domingo, 1 de março de 2009

The Sleeping Beauty ( A Bela Adormecida )

  

Clássico Repertório


• Ballet de Repertório: The Sleeping Beauty ( A Bela Adormecida )
• Variação Feminina: Aurora (2º do aniversário)
 
Ballet em três atos, cinco cenas e prólogo.
Libreto: Marius Petipa e Ivan Vseveolojsky, basedo em conto de Charles Perrault.
Coreografia: Marius Petipa
Cenário: Levot, Botcharov, Anereiev, Ivanov e Shinshkov, sob a supervisão de Ivan Vsevolojsky.
Música: Peter Ilych Tchaikovsky.
Figurinos: Ivan Vsevolojsky.

Estréia mundial 15 de janeiro 1890 no Teatro Masrynsky de São Petesburgo, Rússia, Carlota Brianza interpretou a princesa Aurora; Paul Gerdt, o Príncipe; Marie Petipa a fada lilás; Enrico Cecchetti, Carabosse; Varvara Nikitina, Princesa Encantada ou Princesa florine; Enrico Cechetti, O Pássaro Azul.
   

Libreto:

Num reino de sonhos, riqueza e pessoas felizes é dia de festa. Trata-se do batizado da Princesa Aurora, para o qual foram convidadas seis fadas como madrinhas da criança. Elas chegam aos poucos sempre acompanhadas de pagens que oferecem os presentes, dançam e abençoam Aurora com felicidade, fertilidade, fortuna, saúde e amor. São as fadas Lilás, do Canário, dos Pinheiros da floresta, Beija-flor, Flor de Cerejeira e Flor do Cravo.  
  Durante a festa, um barulho de trovão, assustador, anuncia a chegada de Carabosse, a Fada do Mal, que havia sido convidada. Em vão o Rei e a Rainha tentam pedir desculpas pela falha, enquanto verificam a lista de convidados, querendo mostrar a Carabosse que o erro foi de seus empregados, responsáveis pelo cerimonial. A Fada cada vez mais irada aproxima-se do berço da princesa Aurora e anunciam a todos os presentes que, mesmo não tendo sido convidada ela está ali para oferecer o seu presente: um fuso. A seguir, arremeta o seu feitiço comunicando que a princesinha cresceria bela e saudável, mas que um dia espetaria o dedo num fuso semelhante e morreria.
  A Fada Lilás, principal protetora de Aurora, acalmou a todos, dizendo que tinha poderes para dar mais um presente à princesa. Conseguiria assim minimizar a profecia de Carabosse. Aurora não morreria ao espetar o dedo. Dormiria um sono profundo, de cem anos e despertaria com um beijo de um Príncipe.
  15 anos se passaram com os Reis cercando Aurora de cuidados escondendo os objetos pontiagudos da menina que ignorava a maldição lançada sobre ela.
  Chegou o dia da festa dos 15 anos de Aurora, o dia em que seria apresentada a quatro Príncipes dentre os quais escolheria seu noivo. Aurora dança com os quatro, não se decide e está envolvida com a festa, quando uma das jovens convidadas numa velha dama vestida de preto e entrega um fuso de ouro de presente à Princesa. A moça que nunca vira um objeto pontiagudo fica furiosa e demonstra grande interesse pela novidade, sem perceber o terror que toma conta de seus pais. No meio da brincadeira acaba espetando o fuso no dedo e cai. Carabosse sai exultante da festa, deixando os Reis e a corte desolada.
  Novamente aparece a fada lilás para cumprir a promessa feita no dia do batizado. Ela pára o tempo e faz toda a corte adormecer junto com Aurora cercando o palácio com uma grande floresta.
  Em outro Reino distante mora um Príncipe, Florimundo, um rapaz solitário e deprimido por não ter encontrado o verdadeiro amor. Num sonho, o príncipe tem contato com a Fada Lilás que dentro de um barco em forma de concha promete guia-lo até uma linda jovem adormecida que despertaria com um beijo de amor.
A visão de Aurora, no sonho, dá ao Príncipe forças para enfrentar uma série de armadilhas perigosas preparadas por Carabosse para que o malfadado encantado não sela quebrado. O Príncipe chega ao Palácio e, guiado pela Fada Lilás, encontra Aurora ainda mais linda do que em suas visões. O Príncipe sente que descobriu seu amor verdadeiro e beija a Princesa, fazendo-a reviver através de seu amor.
  O feitiço termina Aurora. O castelo e os jardins voltam a ser os mesmos de cem anos antes. Toda a corte desperta com a sensação de ter dormido por uma noite apenas. Outra grande festa acontece no castelo, para celebrar o casamento de Aurora e Florimundo.
  A Fada Lilás convoca todos os personagens encantados e de sonhos para homenagiar o casal. Num grande divertissement dançam o Gato de Botas com a Gata Branca, o Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau, Cinderela e o Príncipe, a Bela e a Fera e o Pássaro Azul e a Princesa Encantada Florine.




Regina Sauer por Luiza Bandeira


Regina Saur e Luiza Bandeira
No fundo o cartaz do Espetáculo Telas de Regina Sauer que recebeu o Prêmio
Funarte de Dança Klaus Viana em 2006.


IIV Festival de Danças de Rio das Ostras

Para realização do evento a fundação Rio das Ostras de cultura, conta com a renomada bailarina e coreógrafa Regina Sauer, que é diretora da Cia Nós da Dança que já está em atividade desde 1981, completando 25 anos de sucesso com grandes espetáculos pelos palcos do Brasil e do Exterior.
 Com um currículo extenso fizemos um simples resumo de onde essa figura tão importante começou a dar seus primeiros passos na dança. Suas aulas de jazz iniciaram-se na academia da tia, Enide Sauer e daí continuou a ter aulas de ballet clássico com D. Eugênia Feodorava e Eliana Karen, ainda no jazz fez aulas com Lennie Dale, Vilma Vermont e outros, no exterior morou em New York e aperfeiçoou seus estudos em dança moderna nas escolas do Alvin Ailey e Martha Graham e por lá se manteve por um longo tempo.
Já no Brasil remontou BOLERO de Maurice Bèjart (1960) com música de Ravel e também a obra de Alvin Ailey REVELATIONS (1960).
Regina Sauer é uma das raras coreógrafas que possuem o conhecimento e a capacidade para remontar espetáculos de nomes tão importantes na história da dança.
Para o Festival Regina trás grandes intérpretes da dança no Brasil e no mundo, para o 1º dia vamos contar a presença do casal de 1º bailarinos da Ópera de Berlin Viara Natcheva e Wieslaw Dudek dançado Cisne Negro e mais um repertório que vamos deixar de surpresa pra quem realmente for assistir. No 2º dia o de Amina de Richard Cragun e Roberto Oliveira com a apresentação do espetáculo Polaridade, no 3º dia o grupo de Regina Sauer e Fernando Filetto o Nós da Dança com a coreografia Telas, para o 4º dia o Ballet Staggiun com direção de Márcia Gidele e Décio Otero dançando Chico Buarque e para o ultimo e 5º dia o Ballet de Rua do Brasil de Marcelo Sirino.
 
WORKING SHOPING

Ocorrerão durante todos os dias do evento com aulas gratuitas e com os melhores do ramo, com Tatiana Leskova, Roberto Oliveira, Viara Natcheva, Esther Weitzman, Carlos Magno, Marcelo Sirino e outros. As aulas serão de técnica de improvisação, jazz, ballet clássico, dança moderna, dança contemporânea, street dance e outras modalidades.

ARTIGOS PARA A DANÇA E PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO

Além de todas essas novidades o Festival trás um espaço reservado para alimentação e stand com artigos para dança e coisas típicas da Cidade de Rio das Ostras.

SELEÇÃO

Os candidatos a participarem do Festival só poderão ser inscritos após a aprovação da fita de vídeo, sem este fica impossível à participação no evento, o método foi adotado para que o Festival tenha um bom nível cultural na dança. Após a aprovação a inscrição é gratuita.

O festival é uma realização da Fundação Rio das Ostras de Cultura, maiores informações pelo site: WWW.CULTURARIODASOSTRAS.COM.BR

CIA DE DANÇA LUIZA BANDEIRA, SEMPRE TRAZENDO O MELHOR DA DANÇA EM INFORMAÇÕES PARA NOSSA CIDADE.
RUA ALFREDO MENEZES, 200 AO LADO DO COLÉGIO WASHINGTON LUIS, TEL: 2031-0364.

Bretha Rosanova por Luiza Bandeira



Bretha Rosanova- Nossa Primeira Odette -Odile


Bertha Rosanova estréia com 12 anos no Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1943, e aos 13 anos precisou de autorização especial do juizado de menores para ser contratada pelo Theatro Municipal como bailarina profissional.
Bertha Rosanova é uma das bailarinas mais importantes da nossa história e uma das mais premiadas dos anos 50.Em seu Studio podemos ver fotos e troféus conquistados ao longo de sua carreira,entre muitos prêmios destacam-se medalhas de ouro de melhor bailarina em 1948,1951 e 1959, o troféu Nijinsky(1960),diploma de melhor bailarina da televisão e medalha de ouro (Premio Jaguaré), um busto oferecido pela TV-Tupi(1959),troféu “O Velho Capitão” do programa Aerton Perlingeiro(1972), Premio Pedro Ernesto,outorgado de “Orgulho Carioca” da Prefeitura do Rio(2000).Além disso Bertha recebeu homenagens especiais do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro promovido por Dalal Achar em 1981 e também do Ballet Helfany Peçanha e Jania Batista na reabertura do Theatro Municipal de Niterói em 1985.Em Teresópolis foi nomeada chefe do setor da dança da Secretária Municipal de Cultura em 1993. Recebeu ainda homenagem num grande gala ,no Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Poucas foram as vezes que Rosanova viajou para o exterior,Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Finlândia, Israel.Seu mais longo período fora do Brasil,foi na década de 1950 que durou dezoito meses trabalhando ao lado de José Torres e Mariane Ivanova, tendo dançado com David Dupré na França,Suíça, Marrocos e Argélia.
  Em o Lago do Cisne, um dos balés mais importantes da historia da dança Bertha foi escolhida para interpretar o duplo papel de Odette-Odile,o cisne branco e cisne negro, Aldo Lotufo que foi nomeado em 1956 a primeiro bailarino do theatro Municipal era o se patner.
Ao longo de sua carreira Bertha apresentou grandes balés,como,Tay-Hoa em Papoula Vermelha, em 1947(Ballet da juventude),Ópera La Traviata,(1951),Gisele(cena de loucura)na década de 50,Capricho Espanhol,de Leonide Massine com Edmundo Carijó,La Baydére com Aldo Lotufo,O Galo de Ouro com Paulo Fontes em 1973, Romeu e Julieta em 1973, Lês Sílfides e tantos outros, entre os bailarinos e coreógarfos estiveram presentes em sua carreira, Tatiana Leskova, Maria Olenewa, Luisa Carbonel, Vaslav Velchek, Eugenia Feodorova,Tâmara Capeller,Vilma Lemos,Wilson Morelli, David Dupré ,Dennis Gray,Aldo Lotufo,André Eglvsky, Alicia Makarova,Violeta Elvin entre outros.
Bertha é uma das bailarinas com o curriculum mais bem qualificado de nossa hitória,rica de infomações e talento Bertha ainda ministra aulas em seu Studio ao lado da sua filha a bailarina Ava Rosenblat.seu Studio já exite a 48 anos formando jovens bailarinas e bailarinos,seu Studio fica localizado na Rua das laranjeiras 107 casa 09,Rio de Janeiro./telefones:(21)2558-0913/ 2558-8704/2526-1486.
   

Emilio Martins por Luiza Bandeira


Emilio Martins uma vida para a dança...



EMILIO MARTINS começou seus estudos de ballet relativamente tarde, aos dezessetes anos, na Escola Oficial de danças Clássicas do Teatro São Pedro no Rio Grande do Sul, após ter assistido um bailarino da Ópera de Paris dançando em Porto Alegre L’Aprés Midi d’un Faune, com coreografia de Nijinsky,após um tempo de estudo, transferiu-se para o Rio de Janeiro e na mesma hora foi feito um convite por Tatiana Leskova para fazer parte do Corpo de Baile do Teatro municipal onde ficou por 50 anos. Durante os seus estudos, diplomou-se pela Escola de Danças Clássicas do Theatro Municipal com a nota mais alta dentre todos os alunos, sendo o primeiro rapaz a receber um diploma da referida Escola. No Corpo de Baile do Theatro Municipal teve a oportunidade de trabalhar com todos os mestres que aprimoraram a técnica clássica da companhia, tais como, Maryla Gremo, Vaslav Veltchek, Consuelo Rios, Eugenia Feodorova, Yurek Shabelevsky, Leonide Massine, Harald Lander, William Dollar, Ivone Patterson, Ygor Schwezoff, George Skibine, Hector Zaraspe, Jorge Garcia, Arthur Ferreira, Yurek Lazovsky, Eric Valdo, Tatiana Leskova, Johnny Franklin, entre outros. Convidado por Alexander Grant, tutor do ballet "La Fille Mal Gardée" de Sir Frederick Ashton, para ser o coreólogo remontador deste ballet. Emilio Martins já exerceu esta sua nova função com o Ballet Estable del Teatro Colón, Buenos Aires, Argentina; no The New Zealand Royal Ballet em Wellington, Nova Zelândia; no Ballet del Teatro dell'Opera di Roma, na Itália ( por 2 vezes) e novamente para o Ballet Estable del Teatro Colón em 1999. No ano 2000 esteve remontando junto ao Hong Kong Ballet, em Hong Kong, em novembro de 2001 foi para Moscou remontar a obra para o Ballet Bolshoi, onde o sucesso foi além da expectativa. Convidado para ministrar de Ballet Clássico Avançado.
  Fora do Brasil foi o 1º Bailarino no Ballet Municipal de Santiago, tendo ganhado durante dois anos seguidos o Prêmio de melhor bailarino do ano, dançando Don jose em Carmen , O Príncipe do Quebra Nozes e Franz em Copélia.
 Ao lado de Cristina Martineli, no ballet Les Sylphides receberam o titulo de primeiros bailarinos do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
  Emilio Martins é considerado o papa da dança no Brasil e no mundo de Artista do Corpo de Baile passou a Corifeu, Solista, Primeiro Bailarino, Professor da Companhia; não só ditando aulas para o Corpo de Baile e Solistas, mas como "master-classes" para Primeiros Bailarinos como Ana Botafogo, Jorge Siqueira, Nora Esteves, Cristina Martinelli, Francisco Timbó, entre outros; Ensaiador e Remontador do repertório da companhia,foi Assistente de Direção do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nomeado por Guilherme Figueiredo, então Presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro – FUNARJ, Emilio por suas próprias palavras se julga um homem de muita sorte e não podemos dizer que não é, raramente um bailarino ao longo de sua carreira consegue adquirir tantos títulos prêmios, homenagens e outros.
Falar desse mestre da dança é praticamente impossível, pois iríamos usar no mínimo 10 anos de jornal, a mostra disso são 339 páginas na Internet que fala só sobre ele.
  Com carinho aos amantes da dança, mais um motivo para dançar Ballet.
  Luiza Bandeira
 

Marcia haydée por Luiza Bandeira


Marcia haydée


Nascida em Niterói , no dia 18 de abril de 1937, Márcia haydée uma apaixonada pela dança desde muito pequena,não cultivava muitos amiguinhos e nunca foi muito de brincar de bonecas,seu único interesse era o balé e os espetáculos.
  A paixão pela dança começou cedo e aos três anos de idade já ensaiava seus primeiros passos.No Brasil teve formação com Yuco Lindberg e Vaslav Vetchek. Após haver estudado na Royal School de Londres ,a bailarina permanece por quatro anos na grande companhia do Marquês de Cuevas . Em 1961 ,John Cranko ,recentemente nomeado diretor do Ballet de Stuttgart, contrata Márcia como 1º solista .Cranko inspirou-se nela para coreografar grandes obras como Romeu e Julieta, Oneguin ou A Megera domada.A partir daí muitos outros coreógrafos criaram somente pra ela obras que figuram atualmente no repertório de um grande numero de companhias.
  Dedicado a Matrcia Haydée ,John Neumeier fez um filme “Dama das Camélias” onde Márcia desempenhou o papel principal.
  Recebeu numerosas homenagens , como a da Universidade de Stuttgart que lhe conferiu o título de Doutor “Honoris Causa” e do Presidente do Conselho de Ministros do Bade.Wurtemberg, que a nomeou Professora. Em 1976 ela reassumiu a direção do Ballet de Stuttgart, na sua gestão Stuttgart tornou-se uma das companhias mais conhecidas e inspiradoras do mundo. Uma nascente de de grandes talentos,coreógrafos que revolucionaram o mundo da dança.
  Márcia Haydée foi convidada por quase todas as grandes companhias do mundo.Entre seus Partners os mais importantes bailarinos do mundo, entre eles Mikhail Barysnikov,Rudolf Nureyev,Paolo Bertoluzzi, Anthony Dowel , Jorge Donn e Richard Cragum com quem foi casada por 16 anos.
  Com o ballet de Stuttgart foi convidada a se apresentar em todos os principais centros de dança, de New York A Moscou ,de Londres a Paris sem se esquecer do Brasil sua pátria.
  Ao contrário do que muitos dizem Marcia Haydée é um exemplo de força de vontade,determinada Márcia nunca desistiu por maior que fossem as dificuldades,sua maior característica é a fé Márcia diz que: “Que a maioria pensa que o corpo é frágil , na verdade ,ele é um instrumento de execução do cérebro. Numa inversão absurda de valores, o ser humano tende a se deixar dominar por um simples enjôo. Habituado a exigir do corpo todo o seu potencial, sofrendo constantes injurias no treino diário, bailarino desconsidera a dor.
  A questão se resume no poder mental, na fé ,na força de vontade .O que você quer ,você faz.A mente não é frágil, e o corpo só é quando o individuo permite.” 



Como fazer um lindo Coque!






O cabelo bem preso é essencial para o bom desenvolvimento dos exercícios durante aulas e ensaios. A bailarina deve estar concentrada na dança, nos exercícios, no seu corpo, e não preocupada em arrumar o cabelo ou tirar a franja do olho. Para isso, precisamos de elático de cabelo, grampos, uma redinha e gel, no caso das apresentações. 

 Faça um rabo de cavalo bem puxado. Ele pode ser: baixo (três dedos acima da nuca); médio (na reta da orelha); alto (três dedos acima da reta da orelha). 

Se você tem cabelo muito cheio, divida o rabo em dois. 

 Torça as duas partes do cabelo ou o cabelo todo, e vá enrolando o cabelo torcido em volta da liga do rabo de cavalo. Depois de enrolar a primeira parte de cabelo torcido, prenda-a com grampos e enrole a segunda por fora da primeira, de modo que o coque fique "espalhado" na cabeça. 

Coloque a redinha e prenda-a com grampos nos cantos do coque, e não no meio dele, para que os grampos não apareçam. 

Prenda a franja com um tic-tac (prendedor de cabelo) ou uma faixa. 

Em dias de apresentações, faça o rabo de cavalo com gel, para que o cabelo não solte "pedacinhos" ou arrepie os fios. 

Para que o coque fique mais firme, caso seu cabelo seja comprido, você pode fazer tranças ao invés de enrolar as partes do cabelo. 



Dicas de Maquiagem


Maquiagem no palco...

A distância entre a platéia e o palco geralmente prejudica a visão de nossas expressões faciais. Numa apresentação de dança, a expressão é importantíssima, como forma de transmitir qualquer sentimento ao expectador. A maquiagem de palco existe para isso e também para outros casos, quando pode chegar até a fazer parte do figurino.

É importante, além de aprender, utilizar material de qualidade. A intenção da maquiagem de palco é abrir os olhos e realçar a expressão. Por isso, para cada tipo de olho (puxado, amendoado, redondo, caído) existe uma maquiagem ideal. Procure saber a forma mais adequada de fazer a sua maquiagem. E lembre-se que a prática irá aperfeiçoar sua maquiagem! 

1. Espalhe pancake ou base (do tom da sua pele) por todo o rosto. Cuidado para o pescoço e o colo não ficarem com a cor diferente. 
2. Contorne os olhos pelo lado de fora da pálpebra com um lápis ou delineador preto. O traço de cima nunca se encontra com o de baixo, e nos cantos de fora dos olhos alongue os dois traços paralelamente. 
3.Passe a sombra colorida logo acima da pálpebra, passando o pincel de dentro para fora (no sentido do nariz para as orelhas). O colorido da sombra não deve ficar apenas acima dos olhos, mas deve alongar-se um pouquinho para os cantos de fora. (Ver desenho) 
4. Entre as sombrancelhas e a sombra colorida, passe uma camada de sombra branca, espalhando no mesmo sentido. 
5. Todas as formas de se alongar os cílios são válidas (curvex, cílios postiços, etc.) O rímel é obrigatório! 
6. O blush deve ser passado na diagonal boca-alto da orelha. Para isso, faça bico com a boca como quem vai dar um beijo, e onde a bochecha ficar funda passe o blush. Sempre de dentro para fora. 
7. Se a sua sombrancelha for muito rala ou curta, aumente-a com um lápis preto ou marrom. Lembre-se que a sombrancelha no palco deve ser realmente longa, estendendo-se além dos olhos. Nunca alongue a sombrancelha para baixo, pois você fica com cara de choro! 
8. O batom também é imprescindível. Tons escuros como marrom, vinho ou roxo podem deixar a boca preta no palco, quando a luz azul é refletida. 
9. Um traço de lápis branco na parte de dentro da pálpebra inferior valoriza e abre o olhar. 

Uma maquiagem básica para o palco é esta mostrada abaixo, com ela não há perigo de errar. Claro que dependendo do gosto e experiência de cada um ela pode ser aperfeiçoada.

Truques de maquiagem...

Para que a sua maquiagem dure muito mais tempo e fique sempre perfeita, siga as seguintes dicas: 

- Antes de iniciar a maquiagem, você deve limpar, tonificar e hidratar a pele;
- Uma boa opção para aumentar a durabilidade da sua maquiagem é passar soro fisiológico sobre a pele;
- Para quem tem pele oleosa, o ideal é utilizar produtos oil-free (sem óleo) e não comedogênicos (não obstrui os poros);
- Para aquelas pessoas que possuem a pele seca, é importante utilizar produtos que tenham ação hidratante;
- Se você deseja disfarçar as olheiras, aplique o corretivo um tom mais claro que o de sua pele;
- Uma base mais clara que a sua pele, aplicada no centro do nariz, fará com que ele pareça mais longo e afinado;
- Para suavizar o queixo duplo aplique uma base mais escura.
- Caso deseje suavizar olhos profundos, remova os pêlos da porção inferior das sobrancelhas.
- Ao aplicar o rímel, direcione o bastão para cima e para os lados.
- Se os seus olhos são muito juntos, comece a depilar as sobrancelhas na altura do canal lacrimal, para que eles pareçam afastados.
- Se os seus lábios são muito finos, desenhe uma linha ao redor deles com um lápis específico para essa região. Preencha este espaço com batom.
- Para que o seu batom dure mais tempo na boca, aplique-o uma vez e retire o excesso com um lenço de papel. Repita este mesmo procedimento e perceba a melhor fixação do batom.



sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Matéria (Mikhail Baryshnikov)


Fred Bandeira, Luiza Bandeira e MIKHAIL BARYSHNIKOV na frente do Hotel Bourbon após a apresentação do " Hell's Kicthen Dance" de Mikhail Baryshnikov


MIKHAIL BARYSHNIKOV por Luiza Bandeira

Nascido em latvian em 1948, o bailarino-ator Mikhail Baryshnikov começou sua carreira de bailarino relativamente tarde,por volta dos 15 anos.Mas em apenas alguns anos,virou solista do Ballet Kirov de Leningrado em meados de 1969. Durante a tounée no Canadá do Kirov, ele fugiu, reaparecendo após alguns dias nos Estados Unidos solicitando asilio político . Baryshnikov inicialmente se juntou ao A.B.T. (American Ballet Theater) como principal bailarino(1974-1978),após mudou-se para o George Balanchine’s New York City Ballet(1978-1979). Na Cia de Balanchine, interpretou obras como: O Filho Prodígio, Night Shadow, O Soldado e a Bailarina, Tchaikovski Pas-de-Deux e outras . Em 1980 assumiu a direção do A.B.T. onde ficou por 10 anos.
Em sua estadia no A.B.T. dançou com grandes bailarinas, entre elas a maravilhosa Natalia Makarova, Gelsey Kirkland com quem firmou parceria logo quando chegou aos Estados Unidos, Márcia Haydée onde atuaram no espetáculo Hamelet que foi encomendado pelo próprio A.B.T. ,com música de Aaron Copland com uma coreografia criada especialmente para Baryshnikov participando também de Hamelet estavam Rudolf Nuryev ,Eric Bruhn Natalia Makarova e Gelsey Kirkland.
No cinema, foi em 1977 que, Baryshnikov estrelou em seu primeiro filme “The Turning Point”,co-estrelando com Shirley Maclaine e Anne Bancroft (ambas ex-bailarinas).O filme foi um sucesso do inicio ao fim, e o imigrante soviético recebeu indicação para o Oscar por sua magnífica atuação e sem dúvida pelo seu incomparável talento para dança . Baryshnikov se entrosou com o cenário de Hollywood facilmente, e teve um romance com a lindíssima Jessica Lange, de quem teve uma filha.
Em 1985, retornou em outra sólida performance no filme “White Knights” o qual conta a história de uma estrela do ballet que foi raptado e levado de volta à União Soviética.
Nos últimos anos misha (jeito com o qual é chamado pelos amigos) tem feito produções caseiras,uma de suas ultimas aparições foi no seriado “Sex in the city” onde contracenou com a atriz Sarah ......Paker.
Apesar dos problemas nas articulações Misha continua a trabalhar e é lembrado como um americano pelo seu estilo de vida.
Baryshnikov é pai de três crianças com sua companheira a bailarina Lisa Rinehart.


MIKHAIL BARYSHNIKOV EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS

“ NÃO TENTO DANÇAR MELHOR DO QUE NINGUÉM, APENAS TENTO DANÇAR MELHOR DO QUE EU MESMO”
........MISHA

Entrevista (Cecília Kerche)


  Cecilia Kerche por  Luiza  Bandeira
  Foi entrevistada no dia 23 de agosto a bailarina Cecília Kerche no anexo do teatro municipal do rio de janeiro.
 
  LB: Com quantos anos vc começou a dançar?

  C.K: Eu tinha oito anos quando eu comecei a estudar ballet , dançar profissionalmente,dancei por um tempo profissionalmente em SP eu devia ter uns 18 anos, depois parei porque a cia se desfez, era uma cia particular,ai prestei audição para o teatro municipal e ingressei para o teatro com 20 anos.

  L.B: Quais foram os seus professores?

  CK: Vera Meyer,minha 1º professora, Halina Biernaka, Karen shawtz e Pedro kraszczuk que é o meu marido.
 
  LB: VC tem filhos:
 
  CK: infelizmente não.

  LB: 1º Solo: meu 1º solo foi uma polka montada pra mim,eu tinha 10 anos de idade se chamava Anne e Polka de Strauss e depois de repertório foi o Dom Quixote ou Corsário.

  LB: Ballet predileto?

  CK: Gisele e La Bayadère

  LB: O que vai apresentar em cabo frio
 
  CK: Corsário

  LB:A Alimentação,é muito rígida?

  CK:Muita fruta, vegetais,legumes,alguma carne e muito peixe.

  LB:Horário de ensaio,como funciona?

  CK: É praticamente o dia todo,tem todo um preparo, eu levanto praticamente as 6:30 da manha,faço fisioterapia,uma vez por semana pilates,a aula começa as 10:00hs da manha,depois ensaio até as 4:00hs da tarde.....

  LB: O que vc aconselha para as meninas que estão começando agora?
 
  CK: O principal de tudo é ficar fora das drogas ter muito amor a sua família, buscar apoio da família, estudar bastante, o estudo curricular e o ballet tem que ser determinante,com força de vontade e a busca de um bom professor sempre.

  LB:Sacrifícios,muitos e os piores?

 CK: Encontrar gente incompetente pela frente,é o pior sacrifício que se tem para um bailarino,em geral,fica muito difícil manobrar uma carreira com gente incompetente.

  LB: Amigos no meio da dança?

  CK: Alguns sinceros e importantes

  LB:Melhor professor?

  CK: Meu marido, é o melhor de todos o melhor do mundo

  LB:Melhor coreógrafo?

  CK: Marius Petipa, foi um gênio,já foi escrito tudo através dele, depois outros gênios,John Cranko, Kenneth Macmillan.......

  LB: VC tem pretensão de montar alguma escola de dança

  CK: Não nenhuma, eu quero continuar minha carreira como interprete de Ballet ou como ensaiadora desse Corpo de Baile que eu amo tanto.

  LB: Qual é a sua posição no teatro atualmente?

  CK: Tem 24 anos que eu sou 1º bailarina.

  LB: essa mudança de direção no teatro influencio em alguma coisa para vcs que são 1º bailarinos?
 
  CK:influencia porque a gente sempre fica naquela espectativa do que vai acontecer daqui para frente, o que vai acontecre no próximo ano,o que o ballet vai fazer,quantos espetáculos vão ser apresentados,é sempre uma duvida.
 
  LB: Vc tem alguma viagem marcada para fora do país, tem viajado muito?

 CK: eu tive no méxico,Argentina,Venezuela, Rússia agora a 2 meses atrás dançando o Lago do Cisne da makarova e agora esses festivais nacionais que eu procuro prestigiar ao máximo,porque essas pessoas que movem esses festivais são pessoas com grande valor altruísta mesmo porque eles não visam o dinheiro.


 LB: frase importante,algo que vc queira falar ?

CK: Você é responsável pelo que vc conquista, cuide muito bem desse amor conquistado, não importa quem seja o que seja,mais cuide muito bem desse amor conquistado porque vc é responsável por ele.

 
  Para Cecília kerche.
  É com muito amor que lhe agradeço a atenção que me deu em sua entrevista, não tinha a mínima idéia da pessoa que encontraria,mais agora tenho a certeza de que vc não é só maravilhosa quando está dançado é linda profissionalmente e é um ser humano doce e cheio de qualidades.
  Desejo de coração que a sua carreira brilhe pelo resto de sua vida, para que em outras possamos lembrar de vc Cecília Kerche.
  Com amor luiza bandeira.  

Entrevista (Ana Botafogo)



  ANA BOTAFOGO por Luiza Bandeira

Ana Botafogo nasceu no dia 09 de junho na cidade do Rio de janeiro e iniciou seus estudos de ballet no conservatório da Urca, tendo aulas com Luciana Bogdanich, bailarina do Teatro Municipal na época.
  Após cursar o 1º período na faculdade, Ana viajou p/ França com o objetivo de estudar. Freqüentou a Academia Goubée e Academia de Dança Rosella Hightower, na França.Já na Inglaterra freqüentou o Dance Center.
  Após fazer concurso p/ o Ballets de Marseilles, início então sua carreira profissional.
Participou de festivais em Lausanne(Suíça),Veneza(Itália),Havana (cuba),do espetáculo em homenagem à Legião de Honra da França, no Palácio de Versailles, e na Gala Iberoamericana de La Danza, dirigida por Alícia Alonso, realizada em Madri(Espanha) em comemoração aos 500 anos de descobrimento das Américas.
  Escolheu por continuar sua carreira no Brasil, foi Bailarina principal do Teatro Guairá,da Associação de Ballet do Rio de Janeiro e em 1981, ingressou por concurso público como 1º Bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeoiro.
  Em 1995, na qualidade de “étoile” convidada da Companhia da Ópera de Lodz(Polônia), interpretou o principal papel feminino do Balé Zorba, o Grego, dançando em várias cidades do Brasil.
  Já tendo se apresentado na Europa, Américas do Norte, Central e Sul. É considerada, uma das mais importantes bailarinas brasileiras, por sua técnica, versatilidade e perfeição da arte.

Diário Catarinense
14 de maio de 2009 | N° 8436

ENTREVISTA
Com o balé impresso no corpo e no olhar
A energia parece não ter fim para a bailarina Ana Botafogo, que fala nesta entrevista sobre sua carreira que começou há mais de 30 anos na França


A postura sempre firme. Ombros para trás, pescoço erguido, queixo para cima, barriga para dentro. Sem querer, os pés também insistem em apontar para fora.

Com ou sem tutus, sapatilhas de ponta, coque no cabelo ou com alguma música instrumental ao fundo, Ana Botafogo, 51 anos, tem o balé impresso no corpo e no olhar 24 horas por dia. Nesta entrevista ela passeia por sua trajetória nos palcos, reconhece que a hora de parar está próxima, mas ressalta que ainda dança, ensaia e interpreta com a mesma energia de quando começava a vida de bailarina clássica profissional, há mais de três décadas, na França.

Ela estreou recentemente o espetáculo Suíte Floral - As Quatro Estações. A performance impecável e expressiva faz com que sua idade seja um detalhe irrelevante. Ou, quem sabe, um fator que só aumenta a admiração do público pela maior bailarina clássica brasileira. Entre as aulas de seu último semestre de faculdade de Dança, ensaios, apresentações, turnê com o balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e projetos pessoais, ela continua em busca de novos desafios.

Pergunta – Você é uma bailarina clássica, um dos símbolos do Teatro Municipal. Mas esse espetáculo é bem contemporâneo. Como é sua relação com a dança moderna?

Ana Botafogo – Minha formação é clássica e minha praia é essa. Mas, atualmente, tenho deixado os grandes espetáculos de balé para o Municipal. Neste espetáculo novo eu fujo um pouco disso. Danço descalça, de salto, de cabelo solto e tive também a ideia de usar a barra de exercícios de dança no palco. Faço alguns movimentos bem modernos nela, coisas de mentes contemporâneas (referindo-se ao diretor Luis Arrieta). Sinto dores que nunca havia sentido antes. É uma experiência nova. Mas não sou uma dançarina da Débora Colker. Foram dois meses de preparação.

Pergunta – Para uma bailarina, qual o pior episódio que pode acontecer em um palco?

Ana – Escorregar, perder o equilíbrio. As contusões também são sempre uma preocupação. Eu mesma levei muitos anos da minha carreira para cair. Todo mundo comentava: “Poxa, você nunca caiu?”. Até que um dia, no Municipal, durante uma apresentação de Dom Quixote, aconteceu. Na minha primeira aparição em cena eu fazia uma grande entrada. Pisava no palco e dizia: “Cheguei!”. A gente dançava sobre um tecido pintado à mão e estava escorregadio. Entrei em cena e na hora que pisei eu caí e fui deslizando. Foi uma pancadona, mas levantei e continuei. O corpo de baile me deu muita força na hora. O público aplaudiu para dar força também.

Pergunta – Episódios assim abalam a performance?

Ana – Muito. Fiquei abalada, doída e chateada. Dancei mais cinco ou sete minutos antes de sair de cena. Foi horrível, não podia reclamar ou botar a mão no local dolorido. Não podia chorar. Ou você chora e perde o fôlego, ou se concentra e vai em frente. No intervalo coloquei um gelo e depois ainda voltei a dançar. Fui para casa e acordei no dia seguinte com uma dor imensa. Tive uma distensão e não conseguia mexer o pescoço. Não pude dançar mais naquele fim de semana. Bailarina em grande companhia tem que ter substitutas por isso.

Pergunta – Você fala sempre nos treinos, na dedicação. Seguir o balé clássico foi uma opção de renúncia?

Ana – Com certeza. A gente vê tanta criança talentosa, meninas que adoram dançar, mas que não estão a fim de fazer aula todo dia. Ninguém dança bem se não treinar muito. São oito anos de treinamento puro, no mínimo. Minha infância foi normal. Mas a partir dos 12 anos, era balé todos os dias. Entrei para uma academia mais conceituada, mas ainda não achava que ia ser profissão. Ensaiava e me dedicava. As amigas reclamavam da minha falta de tempo, mas hoje elas bem que gostam de ver as apresentações. Lembro que eu achava o balé muito difícil. Pensava que era impossível entrar para o corpo de baile do Municipal. Aí, aos 18 anos, entrei na faculdade e fui morar com um tio diplomata em Paris. Dois meses e meio depois eu fiz um teste para uma companhia francesa de balé, passei e isso mudou minha vida radicalmente.

Pergunta – Já pensou em largar a dança? Desistir de tudo?

Ana – Quando a gente se machuca, essas coisas passam pela cabeça. Já tive muitos machucados. Uma vez eu estava passeando com meu cachorro no parque perto de casa e, assim, de graça, torci o pé feio. Fiquei em depressão. O guarda veio me ajudar, e a dor era tanta que eu pensei que estava com uma fratura exposta. Mas foi só uma torção. Lembro que a minha empregada falou: “Dona Ana, deixa que eu dou puxãozinho e ponho no lugar” (risos.) Imagina? Eu não sabia se chorava ou ria. Já quebrei uma vértebra em um acidente de carro, tive inflamações no joelho. Os piores momentos são mesmo quando a gente se machuca. E acha que vai ter que começar tudo do zero outra vez.

Pergunta – Há muita pressão sobre sua aposentadoria, o dia em que vai parar de dançar definitivamente?

Ana – Há 10, 15 anos já me perguntavam isso. A bailarina Márcia Haidée, uns 20 anos mais velha que eu, anunciou o fim da carreira certa vez, aí os jornalistas a confundiam comigo e me perguntavam: “Agora que você fez sua despedida, como vai ser?”. Eu nem pensava nisso ainda. É óbvio que eu penso. Eu não tenho uma data marcada. Só sei que quero parar dançando bem.

Pergunta – A idade influi nas personagens que você faz?

Ana – Recebo convites para todos os tipos de personagens, mas eu prefiro evitar algumas. A camponesinha, a menininha… Tem muito balé que eu não faço mais. Não pela técnica, mas porque não combina mais comigo. Não tem nada a ver. Não quero mais fazer as heroínas. Existem personagens para o meu momento, minha idade. Nunca gostei de falar de idade. Sei que eu tenho uma carreira mais extensa que o normal. Nesse último espetáculo, por exemplo, me sinto à vontade. Sou eu. É o meu momento, minhas rugas, não interpreto ninguém. Penso em parar sim. Não vou dançar até os 70. Sou uma bailarina clássica e por isso o dia que eu parar com o Municipal, vou parar de dançar. Está próximo, mas ainda tenho muitos trabalhos em vista.

Pergunta – Consegue se imaginar longe dos palcos?

Ana – O teatro seria uma maneira de eu ficar mais em cena. Tive um convite da Marília Pera. Nunca fiz teatro e estou tendo umas aulas. Ela foi ver o espetáculo Giselle e me convidou no dia seguinte para uma personagem que não tem nada a ver com dança. É uma comédia, e deve ficar para 2010. Mas eu acho que nunca vou ficar afastada da dança. Adoraria estar sempre ligada, de outras formas, ao Municipal. Não fico triste com o fim da carreira se aproximando. São etapas da vida.

Pergunta – Sua experiência atuando na novela Páginas da Vida teve a ver com essa possibilidade de trabalhar futuramente como atriz?

Ana – Talvez. Trabalhar na televisão foi um desafio. Uma coisa que eu não precisava. Fiz um nome na dança. Tinha muita gente que tinha medo de me ver atuando. Minha própria família. Meu pai falou, depois, que achava que eu ia estragar minha carreira. Podia ter dado errado. Mas eu achava que seria interessante. Achava que ia ensaiar, fazer workshops antes de entrar em cena. Que nada. Foi uma coisa louca. Eu chegava lá e já falavam: “Gravando!”. Novela é muito rápido. Os textos chegavam em cima da hora e eu ficava em pânico. Eu achava que iam me dirigir, mas fui aprendendo na marra. Mas trabalhar com atores como a Glória Menezes e o Tarcísio Meira foi maravilhoso.

Pergunta – E qual foi a cena mais difícil?

Ana – Quando eu tive que dar um tabefe na cara da minha filha na novela. Eu achava que aquilo estava errado. Mesmo não tendo filhos, eu achava que para uma mãe bater na cara da filha tinha que ser algo muito sério. Fui discutir com os diretores falando “gente, mãe não bate assim”. Todo mundo ria. No texto lá, estava escrito assim: “Não queremos um tapa de brincadeira, é para bater para valer”. Tinha que ser verdadeiro. Pensa? Eu fiquei enlouquecida e aflita com essa cena. Era a última do dia a ser gravada. Fiz muitas gravações antes, atrasou tudo. Demorou tanto que bati logo de uma vez de tão cansada que eu estava (risos).

Pergunta – Então valeu a pena fazer televisão?

Ana – Valeu a pena. Acho que não foi tão mico da minha parte. Eu pude falar de dança e de balé. Sabe o que é você ficar no ar, por 10 meses, no horário nobre, falando de balé clássico, que nunca ninguém fala? Já pensou lá no Xingu, ou não sei onde, as pessoas saberem o que é uma aula de balé? Eu achei muito legal. Foi um risco. O Manoel Carlos depois me escreveu um cartãozinho lindo, dizendo que me achou muito corajosa e outras coisas. Eu adorei.

Pergunta – Assim como no mundo fashion, há pessoas que afirmam que o balé incentiva essa cultura da magreza excessiva. A dança exclui as gordinhas?

Ana – Olha, para o clássico, precisa ter o biotipo mais magro que nem no esporte. Tem que ter leveza, o bailarino tem que carregar a parceira, não dá para ficar fora de forma. Agora dançar, todo mundo pode. Hoje em dia, inclusive, as bailarinas contemporâneas são bem maiores. Mas as bailarinas clássicas têm que ser mais esguias mesmo. O que não quer dizer passar fome. Tem que se alimentar muito bem para ter energia para seis horas ou mais de treino.

MARIA FERNANDA SEIXAS | Correio Braziliense/DC