensaios de uma peça que bem conhece: "A Gata Borralheira".
Deixou de actuar em palco há cerca de seis anos mas não abandonou a dança. E, se nunca veio a Portugal como intérprete, está hoje no nosso País com funções de "ballerina" retirada. Diz que gostou do sol e luminosidade de Lisboa, o que não admira, pois em Moscovo a temperatura já desceu aí a uns 12 graus negativos. 
A última vez que dançou foi há cerca de seis anos, em S. Petersburgo, numa gala especial - uma espécie de homenagem - mas que não foi uma verdadeira festa de despedida. Dançou um excerto do 2º acto de "Zolishka" ("A Gata Borralheira"), com muitos artistas no elenco, mas fala da ocasião sem memórias muito vivas.
Bailarina clássica por excelência afirma também ter dançado obras dos franceses Maurice Béjart e Roland Petit mas nunca se ter interessado por outro tipo de dança. Ter trabalhado com Kasyan Goleizovsky teria sido para ela "um presente dos deuses" mas, quando o conheceu, "lamentavelmente ele já estava velho. Era uma personagem singular e um coreógrafo extraordinário".
Dos grandes papéis clássicos - "Giselle", "Kitri" ou "Julieta" - não escolhe nenhum em especial que lhe tenha dado mais gozo dançar. Acrescenta que gostou de trabalhar numa peça de seu marido inspirada numa obra de Tchekov e que está no reportório do Bolshoi. Diz que "adora ver os bailados de George Balanchine" mas que "nunca teve vontade de dançar nenhum deles". Já de John Cranko refere com um sorriso rasgado e traços de orgulho que dançou Tatiana em "Eugen Onegin".
Sobre a coreografia contemporânea responde simplesmente "alguma gosto... outra não".
E sobre a dança no seu país começou por tornar claro que só falaria de "ballet". "Acho que não estamos em crise. Há muitos bailarinos novos com talento e de grande perspectiva, muitos teatros a funcionar regularmente e sempre cheios e um público caloroso. Criam-se novas companhias e vemos muitos coreógrafos e bailarinos jovens que se tentam realizar através da pesquisa e da busca de novos estilos. Não penso que o bailado está em crise ou que está a morrer, veja-se o trabalho de Boris Eifman, um dos melhores coreógrafos contemporâneos da Rússia". 



Morreu a bailarina russa Ekaterina Maximova, ex-estrela do Bolshoi. 28 de Abr de 2009

MOSCOU, Rússia — A bailarina russa e ex-estrela do Teatro Bolshoi de Moscou Ekaterina Maximova morreu nesta terça-feira aos 70 anos, informou a porta-voz Katerina Novikova.

"Ekaterina Maximova morreu repentinamente em sua casa. Seu marido Vladimir Vasiliev estava fora do país", afirmou Novikova, acrescentando que as causas da morte ainda não são conhecidas.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, apresentou condolências ao marido da bailarina. Os dois formaram um dos mais famosos casais de bailarinos da Rússia e do mundo, segundo o Kremlin.

Nascida em Moscou, em 1º de fevereiro de 1939, Ekaterina Maximova entrou em 1958 para o corpo de baile do Teatro Bolshoi, onde trabalhou durante 30 anos.

Ekaterina Maximova, aluna da legendária Galina Ulanova, dançou pela última vez no Bolshoi em 1999, por ocasião de seus 60 anos. Ela era professora no Bolshoi desde 1998.


Recentemente o Teatro Bolchoi celebrou, com a sala esgotada, o 70º aniversário de Maxímova tendo sido aplaudida efusivamente como recompensa de uma notável carreira e também dos 50 anos de trabalho conjunto com o seu marido e único parceiro no palco, Vladimir Vassiliev". Aliás, o par Vassiliev-Maxímova foi considerado pela crítica especializada "o par de ouro do bailado russo do séc. XX".  

saudades eternas

sábado, 19 de setembro de 2009

Anna Pavlova





Anna Matveievna Pavlova foi uma bailarina russa, nascida em São Petersburgo, a 31 de janeiro (segundo o calendário juliano) ou a 12 de fevereiro (pelo calendário gregoriano) de 1881 e falecida na Haia, em 23 de janeiro de 1931. De talento e carisma excepcionais, fascinou o mundo da dança no fim do século XIX e na primeira metade do século XX. Seu extraordinário talento e suas interpretações extremamente pessoais deram um novo sentido ao balé clássico. Também era conhecida como Anna Pavlovna Pavlova.

Nascida de mãe solteira, no seio de uma família de camponeses pobres, não gostava de falar de seu pai, afirmando que ele morreu quando tinha dois anos de idade. Os historiadores afirmam que ele era um soldado judeu quando do seu nascimento e mais tarde um comerciante. Aos oito anos, como presente de aniversário, sua mãe a leva para assistir ao espetáculo de balé:"A Bela Adormecida" no teatro Mariinsky. Emocionou-se tanto, que decidiu a partir daquele dia se dedicar à dança.

Tentou então ingressar na Escola Imperial de Balé de São Petersburgo, mas foi rejeitada devido a sua tenra idade e baixa estatura. Em 1891, aos dez anos, conseguiu ingressar na academia. Desde cedo, revelou um grande talento para a dança clássica.

Anna Pavlova como Giselle, Ato I (ano 1900)

Em sua formação, teve aulas com os mais famosos professores da época: Pavel Gerdt, Christian Johansson, Ekaterina Vazem, Nikolai Legat.

Graduou-se em 1899 aos dezoito anos de idade. Em seguida, ingressou no corpo de balé do "Balé Imperial Russo" de São Petersburgo. Era o começo de sua carreira de sucesso. Seu palco nesta época era o teatro Mariinsky.

Carismática, caiu no gosto do Maestro Marius Ivanovich Petipa, galgando rapidamente posições de destaque entre as bailarinas: em 1902 era segunda solista; em 1905 "Première Danseuse" e finalmente em 1906 "Prima Ballerina".

No final do século XIX o ideal da bailarina era ter corpo compacto e musculoso, para poder atender aos requisitos de técnica e performance nas danças. Anna Pavlova mudou esta visão. Por sua figura feminina, graciosa e delicada e por seu modo personalíssimo de dançar (tinha um jeito especial de executar o "En Pointe", que na época causou polêmica, mas que com o passar do tempo tornou-se padrão), começou a ganhar destaque nos balés em que atuava e a arrebanhar fãs entusiastas. Para a legião de fãs ela era a Pavlovtzi.

Em 1908 estreou em Paris, no Théâtre du Châtelet, com o Ballets Russes de Serguei Diaghilev. De 1908 a 1911, apresentou-se com a companhia de Diaghilev, passando a dividir o seu tempo profissional entre as turnês e as apresentações no teatro Mariinsky.

Em 1913 larga o "Balé Imperial" e passa a se apresentar por sua própria conta, empresariada por Victor d'Andre.

Em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial, ela deixou a Rússia definitivamente e se mudou para Londres, fixando residência na casa que adquirira em 1912, denominada "Ivy House".

Durante a guerra excursionou com frequência nos EUA e na América do Sul, tendo apresentado-se em 1918 no Teatro da Paz em Belém do Pará. Também esteve na Ásia, Oriente e África do Sul.

Dançou para reis, rainhas e imperadores de toda a europa. Sarah Bernhardt e Isadora Duncan eram suas admiradoras.

Na década de 20 apresenta-se no Teatro Municipal de São Paulo e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1924, casa-se com Victor d'Andre, seu empresário.

No período de natal de 1930, Pavlova tira três semanas de descanso de uma turnê que realizava pela europa. Na volta ao trabalho, próximo de A Haia na Holanda, o trem em que estava foi obrigado a parar devido a um acidente ocorrido próximo à linha. Curiosa, desceu para ver o que havia acontecido vestindo roupas muito leves para o tempo que fazia (um fino casaco sobre uma camisola de seda) e caminhando pela neve. Dias mais tarde, é acometida de forte pneumonia. Após breve sofrimento, morre de pleuris no dia 23 de janeiro de 1931, no auge da fama e próximo de completar cinqüenta anos. Segundo testemunhas, suas últimas palavras após pedir para que lhe preparassem o seu traje de "A Morte do Cisne" foi: "Execute o último compasso bem suave".

A Bailarina

Após ser admitida no corpo de balé do "Balé Imperial Russo" de São Petersburgo, passa a galgar posições de destaque nos espetáculos do teatro Mariinsky muito rapidamente. Expressiva e carismática, conquistava grande legião de admiradores a cada espetáculo. Seu físico delicado e gracioso era bem apropriado para os papéis românticos dos balés, e isso foi percebido pelos coreógrafos. Seu primeiro sucesso e que passou a ser sua marca registrada, é o solo de "A Morte do Cisne", apresentada em 1905, no teatro Mariinsky, com música de Cammille Saint-Säens e coreografia de Mikhail Fokine . Também é sucesso em "Giselle" com música de Adolphe Adam e coreografia de Marius Petipa, apresentada em 1906 no mesmo teatro.

No dia 6 de janeiro de 1908, realiza o seu sonho de infância e dança no teatro Mariinsky, no papel de Princesa Aurora, o balé A Bela Adormecida pela primeira vez.

No Ballets Russes apresentou-se no teatro Chatelet, em Paris, em julho de 1909, tendo por parceiro o grande bailarino Vaslav Nijinsky no balé Les Sylphides. Também nesta temporada dança no balé Cleópatra, tendo como parceiro Mikhail Fokine.

Em fevereiro de 1910, apresenta-se no Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, no balé Coppelia, tendo como parceiro Mikhail Mordkin. Era a primeira vez que se apresentava nos EUA.

Em 1911, apresentou-se pela última vez no Ballets Russes, desta vez em uma temporada em Londres. Mais uma vez teve como parceiro Vaslav Nijinky. Após esta temporada ela nunca mais dançaria com ele.

No dia 24 de fevereiro de 1913, ela apresentou-se pela última vez no teatro Mariinsky, no balé La Bayadere. 

A partir de 1913, rompeu seu vínculo com o Imperial Ballet de São Petersburgo, e passou a excursionar pelo mundo com companhia própria até a sua morte em 1931.

Em suas vindas ao Brasil, ela apresentou-se nestes grandes teatros: Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Teatro Municipal de São Paulo e Theatro da Paz (Belém, Pará).

O seu repertório era clássico, convencional, mas gostava de incluir números de danças étnicas. Os seus excertos e adaptações dos balés clássicos encantavam as platéias para quem se apresentava.

Anna Pavlova, por meio de suas turnês ao redor do mundo, e também por sua figura carismática e singular, tornou o balé popular por onde passava, sendo responsável por inúmeras novas bailarinas; moças que após a verem dançar se decidiam a também fazê-lo.

Durante sua carreira, Anna Pavlova viajou cerca de quinhentas mil milhas, dançando em 3.650 espetáculos e participando de mais de dois mil ensaios. 

Frases

"Deus dá o talento, mas é o trabalho que transforma o talento em gênio."


"Embora alguém possa falhar em encontrar a felicidade na vida teatral, ninguém desiste depois de já ter uma vez provado de seus frutos."


"O sucesso depende em grande parte de iniciativa pessoal e esforço, e não pode ser adquirido exceto à força de trabalho."


"Toque o último compasso bem suave." - (suas últimas palavras)

Rudolf Nureyev


Rudolf Nureyev nasceu na Rússia Soviética, se transformando num dos mais celebres bailarinos do século 20,o primeiro superstar homem do mundo da dança desde Vaslav Nijinsky.Nureyev espantava o público com giros e saltos espetáculares, mas seu temperamento apaixonado e sentimental que o fez um fenômeno. Nureyev, era descendente de Tatar, estudou a dança e sua técnica com o Ballet Ufa. Ele era um estudante incrível na Escola de Ballet de Leningrado de 1955 a 1958, mudando depois do corpo de baile e se formando diretamente com solos no Kirov Ballet. Três anos mais tarde, em 17 de Junho de 1961, quando estava em turnê com o Kirov em Paris, ele quebrou a barreira da segurança soviética e pediu asilo de oficiais no aeroporto de Le Bourget. Nos meses seguintes ele se apresentou em Paris, New York, Londres e Chicago, mas seu auge foi atingido em 1962 quando ele fez par com a aclamada bailarina Margot Fonteyn do British Royal Ballet. O magnífico virtuosismo de Nureyev se mostrou um contraponto à elegancia natural de Fonteyn, e logo sua parceria rejuvenesceu a carreira da moça e estabeleceu a dele. Fora sua ligação ao Royal Ballet como um permante artista convidado' por vinte anos, Nureyev não era afiliado com a compania de dança. Ele trabalhou como artista convidado por todo o mundo, tanto como bailarino e depois como coreógrafo. Nos anos 70 ele se envolveu com o drama. Apareceu na tevê e em filmes, ele também fez tour nos EUA como o Rei de Sião, numa relembrança do clássico musical da Broadway 'O Rei e Eu'. Mesmo se tornando um cidadão austríaco em 1982, ele passou grande parte de sua via em Paris, onde ele era o diretor e principal coreógrafo do Paris Opera Ballet. Em 1989 ele dançou na União Soviética pela primeira vez desde que a abandonara. Nureyev fez sua última aparição pública em outubro de 1992, como diretor na estréia parisiense de uma nova produção de La Bayadère.
Nureyev morreu em 1993, em Paris, França e foi considerado o melhor bailarino do mundo.

Sylvie Guillem




Sylvie Guillem nasceu em Paris no ano de 1965, França. Sua mãe era instrutora de ginástica rítmica, o que inspirou muito a filha a fazer dança. Em 1976, com 11 anos de idade,Sylvie deixou a ginástica para fazer ballet na Ópera de Paris. Depois de somente 5 anos de aulas, ela foi convidada a ingressar na companhia da Ópera de Paris. Com apenas 16 anos!!! No ano de 1989, Sylvie ingressou no Royal ballet e lá dançou muitos papéis principais de vários ballets. Também é muito dito que Sylvie é uma das bailarinas mais bem pagas do mundo.
Em 1984 rudolf Nureiev, na época diretor da Ópera, nomeou étoile(estrela).Guillem é uma bailarina músicalissima e dotada de uma espantosa facilidade técnica.Não se restringe ao balé clássico: vários coreógrafos contemporâneos criaram obras para ela.

O governo francês mandou fazer uma estátua de tamanho real da Sylvie para ser colocada em exposição na Ópera de Paris.